24 de Julho de 2018

"Artigo do padre João Paulo Penco destaca vida de Dom Jaime Luiz Coelho"

Na próxima quinta-feira, 26 de julho, Dom Jaime Luiz Coelho completaria 102 anos de vida. A data do aniversário de nascimento era muito celebrada por Dom Jaime. "Era tradição ele reunir familiares e amigos para um jantar na residência episcopal e servir 'asinha de frango'", comenta o Arcebispo de Maringá, Dom Anuar Battisti

Por ocasião desta data, a Arquidiocese de Maringá compartilha um artigo escrito pelo então seminarista João Paulo Penco, hoje padre, sobre a vida de Dom Jaime.


DOM JAIME LUIZ COELHO

1º ARCEBISPO DA ARQUIDIOCESE DE MARINGÁ


Autor: Pe. João Paulo Penco



  • CONTEXTO FAMILIAR E ECLESIAL


Dom Jaime Luiz Coelho nasceu no dia 26 de julho de 1916, no interior do Estado de São Paulo, em Franca, cidade conhecida nacionalmente pela produção de calçados. Era o oitavo entre os catorze filhos de João Amélio Coelho e Guilhermina Cunha Coelho, que residiam em uma propriedade rural no distrito de Cristais[1].

O pai de Dom Jaime também foi um homem de grande influência e reconhecimento: “[...] foi Capitão da Guarda do Império, título honorífico, dono de fazendas e, mais tarde, em 1929, proprietário da fábrica de calçados ‘Casa de Couros João Amélio Coelho’, que ficava na rua General Carneiro, nº 1.180, em Franca”[2]. Dom Jaime tinha uma enorme estima por seu pai, um exemplo em sua vida[3]:

Em Cristais papai promovia festejos para o povo, por exemplo, as Cavalhadas: ‘luta dos cristãos contra os mouros fazendo, no rapto da Princesa e seu resgate, a vitória dos cristãos.

Era um homem muito correto, para quem não havia meio termo. Ele tinha horror à mentira. Com papai era: sim, sim; não, não”.


Certo é que Dom Jaime, para quem o conheceu, herdou a personalidade de seu pai. João Amélio Coelho possuia uma formação positivista e foi partidário do PRP (Partido Republicano Paulista). Por seus princípios, não queria que Dom Jaime fosse padre, no entando, não se opôs ao desejo do filho, uma vez que já na infância tinha despertado a vocação sacerdotal. Por outro lado, sua mãe, dona Guilhermina, sempre o incentivou[4]. Dom Jaime se lembra bem das palavras de sua mãe a seu pai[5]: “Ela dizia para o papai: Deixa o menino ir para o seminário, deixa o menino ir”. No fim das contas, João Amélio Coelho ficou feliz por vê-lo como padre.

Dom Jaime trazia consigo um importante ensinamento de seu pai aos filhos a quem muito os amava[6]:

Meu pai, João Amélio Coelho, deixou para nós uma grande herança. Ele dizia: ‘Se, mais tarde, eu não puder deixar nada para vocês como propriedades, dinheiro…, quero deixar meu nome. Não quero que mais tarde nenhum filho meu tenha vergonha de mim”.

            João Amélio não chegou a ver seu filho como bispo, pois morrera no ano anterior à sua ordenação episcopal em 1957. O caminho vocacional de Dom Jaime passou pela função de coroinha aos 8 anos quando, aos 15 anos, ingressou no seminário[7].

            A formação humana, educacional e sacerdotal de Dom Jaime, se deu no contexto do pós 1ª Guerra Mundial (1914-1918) à 2ª Guerra Mundial (1939-1945). Era um contexto conturbado, de grandes crises econômicas a nível mundial, na época  de forte tendência ideológica da expansão do regime comunista. Dom Jaime viveu toda sua formação básica e sacerdotal durante os papados de Pio XI (1922-1939) e Pio XII (1939-1958). Durante o governo desses dois papados, a Igreja gestava no seu interior movimentos (bíblico, litúrgico, ecumênico e laical) que dariam impulso para a convocação do Concílio Vaticano II (1962-1965), pelo Papa João XXIII, no dia 25 de dezembro de 1961, através da Bula papal “Humanae salutis”.

A condução pastoral da Igreja no Brasil ainda era regida pelo Vaticano; não existia ainda a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)[8]. Diante deste contexto, Dom Jaime viveu grande parte de sua vida até sua eleição episcopal, prestes a uma proposta inovadora do modo de ser Igreja trazida pelo Concílio Vaticano II.



  • ESTUDOS PRIMÁRIOS E FORMAÇÃO CRISTÃ


Dom Jaime sempre teve gosto pelos estudos, ainda aos 5 anos, mesmo sem idade para se matricular, acompanhava os irmãos ao Grupo Escolar de Cristais, lugarejo onde estudou os seus primeiros anos. Mais tarde, seu pai, João Amélio, mudou-se com a família para o centro urbano de Franca, para que seus filhos tivessem uma melhor educação; matriculou os meninos no Colégio Marista e as meninas, no Colégio das irmãs[9].

Em sua formação cristã, e provavelmente em sua formação educacional, Dom Jaime considerava seus pais, dona Guilhermina e o Sr. João Amélio, grandes modelos que lhe dera venerável exemplo em sua vida:


PRIMEIRA PROFESSORA

Minha primeira Professora foi minha querida Mãe. Mestra extraordinária, mulher de grande quilate. Única, sem imitação e repetição. É o que todos desejamos à ‘mulher professora’ no amor ao seu filho, já nascido ou que está para nascer, pois é no seu seio, no seu coração que está o ‘aluno de amanhã’[10].


