Reflexão litúrgica: quarta-feira, 31/01/2024 – 4ª Semana do Tempo Comum, Memória de São João Bosco, presbítero

30 de Janeiro de 2024

"Reflexão litúrgica: quarta-feira, 31/01/2024 – 4ª Semana do Tempo Comum, Memória de São João Bosco, presbítero"

“SANTO DE CASA NÃO FAZ MILAGRES”, POR QUÊ? A CULPA É DELE OU É NOSSA? 

Na Liturgia desta quarta-feira, 4ª Semana do Tempo Comum, na  Leitura (2Sm 24,2.9-17), vemos que o recenseamento demonstrava ambição: de um lado, permitia o cadastramento da população que contribuía com tributos (exploração econômica); por outro lado, o levantamento dos homens aptos para a guerra (dominação política). As duas coisas não são criticáveis em si; só se tornam más quando a autoridade as absolutiza e nelas coloca sua total confiança. 

No Evangelho (Mc 6,1-6), o Evangelista Marcos nos questiona: diante dos profetas que Deus nos envia, estamos dispostos a ouvi-los? A quem ouvimos? Não ter profetas é ruim, pior é não os reconhecer, rejeitá-los porque são humanos e humildes. Rejeitando o profeta, estaremos rejeitando à Palavra e o próprio Deus. 

Neste trecho do Evangelho, as pessoas rejeitam Jesus porque só enxergam a imagem que haviam construído de Deus, um Messias forte, um Deus do espetáculo, “ficaram admirados” (espetáculo não leva a fé os que estão longe, enaltecer os que estão longe, é fácil), rejeitam Jesus pela sua humanidade e pela sua humildade, “filho de Maria, o carpinteiro e ficaram escandalizados”, não creem porque veem, debocham, não acreditam que um humilde possa ter capacidades, ideias: “Entre nós está e não o conhecemos”. 

Sabemos que Deus escolhe os fracos e humildes para confundir os fortes e poderosos e realizar suas obras. Devido a dureza do coração e a falta de fé, podemos concluir, com Jesus: “Santo de casa não faz milagres”, mas por quê? A culpa é dele ou é nossa? 

Hoje somos convidados a renovar nossa profissão de fé, não apenas em Deus, mas também com quem convivemos, aí poderemos modificar o provérbio e dizer: “Santo de Casa, também faz milagres”. 

Tomemos cuidado para que o preconceito não nos feche o coração, pois, naquele tempo, muitos não perceberam a ação de Deus em Jesus. Vejamos a pessoa e não somente os ‘penduricalhos’. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças - Sarandi - PR