04 de Novembro de 2018

"Respeito e maturidade política"

As eleições passaram e temos agora a oportunidade de refazer as relações que foram feridas por causa da política. Precisamos entrar num caminho de pacificação consciente, não alienante.

O mundo clama pela unidade, pela tolerância religiosa, pelo respeito às diferenças raciais e regimes políticos. Esse clamor vem sendo feito e mostrado com muitas repercussões positivas pelo Papa Francisco. Quantas inimizades históricas já foram banidas através das atitudes do Papa. Francisco dizia: “O Mundo clama pela  unidade implorada por Jesus, é um dom que devemos pedir insistentemente pelo bem da nossa terra e seus filhos. E é necessário estar atento a eventuais tentações que possam aparecer e ‘contaminar pela raiz’ este dom com que Deus nos quer presentear e com o qual nos convida a ser autênticos protagonistas da história”.

Nosso povo brasileiro ainda precisa aprender e muito. Somos a nação mais plural do mundo. Aqui vivem e convivem pacificamente, raças, religiões, crenças de todo tipo.

Mas ainda temos muito preconceito e divisão. Lamentavelmente essa briga é por partido e por candidatos, e não por um projeto de vida e de reconstrução da dignidade de todo o povo.

Em entrevista ao Vatican News, Dom Leonardo Ulrich Steiner, Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fez boas considerações sobre o momento em que vivemos. Compartilho aqui alguns pontos.

“Quanto ao futuro do Brasil depende de ‘como se comportará o Supremo Tribunal, o Executivo e o Legislativo, são os três poderes que devem ajudar o Brasil. Porém, existe uma preocupação porque muitas das afirmações durante o tempo das eleições não eram favoráveis aos indígenas, quilombolas, pobres e aos direitos humanos. Então tudo depende deste período pós eleição se muda a linguagem e as atitudes. Como sociedade brasileira da qual a CNBB faz parte, agora temos um momento necessariamente de comunhão. Depois da eleição busquemos defender a democracia com a reconciliação.

Hoje no Brasil existem divisões mas também tensões, e não só na sociedade, mas nas nossas próprias famílias, por isso chegou o tempo de fazer um movimento de estender a mão, saber ouvir! O tempo das eleições foi um tempo que não soube ouvir, havia a capacidade de agressão e não da palavra, não da escuta  e esse tempo da escuta e da palavra deve vir agora”.

Vamos recomeçar, com esperança. Somos um país que quer ter paz e justiça. Vamos juntos, com a intercessão de Nossa Senhora Aparecida. Uma abençoada semana a todos!

 

Dom Anuar Battisti