Reflexão: Liturgia do IV Domingo do Tempo Comum, Ano B – 31/01/2021

25 de Janeiro de 2021

"Reflexão: Liturgia do IV Domingo do Tempo Comum, Ano B – 31/01/2021"

Profetas e comunidades proféticas na igreja

Na Liturgia deste Domingo, IV do Tempo Comum, veremos, na 1a Leitura (Dt 18, 15-20), que toda vocação tem origem e centro em Deus: "O Senhor teu Deus fará surgir... um profeta...a ele deverás escutar". A mensagem do profeta será sempre o que Deus ordena: "Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome". O profeta conhece a vontade divina, por isso conscientiza o povo, ajudando-o a discernir o que é ou não o Projeto de Deus. Ainda existem profetas hoje? Qual é seu papel na Igreja? Com quais sinais se apresentam?

Na 2ª Leitura (1Cor 7, 32-35), o Apóstolo Paulo nos fala que a vocação que Deus nos dá deve ser vivida como doação (castidade, virgindade) a serviço do Reino. Diante da urgência em evangelizar, só o Reino é absoluto.

No Evangelho (Mc 1, 21-28), São Marcos nos apresenta a manifestação de Jesus, seu poder e a força do Reino. Vejamos:

1º) Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar com autoridade. Na sinagoga, também, estava um homem possuído por um ‘espírito mau’. Há um embate entre o ‘espírito mau’ e o Espírito Santo. O ‘espírito mau’ pode alienar e manipular pessoas e instituições, não deixar que a mensagem de Jesus transforme as realidades. Esse espírito é uma força que pode despersonalizar as pessoas, privá-las de senso crítico e, assim, atrapalhar o avanço do Reino de Deus.

2º) A questão que se coloca é: devemos ir à igreja para enchê-la, evento de prodígios, ou devemos ir para nos libertar dos 'espíritos maus’?

3º) Quais espíritos maus, a qualquer custo, seduzem, aprisionam e alienam os homens e mulheres de hoje? Quais consequências percebemos: escravidão, insatisfação, angústias, ciúmes, superficialidade, exterioridade, insaciabilidade etc.

4º) Qual seria o milagre para se libertar? “Cair em si”, tomar consciência, retornar à dignidade etc.

Para finalizar, ficam as questões: O que fazem os 'espíritos maus’ diante de nossa prática cristã? Sentem que sua ruína chegou ou riem à nossa custa? Nos compram (principalmente na campanha política)?

A religião incomoda ou liberta? E, se incomoda, incomoda a quem?

Deus nos livre de uma Igreja de 'espíritos maus' e que venha seu Espírito Santo sobre todos nós.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Pe. Leomar Antonio Montagna

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR