28 de Novembro de 2016

"Advento: Tempo da esperança"

O tempo do advento que iniciamos hoje, significa um novo ano litúrgico, um novo caminho se abre diante de nós, chamando-nos para um encontro pessoal com Aquele que é a Luz, que é o Caminho, a Verdade e a Vida. 

Um encontro com Aquele que é o nosso Pastor, que nos guia pelas estradas da vida, que guia a história, a humanidade, os povos e culturas para a plena realização de uma única civilização: a civilização do amor e da paz. 

Por isso nos envolvemos de corpo e alma na esperança do encontro com o Senhor Jesus, não na manjedoura fria e abandonada de um estábulo, mas no coração sedento e acolhedor de cada um de nós.

Ele vive e está no meio de nós. Presépios e decorações natalinas são sinais que indicam um momento diferente, um fato que mudou a história a mais de dois mil anos e que continua marcando o rumo por onde devemos caminhar. Somos o povo de Deus, construindo esse momento difícil de nossa história, momento que nos chama para assumir a missão de construir aqui e agora o Reino de paz, de justiça e de solidariedade universal. 

O que deve animar-nos sempre é a certeza de que Jesus está conosco, pois Ele é a nossa esperança. Somos operários na vinha do Senhor. É possível como tantos outros, exercer o nosso protagonismo e deixar marcas, construir pontes, unir corações, fazer história, assumir juntos a construção do Reino de Deus. 

Sobre o Advento o papa Francisco diz: “É uma peregrinação universal para uma meta comum, que no Antigo Testamento é Jerusalém, onde surge o templo do Senhor, porque dali, de Jerusalém, veio a revelação da face de Deus e da sua lei. A revelação encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e o ‘templo do Senhor’ tornou-se Ele mesmo, o Verbo feito carne: é Ele o guia e junto à meta da nossa peregrinação, da peregrinação de todo o Povo de Deus; e à sua luz também outros povos possam caminhar rumo ao Reino da justiça, rumo ao Reino da paz. Este caminho não está nunca concluído. Como na vida de cada um de nós, há sempre necessidade de começar de novo, de levantar-se, de reencontrar o sentido da meta da própria existência, assim, para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum rumo ao qual somos encaminhados. O horizonte da esperança!”

Esse é o tempo para fazer um caminho, restituindo a esperança, uma esperança que não desilude porque está fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não desilude, simplesmente porque o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza. Assim esse tempo não se limita a quatro semanas, mas nos leva para um compromisso de fé cada vez maior com Jesus, que vive em nós fazendo um Natal permanente. É um tempo que nos remete à meta final pela qual somos chamados a uma herança eterna, que começou naquele natal, naquela gruta de Belém e hoje nos envolve por inteiro. 

Que este tempo que Deus nos dá para reviver a esperança, restituir o gosto de viver, em tempos de expectativa de celebrar um novo Natal, seja para todos nós um tempo único. Que Maria a Mãe da esperança, que soube acreditar e se transformar na ponte entre o céu e a terra, seja para todos nós o modelo e a certeza de um novo tempo de paz e solidariedade.

 

Dom Anuar Battisti