O SER HUMANO É TEMPLO, ISTO É, SACRAMENTO DA PRESENÇA DE DEUS
Na Liturgia desta sexta-feira, 33ª Semana do Tempo Comum, na 1ª Leitura (1Mc 4,36-37.52-59), vemos que Jerusalém e o Templo são símbolos da libertação do povo, sacramento da presença de Deus. A purificação do Templo é feita para eliminar a presença e ação do opressor, que procura perverter a alma do povo. Nasce a festa da Dedicação, celebrada com muitas luzes e alegria.
No Evangelho (Lc 19,45-48), vemos que Jesus, ao visitar o Templo de Jerusalém, mostra sua consciência de como as atividades religiosas podem ser corrompidas pelos interesses econômicos e políticos de alguns grupos dominantes. Neste texto, Jesus nos fala que devemos promover a vida e não as leis do mercado: "Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio". O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, n° 53, também, nos diz: "Não a uma economia da exclusão e da desigualdade social. Esta economia mata, o ser humano é considerado um bem de consumo, descartável, resíduos, sobras etc".
Os mandamentos do mercado podem ser assim enumerados e confrontados com os mandamentos da Lei de Deus:
1°) Adora o dinheiro;
2°) Usa o nome de Deus para justificar a guerra;
3°) Não guarda o 'Dia do Senhor';
4°) Desmonta a família;
5°) Mata e manda matar;
6°) Legaliza o adultério;
7°) Rouba legalmente;
8°) Usa falso testemunho;
9° e 10°) Cobiça tudo por meio da propaganda e dos meios de comunicação.
Jesus nos diz que esse 'templo mercado’ deve ser destruído, mas Ele se consumiu para reconstruir o templo que é o ser humano: “O zelo por tua casa me consumirá". Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e ressuscita. Deus não quer habitar somente em edifícios, mas no próprio ser humano.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi - PR