Vivemos numa situação favorável no Brasil no que se refere ao emprego. O país tem uma taxa de desemprego baixa, chegando a uma situação de quase pleno emprego (5% de desempregados), enquanto muitos países, inclusive europeus, tem um alto índice de desemprego, principalmente entre os jovens.
O país também melhorou a condição de vida de muitos trabalhadores e trabalhadoras. Os salários e as condições de emprego melhoraram. Há muito mais acesso à educação e ao crédito, de modo que muitos hoje adquirem sua casa, carro, eletrodomésticos, ingressam no ensino superior e outras coisas mais, embora fiquem um tanto quanto endividados por vários anos.
Hoje os trabalhadores e trabalhadores consomem mais, tem mais acesso aos bens e serviços, mas será que a felicidade e a liberdade aumentaram na mesma proporção? Claro que é fundamental ter os bens necessários para uma vida digna e isso dá mais tranquilidade e paz para as famílias.
Porém, continuamos vivendo num sistema capitalismo desumano e, às vezes, cruel, que prioriza o dinheiro, o capital, em vez de colocar em primeiro plano a pessoa humana, o trabalho. A Igreja nos mostra que qualquer sistema sócio-político-econômico para ser justo e digno precisa colocar a pessoa humana no seu centro.
Assim, percebemos que muitos se tornaram escravos do trabalho, dando o melhor de si para as empresas. Muitas vezes sobra só o “bagaço” das pessoas. E é isso que elas dão para a família e para Deus: suas sobras. Quantos não tem mais tempo pra família, pra rezar, pra tirar um tempo de lazer. São moídos pelos compromissos do trabalho. Muitos até nem precisariam, mas entram no ritmo do querer ganhar mais e mais pra possuir mais coisas.
O dinheiro é necessário, mas não é mais importante do que Deus e a família. Por isso, é preciso não se deixar moer e “dar o sangue” para as empresas. Nosso Deus sim merece o nosso sangue e em vez de tirá-lo de nós foi Ele que derramou o seu por nós. Nossa família sim merece o nosso sangue. Outras causas da justiça e do amor também merecem.
Por isso, vamos reorganizar nossa escala de valores, colocando Deus e a família antes do dinheiro. Vamos gastar tempo para ir à Igreja e rezar, para dialogar com a família, pra passear e se divertir, pra ajudar os mais necessitados, pra se comprometer com as causas do bem e da justiça, pra lutar pela cidadania e pelos direitos humanos.
Dessa forma, vamos colocar o trabalho no seu devido lugar e ganhar nosso dinheiro honestamente, sem ser escravo dele. Vamos gozar da liberdade para qual Cristo nos libertou e assim vamos “trabalhar pra viver e não viver pra trabalhar”.
Padre Sidney Fabril é pároco na Paróquia São José Operário em Maringá
TEMA: “TRABALHAR PRA VIVER E NÃO VIVER PRA TRABALHAR!”
LEMA: “É PARA A LIBERDADE QUE CRISTO NOS LIBERTOU” (Gl 5,1)
DATA: 01 de maio de 2014 – das 16h às 19h.
LOCAL: Saída do antigo aeroporto (Setran) até a Igreja Matriz São José Operário
