NA OFERTA, NÃO DAMOS ALGO EXTERIOR, MAS O ‘SI MESMO’, EXTENSÃO DE NOSSA INTERIORIDADE
Na Liturgia desta segunda-feira, 34ª Semana do Tempo Comum, vemos na 1ª Leitura (Dn 1,1-6.8-20), que em meio à dominação, alguns judeus são escolhidos para servir ao governo opressor, recebendo funções importantes. Como então conservar a fé, que é o cerne da identidade judaica? As regras alimentares constituíam parte importante das observâncias judaicas. O texto mostra que é preservando a própria identidade que o povo poderá conviver com o opressor, sem perder o espírito crítico, a fim de ter força para resistir às imposições com que o opressor tenta desenraizar e alienar os oprimidos.
No Evangelho (Lc 21,1-4), Jesus nos previne quanto ao modo de proceder em relação à vivência da caridade, diz que o exibicionismo e a ostentação são formas de culto à superioridade e não agradam a Deus. Ele nos diz que o que conta diante de Deus não é a quantidade que doamos, mas a disposição interior no agir, o afeto com que se oferece. Na oferta, não damos algo exterior, mas o ‘si mesmo’, extensão de nossa interioridade. A generosidade não é doar algo que sobra, mas até aquilo que nos custa e é mais necessário ainda na vida de outras pessoas que são carentes. Jesus observa o gesto da ‘Viúva no Templo’ que oferece não só o que pode, mas tudo o que tem.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi - PR