Reflexão litúrgica: quarta-feira, 03/01/2024, Tempo do Natal antes da Epifania

02 de Janeiro de 2024

"Reflexão litúrgica: quarta-feira, 03/01/2024, Tempo do Natal antes da Epifania"

SEGUIR JESUS É SER UM POUCO ‘CORDEIRO DE DEUS’, ‘CORDEIRO IMOLADO’, ISTO É, SACRIFICAR-SE PELA SALVAÇÃO DO MUNDO 

Na Liturgia desta quarta-feira do Tempo do Natal, na 1a Leitura (1Jo 2,29-3,6), João destaca que Deus é justo. Jesus Cristo manifestou inteiramente a Deus porque, através de sua vida, mostrou concretamente o que é a justiça divina. Do mesmo modo, quem pratica a justiça mostra que é filho do Deus justo, à semelhança de Jesus. Não basta ser batizado para ser filho de Deus: é preciso praticar a justiça. Essa realidade, porém, ainda está em crescimento, e só se realizará totalmente quando puderem contemplar toda a glória de Jesus Cristo. O mundo não reconhece o Deus justo, porque o princípio que rege a vida do mundo é a injustiça. Desse modo, o mundo considera como inimigos perigosos o Deus justo e seus filhos que revelam a justiça. 

No Evangelho (Jo 1,29-34), vemos que a atitude de João Batista é a daquele que, por etapas, progride na fé, no conhecimento de Cristo. O que provavelmente reflete a caminhada das primeiras comunidades cristãs em busca de uma experiência da presença do Senhor. Vejamos: 

- Não o conhece: “Eu não o conhecia...” (vers. 31). Ou: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” (Mt 11,3); 

- Vê Nele o Messias sofredor: “Eis o Cordeiro (Servo) de Deus que tira o pecado do mundo” (vers. 29); 

- Vê Nele o Santificador: “É o que batiza no Espírito Santo” (vers. 33); 

- Reconhece que Ele é o Filho de Deus: “Eu vi e atesto que Ele é o Filho de Deus” (vers. 34). 

João Batista insiste na identidade diferenciada de Jesus, acentuando sua origem divina e a presença do Espírito Santo Nele. Portanto, desde o início, Jesus é proclamado como alternativa ao sistema religioso da época, pois Ele é o Cordeiro de Deus, que está no lugar dos animais ofertados no Templo de Jerusalém para alcançar o perdão dos pecados. 

A missão de João Batista é, também, nossa missão hoje: apresentar Jesus, tirar o pecado do mundo. Seguir Jesus é ser um pouco ‘Cordeiro de Deus’, ‘Cordeiro imolado’, isto é, sacrificar-se pela salvação do mundo. “Como ovelha foi levado ao matadouro” (At 8,32). “Fostes resgatados de vossa maneira vã de viver, não com bens perecíveis, como a prata e ouro, mas pelo sangue precioso, como de um cordeiro imaculado e sem defeito algum, isto é, o sangue de Cristo” (1Pd 1,18-19). 

Outro fato que devemos destacar da vida de João Batista e que deve prevalecer em nossos dias: o importante é dar testemunho de Jesus, e não querer ocupar o seu lugar, ser oportunista, tirar proveito e buscar sucesso e ostentação pelo cargo que ocupamos na comunidade: “Convém que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30). Importante, também, na comunidade, é louvar a Deus pelos dons dos outros, daqueles que evangelizam com métodos diferentes dos nossos, que rezam e celebram de outras maneiras, que não necessariamente são iguais a nós, mas que, como João Batista, “dão testemunho do Filho de Deus”. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi - PR