PAI EXEMPLAR

A figura de meu pai será sempre um estímulo nas lutas e nos combates da vida. Fiel e temente a Deus, mereceu a graça de ter ao redor de sua mesa a riqueza de catorze filhos. Ajoelhado junto ao seu túmulo,  na lágrima de uma saudade e na prece de um afeto filial, carrego comigo, se não a sua presença física, ao menos a certeza da sua grande personalidade moral. Meu saudoso pai ensinava-nos lições de envergadura tal, que foi a maior herança que nos legou. Ensinava-nos, pelas palavras, e mais ainda pelo exemplo e pelas atitudes, que a verdade é tudo na vida. Que a retidão do caráter é tesouro valiosíssimo[11].


  • FORMAÇÃO SACERDOTAL E EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO

O despertar vocacional de Dom Jaime ao sacerdócio já lhe era bem evidente desde criança. Por isso, não houve por parte do ainda menino Jaime, grande hesitação na escolha de trilhar o caminho da vida religiosa.

A minha avó materna tinha muita vontade de que um filho seu fosse padre. Um desejou ser Irmão marista, mas deixou logo a Congregação e ninguém mais foi. Mais tarde, quando nasci, Deus me chamou. Uma vez, fui com ela visitar um doente. Pensei: Quem sabe, eu vou dar a unção dos doentes para um enfermo assim”[12].

Logo percebe-se que o despertar de Dom Jaime se deu num contexto de serviço e caridade. Sinal de vocação que esteve presente em toda sua vida.

Durante o período de formação sacerdotal, período que compreende o período de 1931 a 1941, Dom Jaime dava claros sinais de liderança. Tal personalidade, já tinha desde criança, foi ainda mais desenvolvida nos tempos de seminário:

Ele exercia esse dom lendo discursos. Gostava disso. Qualquer discurso servia para inspirá-lo. Ao ler e repetir textos de jornais, revistas e livros, foi formando o caráter de grande orador. Desde a infância, Jaime sempre foi líder. No seminário aprimorou essa qualidade. Para ele a vocação sacerdotal estava com liderança comunitária. Um padre deveria ser o grande referencial do seu povo, tudo para fazer com que o Evangelho fosse propagado com eficiência”[13].

Para ser o sacerdote e fiel discípulo de Jesus no seguimento de sua vocação, Dom Jaime também teve que vencer suas misérias. As angústias na maturidade afetiva não lhe imperiram de seguir em frente: “Guardo até hoje o meu voto de castidade, o meu celibato, fiel a Igreja. Meu coração é virgem e vou assim até o fim, se Deus quiser”[14]. Sendo jovem, bonito, elegante, Jaime, ao fazer o voto e a promessa de castidade aos 23 anos, chegou a temer. Mas seguindo a firme indicação do diretor espiritual, abria sem reservas o coração e fez o voto da promessa e do celibato[15].

Dizia já nos seus últimos anos de vida, que a determinação venceu o medo e que nunca pensou em deixar o sacerdócio. O que Dom Jaime revelou de si, soa como alerta para os pais que delegam à escola ou à rua a educação sexual dos filhos. Confessa que na adolescência sentiu falta de uma orientação sobre a educação sexual e que, na época, seu pai não instuiu os filhos sobre a vida sexual, pois também não havia sido instruído. Somente no seminário foi então que Dom Jaime teve alguma orientação, suas orações e a graça de Deus lhe deram forças para corresponder às exigências da vida sacerdotal[16].

Dom Jaime ingressou no ano de 1931 como aluno interno no Colégio São José, dirigido pelos padres Claretianos, em Batatais, perto de Franca-SP. Já no ano seguinte, em 1932, transferiu-se para o Seminário Diocesano de Campinas-SP. Estudou Filosofia no Seminário Central Maria Imaculada do Ipiranga, São Paulo-SP, entre os anos de 1935-1937. Ainda neste mesmo Seminário cursou Teologia entre os anos de 1938-1941[17].

No ínterim dos anos em que cursava Teologia, ainda como seminarista, Dom Jaime recebeu a Tonsura Clerical em 1938. No ano de 1939, seria enviado a Roma para estudar Direito Canônico, mas devido à guerra, o Bispo Diocesano de Ribeirão Preto não concordou por acreditar ser muito perigoso. Terminada os estudos teológicos, Dom Jaime foi ordenado sacerdote em 7 de dezembro de 1941 na cidade de Ribeirão Preto-SP[18].

Entre os anos de 1942-1944, Padre Jaime foi nomeado vigário coadjutor da Catedral São Sebastião de Ribeirão Preto-SP. Entre 1944-1956 é nomeado Cura (Pároco) da Catedral São Sebastião de Ribeirão Preto-SP onde permaneceu todo o seu ministério presbiteral até sua eleição episcopal a 3 de dezembro de 1956. Todo período em que exerceu seu minitério presbiteral na Diocese de Ribeirão Preto, assumiu diversas funções entre outras atividades: de 1942 a 1944 assumiu a função de secretário geral do Bispado de Ribeirão Preto-SP e Chanceler da Cúria Diocesana. No período de 1942 a 1954 assumiu diversas funções: foi diretor diocesano das Congregações Marianas e da Pastoral Vocacional; confessor dos seminaristas do Seminário Diocesano e Procurador Diocesano do mesmo Seminário, Ribeirão Preto-SP; assistente Diocesano da JEC, JOC e JUC e professor de Religião no Ginásio do Estado em Ribeirão Preto-SP[19].

Alguns escritos datam dessa época quando ainda padre, mas precisamente entre os anos de 1942 a 1956. Dom Jaime escreveu: “Plenitude do sacerdócio”; “Por um mundo melhor”; “Diário da manhã” em Ribeirão Preto-SP[20]. Em 1950 recebeu o título de Cônego Honorário da Catedral de São Sebastião de Ribeirão Preto. Em em maio de 1956, recebeu o título de Monsenhor  Camareiro Secreto do Papa Pio XII. Neste mesmo ano, padre Jaime é nomeado bispo para a recém criada Diocese de Maringá no Paraná.



  • EPISCOPADO: NOMEAÇÃO, SAGRAÇÃO EPISCOPAL E POSSE


A eleição (nomeação) episcopal de Dom Jaime se deu a 3 de dezembro de 1956 pelo Papa Pio XII:


Bula do Papa Pio XII elegendo Dom Jaime Luiz Coelho primeiro Bispo de Maringá


Ao dileto Filho JAIME LUIZ COELHO, Cura da Catedral de Ribeirão Preto, primeiro bispo eleito da Diocese de Maringá… Devendo prover às necessidades da Diocese de Maringá, criada no mês de fevereiro do corrente ano… elegemos-te, filho dileto, para Bispo e Pastor da mesma Sede de Maringá… Damos-te o governo e a administração desta Diocese quer no que se refere às coisas religiosas quer aos bens temporais… Queremos que, antes da consagração e da tomada de posse da Diocese, perante algum Bispo, em comunhão com a Sede de Roma, faças a profissão de fé católica e o juramento quer de fidelidade a Nós e aos Pontífices Romanos quer contra os erros dos Modernistas…’

Cidade do Vaticano, 03 de dezembro de 1956.

Pius PP XII

A diocese que lhe fora confiada para o pastoreio do rebanho de Cristo era a Diocese de Maringá (desmembrada da Diocese de Jacarezinho, contava com 450 mil habitantes e 24 municípios

A Sagração Episcopal de Dom Jaime aconteceu no ano seguinte, aos 20 de janeiro de 1957, em Ribeirão Preto-SP, na Catedral São Sebastião da sua Diocese de origem, onde exercera todo o seu ministério presbiteral..

Dom Jaime escolheu como lema episcopal a passagem da carta de São Paulo aos Colossenses: “Cristo seja tudo em todos” (Cl 3,11). 


A posse de Dom Jaime como bispo diocesano, se deu no mesmo dia da instalação canônica da Diocese de Maringá, aos 24 de março de 1957; dia em que Dom Jaime pisou o solo do noroeste do Paraná pela primeira vez, chegando horas antes, para a solene Missa de intalação da Diocese e posse de seu primeiro bispo. Maringá, até então, era terra desconhecida de Dom Jaime, que nos legou o seguinte relato:

Procurei no mapa do Paraná onde ficava Maringá. Não havia. “Em que lugar fica, no Paraná, essa Diocese?” queria saber. Só depois da publicação da minha nomeação de Bispo é que, daqui de Maringá, me mandaram um mapa da colonizadora Sinop em que constava a nossa cidade[23].


A chegada de Dom Jaime em Maringá foi impactante. Uma multidão aguardava sua chegada ao redor da Catedral de madeira, estavam eufóricos com o primeiro bispo da recém criada Diocese. Dom Jaime não mediu esforços para logo visitar as comunidades mais longínquas: desde as barrancas do Rio Paraná, onde se estendia a Diocese, e do Ivaí ao Paranapanema[24].

Em 1957, ano da instalação canônica da Diocese de Maringá, a Diocese contava com um número de 15 paróquias[25] entre seus 24 municípios. Naquele tempo, muitas das construções davam-se com a abundante madeira da mata. Igrejas inicavam como simples capelas para ao longo do anos darem lugar a construções melhores. Somente três cidades contavam com templos em alvenaria: Jandaia, Mandaguari (em fase de conclusão) e Marialva (em início de obras)[26].

Havia naquele momento cerca de 22 padres religiosos (palotinos, capuchinhos, josefinos, carmelitas e jesuítas) e 7 padres diocesanos, ambos auxiliavam o bispo diretamente na evangelização. A nova Diocese também contava com uma congregação religiosa masculina, a dos irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora, e cinco congregações femininas: Carmelitas da Caridade de Vedruna, Missionárias do Santo nome de Maria, Franciscanas da Sagrada Família, Franciscanas da Imaculada Conceição de Maria de Bonlanden e Carmelitas Missionárias de Santa Teresa do Menino Jesus[27].



2. AÇÕES DE GOVERNO DIOCESANO (CRIAÇÃO DE PARÓQUIAS, EDIFICAÇÕES, CONSTITUIÇÕES DO CLERO DIOCESANO)


Durante o período de 40 anos que Dom Jaime esteve no governo da Diocese (1957-1997), muitas coisas aconteceram. O Arcebispo Metropolitano e bispos da Província Eclesiástica de Londrina-PR, aos 16 de abril de 1979, pediram a criação da Província Eclesiástica de Maringá, incluindo as dioceses de Campo Mourão, Umuarama e Paranavaí como sufragâneas visando ao maior crescimento da Pastoral na região do Norte Novíssimo do Paraná[28].

A solicitação foi atendida meses depois, aos 28 de novembro de 1979, com parecer favorável da nunciatura à criação da Província Eclesiástica de Maringá ao qual o Santo Padre nomeia Dom Jaime Luiz Coelho como primeiro Arcebispo da nova Arquidiocese de Maringá, sede da nova Província. A instalação canônica da Arquidiocese de Maringá com a tomada de posse de seu primeiro arcebispo se deu aos 20 de janeiro de 1980, na Catedral de Nossa Senhora da Glória, em Maringá, durante a celebração eucarística, às 10 horas[29].

Logo que chegou a Maringá para assumir o governo da Diocese, uma das principais pretensões de Dom Jaime, era a construção de uma nova Catedral. Seu espírito empreendedor o levou a ousada iniciativa de contruir um monumento imponente; aos 15 de agosto de 1958, fora o lançamento da pedra fundamental. No cenário mundial, vivia-se o contexto da corrida espacial entre russos e norte-americanos, onde, o Sputnik, foi o primeiro satélite artificial lançado à órbita. Para Dom Jaime, aquele foguete que se desprendia do chão para ao alto, tornou-se referência para o modelo da nova Catedral como ideal da vocação humana.

Aos 03 de março de 1981, é publicado um texto - “Dedicação da catedral” - de Dom Jaime Luiz Coelho no jornal “O Diário do Norte do Paraná”. O texto rememora bem sua intenção quando apresentou o projeto de uma nova Catedral ainda em meados de 1958: Dom Jaime idealizava um projeto revolucionário na arte sacra com um imponente arrojo arquitetônico para a futura Catedral diocesana. Eis um excerto de suas palavras[30]:

“Era a época dos ‘satélites artificiais’, dos ‘SPUTINIKS’, e o projeto da Catedral de Maringá tornou-se um convite – em meio a tanto desenvolvimento material e riqueza da região – ao pensamento da eternidade, das coisas de Deus e da fugacidade daquilo que é terreno. ‘POUSTINIKKI’ são aqueles que, numa heróica reclusão, se afastam do mundo para ficarem mais perto de Deus. A CATEDRAL DE MARINGÁ deseja ser este símbolo, e também uma oportunidade de se tornar um ‘OASIS’ em meio ao torvelinho da vida”.


            A construção da nova Catedral foi previamente concluída no dia 10 de maio de 1972, consagrada no dia 3 de maio de 1981 e, aos 21 de janeiro de 1982, pelas mãos do papa João Paulo II, recebeu o título de Catedral Basílica Menor. Podemos dizer que sua padroeira, Nossa Senhora da Glória, ressalta ainda mais a vocação humana como realização do desígnio de Deus para toda humanidade, ou seja, ir ao seu encontro. No entanto, a motivação para Nossa Senhora da Glória ser a padroeira da Catedral de Maringá traz um intuíto catequético próprio daquele contexto: difundir o dogma da assunção de Maria ao Céu proclamado pelo papa Pio XII em 1950.

            Concomitantemente ao projeto da construção da Catedral, outra grande pretensão de Dom Jaime, foi a construção de um Seminário para a formação dos seus próprios padres diocesano. Conforme o item 6 do decreto de execução da bula papal – graviter onerata conscientia (sob grave encargo de consciência) – era uma obrigação a contrução de Seminários[31].

A Companhia Melhoramentos do Norte  do Paraná (CMNP) reservou para a construção do futuro seminário diocesano um alqueire de terras[32]. Com doações e economias, em cinco anos (1958-1962), foi cumprida a construção do primeiro de três pavilhões. No dia 24 de março de 1962, se deu a inauguração do Seminário Menor Nossa Senhora da Glória que acolheu 60 garotos; o seminário foi registrado como “Instituto Educacional e Agrícola de Maringá”, o que facilitou sua associação à Cooperativa Agrícola Sul-Brasil[33].

Comemorando 10 anos da instalação da Diocese, no dia 24 de março de 1967, foi inaugurado o 2º pavilhão, de serviços. Em 1968, havia passado 350 alunos, entre os quais apenas José Vieira da Silva chegou à ordenação sacerdotal, diante disso, tomou-se a dura decisão de fechar o seminário menor. Como ainda não era possível o curso de Filosofia, os seminaristas eram enviados para estudar em Curitiba. Assim o prédio ficou à disposição da realização de cursos, encontros e retiros do clero e dos fiéis leigos[34].

No dia 21 de março de 1982, foi inaugurado o 3º pavilhão, dando por concluída a principal obra da Igreja de Maringá. De 1983 a 1986, Dom Jaime voltou a formar seus seminaristas na própria Diocese com a abertura do Instituto de Filosofia de Maringá; por essa época, 1984, foi aberto o Curso de Teologia em Londrina, para as dioceses do Norte do Paraná, não mais enviando os seminaristas para Curitiba[35]. No dia 8 de dezembro de 1992, Dom Jaime decidiu pela abertura do Seminário Propedêutico Santo Cura d’Ars, em Maringá[36].

Devido à problemas de relacionamento, de Londrina, Dom Jaime envia seus seminaristas para Cascavel, para completarem os estudos teológicos no CINTEC – Centro Interdiocesano de Teologia de Cascavel, permanecendo assim, enquanto esteve no governo da Igreja de Maringá, em 1997[37].

Durante os 40 anos de história no governo da Arquidiocese de Maringá (1957-1997), Dom Jaime criou 41 novas paróquias e formou muitos padres. Por duas vezes recebeu convite da parte da Santa Sé para transferir-se para outras cidades consideradas de maior importância que Maringá (1962 e 1970), mas recusou-as e não voltou a recebê-las[38].

Quando completou 75 anos, idade aconselhada para pedir renúncia do ofício do governo da Diocese, apresentou sua disposição de entrega do cargo; mas numa visita ad limina ao Papa João Paulo II, impressionado com a vitalidade que o via exibir lhe disse: “Setenta e cinco anos? Com essa cara?”. Ficou por mais seis anos até que no dia 7 de maio de 1997, numa reunião conjunta do clero, Dom Jaime comunicou oficialmente o nome do novo arcebispo a sucedê-lo no governo da Igreja de Maringá, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, que tomaria posse no dia 11 de julho daquele ano[39].



