Reflexão: Festa da Apresentação do Senhor, sexta-feira, 02/02/2024

01 de Fevereiro de 2024

"Reflexão: Festa da Apresentação do Senhor, sexta-feira, 02/02/2024"

A Apresentação de Jesus no Templo, mais que um mistério gozoso, é um mistério doloroso. Apresentar é ofertar e toda oferta é uma renúncia. 

A Festa da Apresentação de Jesus no Templo (chamada de Purificação de Nossa Senhora, também festa das luzes ou de Nossa Senhora da Luz e/ou Nossa Senhora da Candelária), após quarenta dias de seu nascimento, expressa sua total entrega a Deus, símbolo do sacrifício da Cruz. A apresentação de Jesus no Templo, mais que um mistério gozoso, é um mistério doloroso, Maria apresenta a Deus o filho Jesus, oferece-o a Deus, isto é, ofertar é renunciar. Começa, assim, o mistério de seu sofrimento, que atingirá o cume aos pés da cruz. A cruz é a espada que transpassará sua alma. O gesto de Maria e José que oferecem, integralmente, Jesus, se traduz em um gesto litúrgico que se repete a cada Eucaristia, pois, quando apresentamos o pão e o vinho, eles nos são restituídos como Corpo e Sangue de Cristo. Então, podemos, como Simeão, contemplar novamente a salvação e viver em paz. 

Essa festa encerra as celebrações natalinas e é uma das mais antigas que existe no cristianismo. Quatro séculos depois do nascimento de Jesus, já se faziam procissões, pregações e celebrações muito solenes nesse dia dois de fevereiro. 

Com essa festa, celebramos, também, o serviço generoso dos que veem e anunciam a salvação que o Senhor proporciona a todos: “Meus olhos viram a tua Salvação que preparaste diante de todos os povos, como luz para iluminar as Nações” (Lc 2,30-32). 

Na Liturgia da Apresentação do Senhor, na 1ª Leitura (Ml 3, 1-4), o profeta anuncia que virá um mensageiro da Aliança (Anjo) preparar o povo para o grande dia da purificação dos corações e, então, cada pessoa se tornará uma oferta agradável ao Senhor. 

Na 2ª Leitura (Hb 2,14-18), contemplamos que Jesus é solidário com nossa condição humana e nos salva, vivendo esta condição até o limite extremo de suas possibilidades. A única realidade humana não assumida por Cristo foi o pecado. O primeiro efeito da redenção de Cristo é a libertação da escravidão da morte. Com e na morte de Cristo, a humanidade, pela primeira vez na história, vive a sua suprema adesão a Deus. Jesus, por ter experimentado nossas fraquezas humanas, se torna o Salvador, cheio de compaixão pelos nossos sofrimentos. Nele nós somos mais que vencedores. 

No Evangelho (Lc 2,22-40), o projeto misericordioso e libertador de Deus se revela na criança recém-nascida. Ela será luz para as nações e sinal da glória divina no meio do povo. Neste Evangelho, também, observamos a Sagrada Família plenamente inserida na vida social e cumprindo todas as leis, entre elas, a lei que dizia que todo primogênito pertencia a Deus e que devia ser resgatado por meio de um sacrifício. Nessa ocasião, também se fazia a purificação da mãe e se oferecia um cordeiro. Quem era pobre podia oferecer dois pombinhos em lugar do cordeiro. Jesus tem origem humilde, nasce em lugar pobre, vem pobre e para os pobres. Simeão e Ana representam os pobres que esperam no Senhor a libertação. Deus responde à esperança deles. O cântico de Simeão relembra a vida e missão do Messias: Jesus será sinal de contradição. Isto é, julgamento para os ricos e poderosos e libertação para os pobres e oprimidos. Enfim, este Evangelho é uma comovente lição de humildade, juntamente com aquela pobreza demonstrada no presépio. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças - Sarandi - PR