QUANTO MAIOR A AUTORIDADE, MAIOR SERVIÇO LHE CABE PRESTAR AO MAIOR NÚMERO DE PESSOAS
Na Liturgia desta terça-feira da XIX Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (Ez 2,8-3,4), que Ezequiel é chamado para a missão profética. A expressão criatura humana mostra que o homem é um quase nada diante de Deus, é incapaz de lhe ver a transcendência e ouvir a sua voz. É preciso que o espírito ou força de Deus o coloque de pé, pronto para realizar a missão. Esta consiste em anunciar claramente a palavra que Deus transmite de modo misterioso.
A missão profética exige coragem, pois a palavra de Deus, que o profeta anuncia através de palavras humanas, poderá encontrar resistência, sofrer críticas e ser desacreditada. Não importa. Uma vez anunciada, cedo ou tarde a palavra será ocasião para a pessoa compreender a realidade e, talvez, mudar de vida.
No Evangelho (Mt 18,1-5.10.12-14), vemos que Jesus está a caminho de Jerusalém e, então, educa os discípulos quanto ao exercício do poder serviço. Jesus é Rei e veio para servir (não para ser visto como algumas pessoas que aspiram à grandeza e ao prestígio pessoal). Estar com Jesus é servir, e servir é reinar. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua Palavra”. Quanto maior a autoridade, maior serviço lhe cabe prestar ao maior número de pessoas. Os discípulos tiveram muita dificuldade para entender quem era Jesus, justamente porque se deixavam conduzir pela lógica dos ímpios, pois cada um queria ser maior que os outros.
No serviço ao bem comum, todos se beneficiam; ao contrário, no desejo de poder estão os maiores males da humanidade. Jesus, neste Evangelho, nos estimula ao primeiro lugar, não à custa da derrota dos outros, mas a favor dos outros. “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos.”
Neste texto, também podemos levantar a seguinte questão: por que alguém se extravia, isto é, se distancia da comunidade? Certamente por causa do escândalo ou do desprezo daqueles que buscam poder e prestígio. A parábola mostra que a comunidade inteira deve preocupar-se e procurar aquele que se extraviou. A comunidade se alegra quando ele volta para o seu meio, porque a vontade do Pai foi cumprida.
Para concluir, penso que uma pessoa ou comunidade fechada em si mesma, insensível às necessidades dos irmãos e à luta para vencer as injustiças é um contratestemunho e celebra indignamente a própria liturgia.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR