30 de Janeiro de 2017

"Eis-me aqui Senhor"

Estamos entrando aos poucos no ritmo normal do ano. As férias acabando, os passeios terminando, o período da rotina de cada dia começa mais cedo...

Tudo passa, tudo faz parte do dinamismo da vida, buscando sempre o equilíbrio entre ao trabalho e o descanso, entre o comer e o beber, entre os desejos, a realidade, os sonhos e aquilo que é possível realizar. Nenhum lado da vida é perfeito e único. Somando, dividindo, diminuindo, multiplicando, equilibrando as operações matemáticas que vamos encontrar a satisfação do dever cumprido e o gosto  de viver.

Por isso o nosso dia  a dia é feito sempre de um “eis-me aqui”. Pronto para assumir cada momento disposto a fazer só o possível, sem se omitir em nada.

Estar disposto  a recomeçar sempre, acreditando em cada iniciativa, na certeza de que não estamos sozinhos. Aquele que me chamou desde o ventre materno me ama e me acompanha sempre. Não posso fugir, muito menos me omitir diante dos compromissos e da missão a qual fui chamado. “Eis-me aqui” não é uma brincadeira, mas sim a abertura à graça de Deus que me acompanha sempre, e que eu devo dar uma resposta à altura.

O Senhor dialoga comigo. Não posso viver em um eterno monólogo.

Essa semana o papa Francisco, em na sua missa diária dizia: “O Senhor dialoga sempre com aqueles que convida a percorrer esta estrada e a dizer o eis-me aqui. Há muita paciência, muita paciência. Quando lemos o Livro de Jó, todos esses raciocínios de Jó, que não entende, e as respostas, e o Senhor que fala, o corrige e no final, qual é o eis-me de Jó? ‘Ah, Senhor, Tu tens razão: eu te conhecia somente por ouvir falar; agora os meus olhos te viram’. A vida cristã é isto: um eis-me, umeis-me contínuo para fazer a vontade do Senhor. E um atrás do outro…. É belo ler a Escritura, a Bíblia, buscando as respostas das pessoas ao Senhor, como respondiam, e encontrar estas respostas é tão bonito. ‘Eis-me, eu vim para fazer a Tua vontade’”.

O Senhor nos chama todos os dias e nos convida a dizer: Aqui estou Senhor, eis-me aqui.  Por isso a necessidade de dobrar os joelhos diante do Senhor e Deus, não pra chorar ou lamentar, mas para receber Dele os favores que necessitamos.

O papa Francisco falando sobre essa relação com Deus que chama, dizia: “Ele gosta de discutir conosco. Alguém me diz: ‘Mas, padre, quando rezo, muitas vezes fico bravo com o Senhor…’: mas também isso é oração! Ele gosta quando você fica bravo e diz claramente aquilo que sente, porque é Pai! Mas isso é também um eis-me …. Ou me escondo? Ou fujo? Ou faço de conta? Ou olho para o outro lado? Cada um de nós pode responder: como é o meu eis-me ao Senhor, para fazer a Sua vontade na minha vida. Como é? Que o Espírito Santo nos dê a graça de encontrar a resposta.


Dom Anuar Battisti