Jesus Cristo nasceu, viveu e morreu por nós

08 de Abril de 2019

"Jesus Cristo nasceu, viveu e morreu por nós"

Reflexão: Liturgia do Domingo de Ramos, ano C – 14/04/2019


Jesus Cristo nasceu, viveu e morreu por nós


Coloco, nesta reflexão, algumas chaves de leitura para a Liturgia do Domingo de Ramos e que, também, nos ajudarão durante toda a Semana Santa.


  • Significado da Procissão: caminhada coletiva, em grupo, em comunidade, rumo à "Casa do Pai". O tema da Campanha da Fraternidade deste ano: “Fraternidade e Políticas Públicas”, com o lema: “Serás libertado pelo direito e pela justiça (Is 1,27), nos diz que: “Políticas Públicas se referem a um conjunto de ações a serem implementadas pelos gestores públicos, com vistas a promover o bem comum, na perspectiva dos mais pobres da sociedade” (TB, 13). O que significa conversão, para cada um de nós, diante desta realidade que atinge a sociedade como um todo? Como fazer acontecer o Reino de Deus na realidade onde me encontro? Cada um de nós deve fazer sua parte, começando pela sua casa, seu ambiente de trabalho e junto às pessoas com as quais se relaciona.


Por meio dessa Campanha, a Igreja quer despertar a consciência para que todos compreendam a grande importância das Políticas Públicas e, também quer incentivar a participação de todos os cidadãos na construção dessas ações em âmbito nacional, estadual e municipal, assegurando, assim, os direitos sociais aos mais frágeis e vulneráveis da sociedade, os preferidos e amados por Deus. “Neste sentido, é importante a presença da Igreja Católica, por meio do clero e dos leigos na busca, na participação e na resolução dos problemas sociais em todo processo de formulação das Políticas Públicas” (TB, 27).

O Papa Francisco, na encíclica Laudato Si, nos diz que temos que ter consciência das crises graves que pesam sobre a vida. O fim da espécie humana não é impossível se não mudarmos nosso estilo de vida, pois, ou nos salvaremos todos juntos (porque não estamos numa arca de Noé que salva alguns e deixa perecer os outros), ou, juntos, miseravelmente, pereceremos. Nossa fé nos diz que nos salvamos em comunhão e que Cristo caminha conosco.


Entrada triunfante e condenação - lição do que somos capazes: o coração humano pode oferecer o melhor ou o pior de si mesmo na edificação ou destruição do mundo. Depende da opção que fazemos.


Entrada de Jesus em Jerusalém: Jesus entrega-se a si mesmo, oferece-se, não é algo externo, mas a si mesmo. Jerusalém é o estado de vida interior, lugar de compromisso, fidelidade, cruz, comunidade.

Cantos, manifestações de alegria. Era uma festa. “Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. E disse: Oh! Se ao menos neste dia conhecesses o que te pode trazer a paz!” (Lc 19,41-42).

Jesus vê que Jerusalém se afunda no pecado, na ignorância e na cegueira.

Jesus tentou por todos os meios: milagres, obras, palavras... Jesus tentou tudo com todos.

Para muitos, Jesus é só uma passagem, um ato social:

· Ramos verdes – murcham rapidamente;

· Hosana entusiástico – grito furioso: “crucifica-o”;

· Estendiam as vestes – o despojam das suas.


Trágicos incidentes em Jerusalém e, também, hoje. Por quê?

1º) Fragilidade do povo: deixou-se levar pelos interesses dos maus dirigentes da sociedade;

2º) Cegueira das autoridades: obcecadas pelo poder, veem em Jesus uma ameaça, um perigo.

Por que foi tão brusca a mudança? Por que tanta inconsistência? Para entender um pouco do que se passou, talvez, tenhamos que consultar o nosso coração. Muito dentro do nosso coração, há profundos contrastes: somos capazes do melhor e do pior. Se queremos ter em nós a vida divina, triunfar com Cristo, temos de ser constantes e vencer pela penitência o que nos afasta de Deus e nos impede de acompanhar o Senhor até a Cruz.

3º) Postura de Jesus: vítima de uma grande violência, não respondeu com violência igual. A pior coisa que uma pessoa violenta pode fazer conosco é nos transformar em alguém igual a si mesma. Jesus não permitiu que fizessem isso com ele; não respondeu à agressão com agressão, não chamou fogo do céu para destruir os inimigos. Suas atitudes eram as de quem podia dizer: “Aquele que me viu, viu o Pai” (Jo 14,9).


Estado psicológico e espiritual de Jesus:

Jesus refugiou-se, angustiou-se, foi preso, condenado, torturado, brutalmente supliciado. Sofrimentos físicos e psicológicos (traição, negação, abandono pelos amigos e discípulos). Suas atitudes:

- Pede:“Pai afasta este cálice. Por quê? Por quê?..... Contudo, não seja feita a minha vontade”.

- Sente:“Por que me abandonaste?”

- Crê no humano:“Perdoai-os, porque não sabem o que fazem”.

- Crê em Deus:“Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito”.

O caminho de Jesus é, também, o caminho do cristão: renúncias, sacrifícios e gestos heroicos.


Jesus foi humilde e obediente até a morte, e morte de cruz


1º - A humildade é o fundamento da obediência

Obediência significa prestar atenção, dar ouvidos.

Como nasce a obediência? “O Senhor abriu-me os ouvidos (nos fala pela Palavra) e eu não fui rebelde, de manhã em manhã ele me desperta, sim, desperta o meu ouvido para que eu ouça como os discípulos” (Is 50, 5).


2º - Jesus permaneceu firme até o fim

Movido por quem? Por quê?

Por amor e fidelidade a Deus, Ele enfrentou grandes desafios: traição de Judas, negação de Pedro, a dor e a humilhação infligida a ele por aqueles a quem fora enviado: seu povo. Foi açoitado, esbofeteado, teve a barba arrancada, foi insultado e cuspido. “O Senhor Deus é meu auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo”. Por sua fé em Deus, jamais desistiu de crer no ser humano.


3º - Na paixão e morte de Jesus nós estávamos lá

O que aconteceu lá, também acontece hoje. Na condenação de Jesus, manifesta-se o orgulho de todo ser humano e sua rebelião contra o projeto de amor e fraternidade do Pai.


4º - Na redenção de Jesus está a resposta de amor extremo por parte de Deus

Nossa felicidade, o acesso à graça, teve um preço: Ele pagou por nós. Só quem reconhece esse amor adorará o Senhor com um coração agradecido. “Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: ‘Jesus Cristo é o Senhor’, para a glória de Deus Pai” (Fl 2, 10-11).


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.




Pe. Leomar Antonio Montagna

Maringá – PR