Reflexão: Liturgia do XXXIII Domingo do Tempo Comum, ano A – 15/11/2020

09 de Novembro de 2020

"Reflexão: Liturgia do XXXIII Domingo do Tempo Comum, ano A – 15/11/2020"

Salvação, presente de Deus: Nossa responsabilidade

Na Liturgia deste Domingo, XXXIII do Tempo Comum, na 1a Leitura (Pr 31,10-13.19-20.30-31), o autor bíblico, por meio de um poema que enaltece a mulher, nos mostra a imagem da comunidade ideal e procede com algumas interrogações: Qual o sentido da vida, das coisas, do trabalho, frente a uma cultura ativista e perfeccionista? Enfim, nos aponta alguns conselhos para viver com sabedoria: temer e louvar o Senhor.

Na 2ª Leitura (1Ts 5, 1-6), o apóstolo Paulo nos fala da vigilância em relação à vinda de Jesus, pois devemos percebê-lo presente em nossos irmãos. “Ele é o mesmo: ontem, hoje e sempre”.

O Evangelho (Mateus 25, 14-30) foi escrito nos anos oitenta da era cristã, concomitantemente à destruição do Templo de Jerusalém, ambiente de violência e de grandes sofrimentos, muitos cristãos ficaram desanimados, acomodados e com a tentação de desistir da fé. Então, Mateus escreve a parábola do Patrão (Deus) e os empregados (cada um de nós). O Patrão tem o mesmo tratamento para cada empregado, entrega-lhes ‘talentos’, ‘fortunas’, dons naturais, espirituais, humanos, vida, família, pátria, inteligência, amigos, religião, fé, sacramentos etc.

Depois de muito tempo, o Patrão voltou (morte) e foi acertar contas (juízo), uns vão para o céu: “Servo bom e fiel... Vem participar da minha alegria!” Outros vão para o inferno: “Servo mau, inútil, preguiçoso... jogai-o lá fora, na escuridão”.

Como proceder para ganhar o céu? Administrar bem a herança a nós deixada: bens materiais, sentimentos, dons, meios. Enfim, servir com prazer e não como um peso, um fardo. “Eis que venho, e com prazer faço a vossa vontade”. Quando se vive com egoísmo, quando não se ama, nos custa muito servir e fazer a opção pelos que mais necessitam. A parábola, também, nos faz um alerta: “Àquele que tem será dado mais e terá em abundância, mas daquele que não tem até o que tem lhe será tirado”. Isto é, o engajamento, a encarnação vai enriquecendo a pessoa que cada vez mais vai conhecendo o amor de Deus, caso contrário, a pessoa vai se distanciando dos valores cristãos e, cada vez mais, vai se desumanizando.

Questão fundamental: No final da nossa existência, o que queremos ouvir? “Servo bom e fiel...Vem participar da minha alegria!” Ou “Servo mau, inútil, preguiçoso... jogai-o lá fora, na escuridão”. A vida é um presente de Deus, mas a forma de viver esta vida volta para Deus como uma aceitação ou recusa desse presente.

Podemos concluir com o seguinte: O futuro está nas mãos de Deus ou também em nossas mãos? Temos que fazer nossa parte com responsabilidade, da parte de Deus ele fez tudo perfeito.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Pe. Leomar Antonio Montagna

Arquidiocese de Maringá – PR