3. AÇÃO PASTORAL E IMPACTO SOCIAL


            A ação pastoral de Dom Jaime na Arquidiocese de Maringá foi intensa. O então jovem bispo que pisou à terras maringaenses viu-se em um município pequeno, com muitas carências sociais. Diferente de tomar uma postura de desgosto ou desânimo, apaixonou-se pela sua nova casa: a cidade de Maringá e os municípios que fariam parte da sua mais nova Diocese. Com a experiência adquirida de uma cidade grande como Ribeirão Preto-SP, de onde viera, aliada a uma visão empreendedora, somado à uma fina habilidade política, logo tratou de harmonizar o seu sonho para a sede de sua Diocese tendo como horizonte sempre o reino de Deus e o anúncio do Evangelho.



  • DINAMIZAÇÃO PASTORAL DA DIOCESE


A Igreja de Maringá, ao tempo de sua instalação canônica em 1957, dispunha de uma dinamização pastoral aos moldes do Concílio de Trento (1545-1563). Cinco anos depois, o Concílio Vaticano II (1962-1965) lhe daria um outro horizonte.

No que toca a ação pastoral, até o Concílio Vaticano II, “a congregação mariana impôs-se como única escola de formação dos leigos, além de celeiro onde os vigários garimpavam os melhores agentes paroquiais”[40]. Não era um movimento voltado para dentro, “antes, preparava os congregados para a ação apostólica destinada a setores específicos da paróquia e da sociedade: crianças do catecismo, jovens, atletas, operários, encarcerados, enfermos, indigentes, prostitutas etc.”[41].

Paralelamente, a Pia União, era outro meio que dava as moças opção para uma escola de formação de vida, a fim de ingressarem no Apostolado da Oração. A congregação Mariana e a Pia União, eram os únicos espaços que os sacerdotes dispunham para a formação de lideranças. Até então, Dom Jaime se dispunha destes dois meios para a dinamização da pastoral. Sempre inquieto, o jovem bispo de Maringá, sentia necessidade de algo mais, frente à multidão de diocesanos que recebeu[42].

Após o Concílio Vaticano II, no ano de 1965 deu-se a implantação de importante medida administrativo-pastoral. Diante de muita reflexão e consultas, o bispo criou cinco decanatos (regiões pastorais) para melhor governo da Diocese. Tal medida levou à criação de várias paróquias no decorrer dos anos.

Em 1968, devido ao novo contexto, foi criada a Diocese de Paranavaí. Com o desmenbramento territorial, a Diocese de Maringá passou por uma reformulação. Os cinco decanatos que vigoravam desde 1965, passaram a três no segundo semestre de 1968 nos respectivos municípios de Jandaia, Maringá e Nova Esperança[43].

Além de poucos padres que dispunha em sua Diocese, Dom Jaime se deparou com outro desafio. A forte imigração japonesa em vários municípios da Diocese. Dom Jaime solicitou ao núncio apostólico um missionário japonês. Aos 25 de junho de 1958, chega para a Diocese o padre Miguel Yoshimi Kimura, para o atendimento da comunidade Nipo-Brasileira, com o desafio da língua e da cultura. Dom Jaime também conseguiu as Irmãzinhas da Imaculada Conceição, entra as quais haviam irmãs nisseis[44].

Em outro momento, a presença dos leigos foi de grande importância na dinamização pastoral. Com o Papa Pio XI, o leigos foram interpelados a um protagonismo eclesial através da encíclica Ubi Arcano, de 23 de dezembro de 1922, que deu origem a “Ação Católica”. Nos primeiros anos da Diocese de Maringá, Dom Jaime deu apoio e orientação espiritual ao JEC (Juventude Estudantil Católica) na ação evangelizadora junto aos jovens. Também incentivou na Diocese o MFC (Movimento Familiar Cristão)[45].

Após esse percurso pastoral, somente em 1968 a Diocese começa a caminhar pastoralmente de modo mais sistemático. Nos anos de 1972 a 1982, houve grande desenvolvimento na ação evangelizadora que tinha como coordenadores, padre Almeida e padre Orivaldo Robles; ambos tinham a confiança e o respaldo de Dom Jaime. O 1º Plano de Pastoral Orgânica da Diocese de Maringá, surge no de 1973[46].

Outra preocupação do bispo estava voltada para a implantação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Colocando à frente da assessoria o recém ordenado padre Valério Odorizzi, o sonho da implantação das CEBs de Dom Jaime, vai se realizando com a elaboração do 1º Plano de Pastoral Orgânica dos Bairros da Cidade de Maringá, em 1974: “a Igreja de Maringá caminhou desde o início dos anos 70 até 1996, pela senda das CEBs como forma de viver a fé, incorporando as novas situações que a realidade ia suscitando”[47].

Na Igreja de Maringá, ainda faltavam padres e leigos envovidos na ação pastoral; mas a necessidade era maior em outras realidades. Atendendo às necessidades urgentes do Brasil, Dom Jaime adere ao projeto Igrejas-irmãs em meado dos anos 70, que tem por objetivo “levar as Igrejas mais dotadas de recursos humanos, pastores e financeiros a assumir fraternalmente Igrejas em situações de maior carência, prestando-lhe ajuda para a superação de seus problemas”. Desde então, a Igreja de Maringá vem contribuindo no envio de padres missionários para as realidades mais necessitadas[48].

Nos seus 40 anos de governo da Igreja em Maringá, Dom Jaime sempre manifestou tamanha preocupação pelo pastoreio do rebanho que Cristo lhe confiou. Em 1957 escreveu aos seus queridos diocesanos a Carta Pastoral que se divide em três partes: 1ª – Plenitude do sacerdócio; 2ª A missão episcopal; 3ª Como realizar esta missão.

