Reflexão litúrgica: quinta-feira, 22/02/2024 – 1ª Semana da Quaresma, Festa da Cátedra de São Pedro

21 de Fevereiro de 2024

"Reflexão litúrgica: quinta-feira, 22/02/2024 – 1ª Semana da Quaresma, Festa da Cátedra de São Pedro"

OS DISCÍPULOS DE JESUS, EM QUALQUER TEMPO E LUGAR, DEVEM REESCREVER O EVANGELHO COM A SUA PRÓPRIA VIDA 

A celebração deste dia: Festa da Cátedra de São Pedro, Apóstolo, salienta a missão de mestre e pastor conferida por Cristo a Pedro, por ele constituído, em sua pessoa e na dos sucessores, princípio e fundamento visível da unidade da Igreja. 

Na liturgia desta Festa, vemos, na 1ª Leitura (1Pd 5,1-4), que o presbítero é apresentado como pastor, à imagem de Jesus, o supremo pastor. A serviço da comunidade, o presbítero deve atender livre e espontaneamente e não coagido, com generosidade e não como explorador, como modelo e não como proprietário. Assim, ele não é alguém que exerce poder sobre a comunidade, mas alguém que testemunha o Cristo que serve. 

No Evangelho (Mt 16,13-19), a pergunta de Jesus força os discípulos a fazer uma revisão de tudo o que ele realizou no meio do povo. Esse povo não entendeu quem é Jesus. Os discípulos, porém, que acompanham e veem tudo o que Jesus tem feito, reconhecem agora, através de Pedro, que Jesus é o Messias. A ação messiânica de Jesus consiste em criar um mundo plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa de pobres e poderosos à custa de fracos. Por isso, essa sociedade vai matar Jesus, antes que ele a destrua. Mas os discípulos imaginam um messias glorioso e triunfante. 

Neste texto Pedro é estabelecido como o fundamento da comunidade que Jesus está organizando e que deverá continuar no futuro. Jesus concede a Pedro o exercício da autoridade sobre essa comunidade, autoridade de ensinar e de excluir ou introduzir as pessoas nela. Para que Pedro possa exercer tal função, a condição fundamental é ele admitir que Jesus não é messias triunfalista e nacionalista, mas o Messias que sofrerá e morrerá na mão das autoridades do seu tempo. Caso contrário, ele deixa de ser Pedro para ser Satanás. Pedro será verdadeiro chefe, se estiver convicto de que os princípios que regem a comunidade de Jesus são totalmente diferentes daqueles em que se baseiam as autoridades religiosas do seu tempo. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.  


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR  

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças - Sarandi - PR