Reflexão Litúrgica: Quinta-feira, 18/04/2024, III Semana da Páscoa

17 de Abril de 2024

"Reflexão Litúrgica: Quinta-feira, 18/04/2024, III Semana da Páscoa"

INICIAÇÃO A VIDA CRISTÃ: ENCONTRO, ANÚNCIO, CATEQUESE, BATISMO E ALEGRIA DA VIDA RENOVADA 

Na Liturgia desta quinta-feira da III Semana da Páscoa, vemos na 1ª Leitura (At 8,26-40), que a conversão de um eunuco etíope mostra que a fé cristã quebra todas as barreiras, tanto raciais (o etíope é negro), como nacionais (ele é estrangeiro), tanto sociais (trata-se de escravo) como religiosas (o judaísmo não permitia que uma pessoa mutilada pertencesse a comunidade, cf. Dt 23,2). Além disso, o episódio mostra como se realizava uma iniciação na Igreja primitiva: encontro, anúncio, catequese, batismo. 

Vemos neste texto, de um lado, as pessoas que buscam algo ou alguém que lhes dê sentido para a vida; de outro, o evangelizador obedece ao Espírito, que lhe indica o momento e o lugar oportuno para esclarecer quem as pessoas buscam e para fazer o grande anúncio. Não basta ler e estudar a Sagrada Escritura. É necessário que alguém abra a perspectiva da fé para mostrar que a Bíblia, espelho da experiência humana, é o anúncio de Jesus Cristo. O rito do batismo é o sinal que exprime a aceitação de que Jesus é o novo sentido para a vida do batizado. 

Não há caminho de salvação que não passe por estas três etapas: escuta da palavra anunciada pela Igreja, batismo, alegria da vida renovada. A autenticidade de uma etapa condiciona a possibilidade dos outros momentos. 

No Evangelho (Jo 6,44-51), vemos Jesus encarnado e rejeitado, justamente porque é humano: “Eles comentavam: Não é este Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como então pode dizer que desceu do céu?”. A questão que se coloca hoje: Como nos posicionamos diante dos limites e fraquezas dos líderes de nossas Comunidades? Como conciliamos nossas fraquezas com a vida espiritual? 

Enfim, penso que esta Liturgia quer reforçar em nós que Jesus é o socorro de nossa humanidade e providencia o que mais necessitamos no caminho: ‘Pão da Vida’, aquele que comer deste pão terá a vida eterna. E a vida eterna não é a mesma coisa que vida pós-morte. Vida eterna significa vida reconciliada, em intimidade com Deus. Vida que já começa aqui, numa existência orientada para Deus, em profunda união e obediência com ele, e se prolonga após a morte. Na morte, não há ruptura, mas passagem; geralmente, a morte sela o que foram nossas opções em vida no uso pleno e lúcido da razão e da compreensão da fé. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças – Sarandi, PR