Houve outros escritos seus: 1942-1956 – Escreve: “Plenitude do sacerdócio”; “Por um mundo melhor”; “Diário da manhã” em Ribeirão Preto-SP; 1972 – Escreve: “Reconstruir o mundo” no Jornal de Maringá-PR; “Os 15 anos da Diocese de Maringá”; 1982 – Escreve: “Os 25 anos da Diocese de Maringá”; 1992 – Escreve: “Os 35 anos da Diocese de Maringá”; 1997 – Escreve: “Diocese de Maringá – 40 anos de História”.



  • IMPLANTAÇÃO DO CONCÍLIO VATICANO II


Dom Jaime participou de todas as quatro Sessões do Concílio Vaticano II (1962-1965). À época, encontrava-se muito jovem na participação daquilo que nos referimos como “evento”. Sua participação se deu de modo indireto, pois a condução do Concílio era prepara por Cardeais que compunham a Cúria Romana. A grande maioria dos bispos, participaram na fase preparatória; ao responderem em suas dioceses um questionário. Durante o Concílio, participavam nos intervalos das Sessões com levantamento dos principais temas que visavam as necessidades da Igreja[49].

Naquele tempo nós eramos quase dois mil Bispos no mundo inteiro. Hoje somos mais de quatro mil. E naquela reunião dos Bispos, cada um dando o seu voto nas sessões de decisão. Todos contribuiam com o melhor de si a favor do crescimento da Igreja. Éramos uma assembleia de Bispos jovens, Bispos idosos, mas ali estava a Igreja de Deus reunida na busca de implantar, como dizia o Papa João XXIII, um novo ar na Igreja de Deus[50].


Na Diocese de Maringá, Dom Jaime buscou implantar o Concílio Vaticano II. De uma Igreja sacramentalista para uma Igreja pastoral, do protagonismo laical ao diálogo com a sociedade. Dom Jaime trazia consigo as inquietações de seu íntimo mesmo antes do Concílio quando escreve aos seus queridos diocesanos antes mesmo da sua posse na Diocese[51]:


Cabe a nós, amados Filhos, cumprir tão ardua missão, diante da penúria de sacerdotes em nossa Diocese, e por força mesmo do vosso caráter batismal, conclamo-vos ao trabalho de cada dia. A presença da Igreja pelo laicato é para não subestimar, pois ela é uma força transformadora extraordinária. […] sob este aspecto, os fiéis, e mais precisamente os leigos, se encontram nas primeiras linhas da vida da Igreja: por eles a Igreja torna o princípio vital da sociedade humana.


Certamente, o Concílio deu o horizonte necessário a Dom Jaime para a condução da ação pastoral na Diocese. A pastoral orgânica foi sendo estruturada no decorrer dos anos pós-concílio de modo que, cada vez mais, a pastoral se alinhasse à proposta dos documentos conciliares. No décimo quinto ano da criação da Diocese, surge o 1º Plano Diocesano de Pastoral Orgânica. Com esse plano, Dom Jaime expressa o seu contentamento numa caminhada imbuída do espírito de aggiornamento do Concílio[52]:


Sucessivamente, em nossa querida Diocese de Maringá, a pastoral se desenvolveu num crescimento, diríamos, quase cronológico, à medida que a diocese, agora com 15 anos, se foi formando e organizando. Enquanto foi possível, dada a exiguidade dos Agentes de Pastoral, notavelmente de sacerdotes, o Reino de Deus, mais que por força nossa, mais vivificado pelo próprio Deus, foi crescendo e tomando corpo nesta abençoada região da Igreja”.


É nítido a ressonância dos princípios do Concílio Vaticano II nas palavras de Dom Jaime. Da mesma forma, fica evidente, com a elaboração do primeiro plano para à evangelização, o rumo da práxis pastoral num caminho de unidade e comunhão expressa no objetivo do 1º Plano[53]: “levar a Igreja de Maringá a uma maior comunhão de vida em Cristo, por meio da renovação e coordenação de seus organismos, pessoas e grupos, espalhando uma plena realização de unidade visível do povo de Deus”.

Desde então, a Igreja de Maringá, sob o pastoreio de Dom Jaime, não cessou de elaborar os planos de ação evangelizadora conforme as orientações pastorias conciliares. Uma das aplicações conciliares mais visíveis a nível pastoral, deu-se na reestruturação e organização paroquial em CEBs e setores.


  • CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE


Uma característica marcante de Dom Jaime para a formação da sociedade, desde seu primeiro ano no governo da Diocese, foi o recurso da comunicação: rádio, jornal e TV, usava-os como instrumentos para a evangelização e formação humana.

Já em Ribeirão Preto, já fazia uso desses meios de comunicação e, desde então, perante a nova realidade, aderiu convictamente a tal prática. Em 1957, tratou de entrar em contato com o proprietário da rádio, o radialista Samuel Silveira, para iniciar um programa, da Ave Maria, às 18h, com o nome de “Por um mundo melhor”[54].

No ramo do jornal, exerceu a tarefa de jornalista[55]. Envolvido no mundo dos negócios, tornou-se patrão e, aos 28 de setembro de 1961, sob sua liderança, começaram as atividades da Folha do Norte do Paraná. Em 1963 chegou a fazer um curso de jornalismo em Curitiba[56]. No dia 25 de setembro de 1962 circulou a primeira edição do jornal. Todo seu empenhou foi destinado à finalidade pastoral, desde seus artigos até o recurso financeiro cujo destino era a construção do seminário[57].

Ainda no ramo da comunicação, surge em 1968 o projeto da TV Cultura. Por trás estava Dom Jaime, liderando um grupo de sócios e respondendo como Diretor Presidente do canal. Depois de muitos percalços, o canal 8 foi liberado em julho de 1972 e, em 25 de setembro de 1975, a Televisão Cultura de Maringá Ltda. foi inaugurada oficialmente[58].

