02 de Outubro de 2017

"Semana Nacional da Vida"

Nesta primeira semana de outubro, celebramos no Brasil a Semana da Vida, concluindo no domingo dia 8 com o Dia do Nascituro. Todos somos chamados a refletir sobre o valor da vida, que deve ser defendida desde a concepção até a morte natural. A palavra nascituro vem do latim, que significa “aquele que há de nascer”, ou seja, aquele que mesmo sem ter nascido está vivo dentro do ventre da mãe.

A data foi escolhida por ser próxima ao dia de Nossa Senhora Aparecida, e Dia das Crianças. A mãe Aparecida, Mãe do Menino Deus, que ao nascer teve que fugir do tirano Herodes que queria matá-lo. Como vingança os inocentes menores de um ano foram mortos, para garantir o poder e a autoridade, a ganância de um homem sem escrúpulos e amor à vida. Essa data vem carregada de preces de mães que desejam engravidar; por outro lado também de gritos de mães que mataram rejeitaram seus filhos.

Em meio às celebrações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul e do Ano Nacional Mariano, instituído pela CNBB, o tema escolhido para este ano intitula-se "Bendito é o fruto do teu ventre" (Lc 1,42). O papa São João Paulo II na encíclica “Evangelho da vida” afirma: “A vida humana é sagrada e inviolável em cada momento da sua existência, inclusive na fase inicial que precede o nascimento”.

Já o papa Francisco na exortação apostólica Evangelii gaudium,  fala da necessidade de dizer “não” à economia da exclusão e da injustiça, uma economia que mata e considera o ser humano como um bem de consumo. Um dos riscos mais graves ao qual está exposta a época atual é, segundo o papa, o divórcio entre economia e moral, entre as possibilidades oferecidas por um mercado equipado por novidades tecnológicas e as normas éticas elementares da natureza humana, sempre mais negligenciada. Diante dessa situação, é necessário se opor a todo atentado à vida.

“A Semana da Vida e o Dia do Nascituro é essa oportunidade de nós enquanto agentes de Pastoral Familiar fazermos frente àquilo que é contra a vida, nocivo à vida. Mais uma vez estaremos unidos em oração neste mês de outubro para defendermos a vida e refletirmos a beleza de ser mãe e pai, que dão a vida para aqueles filhos que nascem e cuidam dos filhos. Então, a Igreja com essa celebração e as reflexões propostas quer ajudar a todas as famílias a defenderem esse grande e importantíssimo dom que Deus nos deu, que é a vida”, reflete o assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, padre Jorge Alves Filho.

O papa Francisco recorda: “Pra quem é cristão cabe sempre este testemunho evangélico: proteger a vida com coragem e amor em todas as suas fases. Encorajo-vos a fazê-lo sempre com o estilo da proximidade, que cada mulher se sinta considerada como pessoa, escutada, acolhida, acompanhada”. Além das crianças, o papa também falou dos avós, referindo-se à necessidade de proteger também os idosos, esta outra parte da vida. É preciso cuidar dos idosos porque eles têm sabedoria da história, são a memória de um povo. Proteger a vida em um tempo onde crianças e avós são inseridos nessa cultura do descartável e são considerados como material descartável. Crianças e avós são a esperança de um povo! ”.

Somos e devemos ser sempre a favor da vida. Testemunho que ficará para sempre. Ninguém tem direito de tirar a vida de ninguém. Nossa missão é defender a vida, desde a concepção até a morte natural.

 

Dom Anuar Battisti