Reflexão litúrgica: sexta-feira, 05/01/2024, Tempo do Natal antes da Epifania

04 de Janeiro de 2024

"Reflexão litúrgica: sexta-feira, 05/01/2024, Tempo do Natal antes da Epifania"

QUANDO AMAMOS A DEUS DE FORMA ABSOLUTA, SOMOS LIVRES E NINGUÉM NOS TIRARÁ ESSA ALEGRIA 

Na Liturgia desta sexta-feira do Tempo do Natal, na 1ª Leitura (1Jo 3,11-21), o Apóstolo João destaca que o verdadeiro amor não se manifesta apenas com palavras, mas também e, principalmente, com gestos concretos, sinal seguro de que o Espírito de Cristo permanece em nós. Uma das exigências para ser um bom cristão é o testemunho de vida. Não haverá humanidade nova, se não houver, em primeiro lugar, pessoas novas que firmaram suas vidas na potência divina. “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou, então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”, já dizia o Papa Paulo VI (Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandisobre a Evangelização no Mundo Contemporâneo, 41). A dimensão horizontal da vida se torna, assim, critério da dimensão vertical, isto é, geralmente, se vive, como se reza. Se rezamos bem, viveremos bem, caso contrário, devemos ver a forma que estamos rezando, pois é impossível fazer a experiência de Deus e viver uma vida incoerente com a fé que professamos. Crer em Deus é dar crédito a Ele como valor absoluto, por ele fazemos o bem, somos capazes de renúncias, sacrifícios e gestos heroicos. Quando amamos a Deus de forma absoluta, somos livres e ninguém nos tirará essa alegria, amaremos as pessoas não porque necessariamente merecem, mas porque obedecemos a Deus, Ele determina o nosso agir. 

No Evangelho (Jo 1,43-51), vemos que mais dois discípulos se juntam ao grupo de Jesus: inicialmente Felipe, que apresenta Jesus a Natanael. Este manifesta preconceito por causa das origens de Jesus, que vem de Nazaré. Mas Felipe garante que é dele que falam as escrituras judaicas. Assim, ao final Jesus já é visto como aquele que tem origem divina: é o Cordeiro de Deus, seu Filho, o Messias, e aquele a quem se referem os textos sagrados. Jesus se refere ao sonho de Jacó para se apresentar como a ligação entre Deus e a humanidade. 

Ver o “céu aberto e os anjos subindo e descendo sobre o filho do Homem” significa que o acesso ao céu nos foi aberto pelo sacrifício de Cristo na cruz. Todo o alcance desta afirmação, porém, só será compreendido pelos apóstolos depois de Pentecostes. Naquele momento, o encontro de Natanael com Jesus só poderia inspirar assombro e admiração. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi - PR