            No campo da política, Dom Jaime assumiu uma postura radical na luta contra o comunismo nos anos 60. Chegou a liderar ampla campanha contra a ideologia política do comunismo. Haveria em agosto de 1961 um Congresso de Lavradores e Trabalhadores rurais do Paraná com cunho claramente marxista. Junto com outros bispos, de Londrina e Campo Mourão, Dom Jaime articulou um grande movimento para fazer frente ao congresso organizado pelos comunistas promovendo a chamada Festa da Lavoura[59].

            Como resultado da oposição ao comunismo, Dom Jaime fundou em Maringá, aos 13 de agosto de 1961, juntamente com os bispos de Londrina, Campo Mourão e Jacarezinho, a FAP – Frente Agrária Paranaense. Esse organismo, “nasceu com o claro propósito de barrar o avanço do comunismo na área rural. A mobilização dos bispos revestia um cunho ideológico: tratava-se, na verdade, de defender a fé cristã do ataque de uma doutrina materialista e atéia”[60]. Depois disso, Dom Jaime fundou em 1965 a ADAR – Associação Diocesana de Assistência Rural – que tinha em vista o homem do campo ao qual oferecia cursos: tratoristas; administrador rural; formação de liderança sindical; técnicas de colheita e silagem etc., porém, a associssão que teve por princípio promover a população rural não gozou de muitos anos[61].   

            No área da educação, sua contribuição mais expressiva, partiu da iniciativa de fundar uma faculdade, a FECEM – Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Maringá – conforme a lei estadual nº 4070, de 28 de agosto de 1959, onde, nos três primeiros anos, assumiu a função de Diretor e professor de Ética e Sociologia. A primeira turma formou-se em 1964, quatro anos depois, essa mesma faculdade deu início ao processo da criação da UEM – Universidade Estadual de Maringá.

            Na área social, Dom Jaime realizou obras sociais que favoreceu a Maringá o status de uma cidade sem favelas. Milhares de pessoas da foram retiradas da marginalidade através das obras sociais da Igreja; tal façanha se explica pelo programa habitacional nascido com Dom Jaime – Núcleo Social Papa João XXIII – inaugurado em 1972. O programa consistia na contrução de casas pela Igreja com apoio de entidades; estas casas eram temporariamente usadas por famílias de baixa renda dentro de um prazo de 3 a 5 anos até conseguirem se estabelecer financeiramente. Dom Jaime também criou um albergue noturno Santa Luiza de Marillac, em 1959, para atender as pessoas que vinham para trabalhar em Maringá e não tinham onde ficar[62].

Na área da saúde, olhando a necessidade dos mais carentes, Dom Jaime deu um grande impulso para o bom estabelecimento da Santa Casa regida pelos irmãos da Misericódia de Maria Auxiliadora num modesto salão. Esses, não eram médicos, o que causava resistência e oposição dos médicos locais. Dom Jaime consegue para a Santa Casa uma figura extraordinária que mudaria toda aquela situação: Dr. Carlos Antônio Asinelli, assumiu a função de clínico e médico responsável ficando à frente da Santa Casa por 50 anos, período em que o estabelecimento se tornou referencial em Maringá e região[63].

Entre muitas coisas (Lar Escola da Criança, Asilos São Vicente, Creche menino Jesus), destacamos, por fim, o papel de Dom Jaime no Lar dos Velhinhos, auxiliando como pode diante das necessidades e carências que se apresentavam[64]. Todos os seus feitos, desvela um homem de grande coração empenhado na promoção humana na atuação e presença nas mais variadas esferas civis da sociedade.

 

4. TÍTULOS, CONDECORAÇÕES E HOMENAGENS


1950 – Recebe o título de Cônego Honorário da Catedral de São Sebastião de Ribeirão Preto.


1956 – Em maio, recebeu o título de Monsenhor  Camareiro Secreto do Papa Pio XII.


1972 - Sessão solene da Assembleia Legislativa do Paraná em Maringá para entrega do Título de Cidadão Benemérito do Paraná a Dom Jaime Luiz Coelho, proposto pelo deputado W. A. Brandão. Presença do Governador Ney Braga e Presidência da Assembleia Legislativa do Paraná.


1979 – Dom Jaime é elevado a Arcebispo juntamente com a Arquidiocese em 16 de outubro.


1980 – A Universidade Estadual de Maringá (UEM) concede a Dom Jaime o título de Doutor Honoris Causa.


1982-1983 – Administrador Apostólico da Arquidiocese de Londrina-PR pela morte de seu 1º Bispo e 1º Arcebispo Dom Geraldo Fernandes.


2003 – Foi o primeiro a receber a Comenda Américo Marques Dias, maior honraria do empreendedorismo maringaense.




5. MORTE E LOCAL DA SEPULTURA

            Dom Jaime Luiz Coelho faleceu no dia 5 de agosto de 2013, aos 97 anos de idade, vítima de insuficiência renal crônica. Está sepultado na cripta da Catedral Nossa Senhora da Glória, em Maringá. Durante os 40 anos (1957-1997) em que esteve à frente no governo da Arquidiocese de Maringá, Dom Jaime sempre tratou tudo com muita seriedade, nunca perdendo de vista a sua missão: fazer com que ‘CRISTO SEJA TUDO EM TODOS” (Cl 3,11).





REFERÊNCIAS


BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana. Jaime, uma história de fé e empreendedorismo: Biografia de Dom Jaime Luiz Coelho. Maringá: O Diário do Norte do Paraná, 2009.

COELHO, Jaime Luiz. Carta pastoral sobre a plenitude do sacerdócio e de saudação aos seus diocesanos. Ribeirão Preto, SP, 1956.

