Reflexão litúrgica: quinta-feira, 22/06/2023 – 11ª Semana do Tempo Comum

22 de Junho de 2023

"Reflexão litúrgica: quinta-feira, 22/06/2023 – 11ª Semana do Tempo Comum"

“SENHOR, ENSINA-NOS A REZAR” (Lc 11,1) 

Na Liturgia desta quinta-feira da XI Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura(2Cor 11,1-11), o grande apreço que o apóstolo Paulo tem pela comunidade de Corinto preocupando-se para que caminhe na firmeza do evangelho por ele anunciado, a defende do erro dos pregadores que entraram em Corinto depois de sua partida. E legitimamente se opõe às fraudulentas maquinações desses a quem ironicamente chama de ‘superapóstolos’. Repele depois outra acusação: ele não se fez sustentar pela comunidade, como era costume, não porque não se sentisse apóstolo como os demais, mas por opção voluntária: não queria seu ministério ser pesado a ninguém. Em Corinto, ele se sustentava fabricando tendas (At 18,3).

No Evangelho(Mt6,7-15), Jesus nos ensina a rezar de forma permanente e amorosa diante da presença do Pai. Ele nos diz que a oração deve expressar nossa maneira de existir, pois o espelho de como rezamos será a forma como viveremos. Vive-se como se reza, portanto, devemos rezar bem para viver bem. A oração precisa ser de filhos, não de escravos, mas de colaboradores, de acolhida, de perdão e, acima de tudo, de amor incondicional. O Nosso louvor na oração não é somente por nossas virtudes, mas, sobretudo, pela misericórdia de Deus que derramou em nós sua graça e seu Espírito Santo. Quando rezamos, Deus nos dá o que precisamos, nem sempre de acordo com o que buscamos. Deus não nos dá necessariamente o que pedimos, mas o que precisamos. A questão é o que precisamos? Maturidade, mais compromisso de entrega pelo Reino de Deus.

Senhor, ensina-nos a rezar. Face ao pedido que os discípulos fazem, Jesus apresenta uma oração: “Nela se mostra o que verdadeiramente vale diante de Deus e deve importar a quem se coloca à sua escuta: seu Reino inspirando os modos de agir dos seres humanos, estabelecendo a partilha e o perdão em todos os âmbitos da vida, fortalecendo a resistência ante as seduções que possam desviar desse caminho. A oração deve ser expressão das efetivas necessidades, na consciência de que o Pai as conhece e acolhe, mas principalmente de que ele oferecerá o Espírito Santo para fortalecer e guiar no caminho de seguir Jesus” (Bíblia Edição Pastoral).

O Catecismo da Igreja Católica, a partir do parágrafo 2.558, nos apresenta as Fontes de Oração, entre elas, a Palavra de Deus, que percorre os seguintes degraus:

1º) Leitura do texto: conhecer, respeitar, situar, será o ponto de partida.

Questão: O que diz o texto? Explicação, exegese.

2º) Meditação: ruminar, dialogar, atualizar (para o eu e o social).

Questão: O que diz o texto para mim, para nós, hoje? Aplicação, hermenêutica.

3º) Oração: súplica, louvor, aqui está a força da Palavra, é viva, mexe.

Questão: O que o texto nos faz dizer a Deus? Nossa resposta à Palavra de Deus.

4º) Contemplação: saborear, enxergar, agir. Ponto de chegada.

Questão:Novo olhar sobre a vida e a história, sobre os fatos. Experiência de Deus, compromisso com o Reino de Deus, para sempre. Ninguém nos tirará a alegria de ser livres.


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Pe. Leomar Antonio Montagna

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi – PR