12 de Dezembro de 2016

"Anuar poderia ter sido abortado. Mas hoje vive"

Após o STF permitir o aborto até os três meses de gestação, muitas manifestações foram feitas e continuamos orando para que as autoridades tenham a consciência de que não podem, sob hipótese nenhuma, criar leis para matar.

As leis devem ser feitas para gerar vida. Nas últimas semanas nunca se viu tamanha aberração do Supremo, cuja missão deveria ser a defesa da vida, da ordem, guardar a constituição, e a busca permanente do bem comum.

Alguém perguntava: “O que a Igreja está fazendo com as mães que não desejam o filho que está sendo  gerado?”

Temos estruturas para acolher essas crianças? Com certeza essas crianças, se forem geradas, mesmo com a rejeição da mãe, terão todo acolhimento e dignidade para o encaminhamento à adoção. Aliás a fila de adoção é enorme. A burocracia brasileira para a doção é das mais rígidas. Para as mães que querem doar seus filhos desde a gestação, temos a Casa de Nazaré em Maringá, por exemplo,  cuja missão é dar assistência a essas mulheres. Temos todas as condições para acolher e dar os encaminhamentos jurídicos.

Tenho uma experiência na minha família. Meu irmão casou-se e não pôde ter filhos. Ele ficou sabendo de uma mãe grávida de três meses que queria abortar. Ele assumiu todo o acompanhamento médico dos meses que restavam da gestação. Quando ainda faltavam dois meses a mãe disse: “Quero tirar essa ‘coisa’. Não aguento mais”.

Com todo o apoio ela suportou até o oitavo mês. Nasceu um belo menino, porém com uma deficiência rara, com complicações de toda ordem. Deram todo o encaminhamento jurídico e hoje meu irmão e minha cunhada têm em casa um menino de 12 anos, que precisa ser cuidado permanentemente. Deram o meu nome ao meu sobrinho. Ele se chama Anuar também.

O amor que eles têm pelo “Anuarsinho”, é impressionante.

Mães grávidas que não querem o filho, por favor não matem! Venham até nós, procure a Igreja, vamos dar todo apoio e carinho para que esta criança venha nascer com dignidade e não vai faltar um lar e corações humanos para a mar e dar dignidade. Nunca busquem o caminho aparentemente mais fácil, porque será sempre o caminho mais doloroso. Mesmo confessando, mesmo se arrependendo, ficará sempre uma marca de morte.  

A consciência, ficará manchada para sempre. O gesto de matar um ser indefeso, deixará sempre o desejo de fazer algo superior para compensar o estrago feito.

Na certeza da misericórdia de Deus, resta recomeçar sempre.

Deus abençoe todas as mães gravidas que desejam abortar, para que sejam . Pedimos também para que os legisladores trabalhem para facilitar o processo de adoção no Brasil e que haja um empenho de todos nós, como sociedade, para acolher as crianças rejeitadas.

Antes de se cobrar por qualquer direito, devemos lutar pelo primeiro dos direitos: o de nascer.


Dom Anuar Battisti