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Os bispos do Brasil. Ed. CNBB, 2007. Disponível em: . Acesso em: 01 de junho de 2017.

FEITOZA, Agnaldo (Org.). Pensamento vivo de Dom Jaime Luiz Coelho. Campo Mourão: Gráfica Mourão, 2011.

REVISTA TEOLÓGICA PASTORAL. Londrina. Ano IV – nº 4, 2015.

ROBLES, Orivaldo. A história da Igreja Católica em Maringá: a Igreja que brotou da mata. Maringá, PR: Sinergia Casa Editorial, 2017.

ROBLES, Orivaldo. A Igreja que brotou da mata: 50 anos da diocese de Maringá. Maringá: Dental Press Editora, 2007.

SANTOS, Marcos Roberto Almeida; UBINGE, Genivaldo (Org.). Queridos diocesanos: 50 textos selecionados de Dom Jaime Luiz Coelho. Maringá: Chichetec, 2007.


[1] BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2009, p. 9.

[2] Ibid., p. 9.

[3] Ibid., p. 9.

[4] BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2011, p. 9.

[5] Ibid., p. 9.

[6] Ibid., p. 10.

[7] Ibid., p. 9.

[8] A CNBB foi fundada em 14 de outubro de 1952, no Rio de Janeiro. Tal organismo, consiste na comunhão com todo o corpo eclesial cuja sede maior é o Vaticano; reúne os Bispos católicos do Brasil para que exerçam “conjuntamente certas funções pastorais em favor dos fiéis do seu território, a fim de promover o maior bem que a Igreja proporciona aos homens, principalmente em formas e modalidades de apostolado devidamente adaptadas às circunstâncias de tempo e lugar, de acordo com o direito" (Cân. 447).

[9] BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2011, p. 10.

[10] FEITOSA, Agnaldo, 2011, p.12.

[11] FEITOSA, Agnaldo, 2011, p.13-14.

[12] BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2011, p. 15.

[13] Ibid., p. 15.

[14] Ibid., p. 16.

[15] Ibid., p. 16.

[16]  BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2011, p. 15.

[17] CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Os bispos do Brasil. Ed. CNBB, 2007, p. 179.

[18] Ibid,. p. 179.

[19] CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Os bispos do Brasil. Ed. CNBB, 2007, p. 179.

[20] Ibid, p. 179.

[21] “[…] Maringá, Alto Paraná, Jandaia do Sul, Mandaguaçu, Mandaguari, Marialva, Nova Esperança, Paranavaí, e os recentemente criados Bom Sucesso, Cruzeiro do Sul, Floraí, Loanda, Nova Londrina, Paraíso do Norte, Paranacity, Querência do Norte, Santa Cruz do Monte Castelo, Santa Isabel do Ivaí, São João do Caiuá, São Jorge do Ivaí, São Carlos do Ivaí, São Pedro do Ivaí, Tamboara e Terra Rica” (ROBLES, 2017, p. 206).

[22] BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2011, p. 8.

[23] BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2011, p.27.

[24] Ibid,. p. 27.

[25] “[…] Catedral, São José, Alto Paraná, Bom Sucesso, Jandaia do Sul, Loanda, Mandaguaçu, Mandaguari, Marialva, Nova Esperança, Nova Londrina, Paraíso do Norte, Paranavaí, São João do Caiuá, Tamboara e Terra Rica (esta ainda não instalada)” (ROBLES, 2017, p.207).

[26] ROBLES, Orivaldo, 2017, p. 208.

[27] Ibid,. p. 208.

[28] ROBLES, Orivaldo, 2007, p. 257-260.

[29] Ibid,. p. 261-263.

[30] UBINGE, G; SANTOS, R (Org.), 2007, p. 92-95.

[31] ROBLES, Orivaldo, 2007, p. 147.

[32] “Nos dias de hoje, tantos anos passados e mudanças havidas, o terreno do Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora da Glória compreende área de 8 ¹/2 alqueires paulistas, onde se situam, além do Seminário, pequena reserva florestal, centro arquidiocesano de formação e um auditório com 800 lugares” (ROBLES, 2007, p.149).

[33] ROBLES, Orivaldo, 2007, p. 149.  

[34] Ibid,. p. 150.

[35] Ibid,. p. 154.

[36] Ibid,. p. 155.

[37] Ibid,. p. 156.

[38] ROBLES, Orivaldo, 2007, p. 268.

[39] Ibid,. p. 268.

[40] ROBLES, Orivaldo, 2007, p. 227.

[41] ROBLES, Orivaldo, 2007, p. 228 .

[42] Ibid,. p. 228.

[43] Ibid,. p. 229.

[44] Ibid,. p. 231.

[45] ROBLES, Orivaldo, 2007, p. 235-236.

[46] Ibid,. p. 249-240.

[47] Ibid,. p. 247-248.

[48] Ibid,. p. 250-252.

[49] REVISTA TEOLÓGICA PASTORAL. 2015, p. 17.

[50] Ibid, p.18

[51] Ibid, p. 21.

[52] REVISTA TEOLÓGICA PASTORAL. 2015, p.23.

[53] Ibid, p.23.

[54] BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2011, p. 55.

[55] Ibid,. p. 55.

[56] CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, 2007, p. 179.

[57] BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2011, p. 55.

[58] Ibid,. p. 57.

[59] BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2011, p. 50-51.

[60] ROBLES, Orivaldo, 2007, p. 201.

[61] ROBLES, Orivaldo, 2007, p. 203.

[62] BARBOSA, Everton; PEÑA, Luciana, 2011, p. 73-74.

[63] Ibid,. p. 74-75.

[64] Ibid,. p. 75.