Reflexão litúrgica: Segunda-feira (após Pentecostes), 20/05/2024 – Memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, 7ª Semana do Tempo Comum

19 de Maio de 2024

"Reflexão litúrgica: Segunda-feira (após Pentecostes), 20/05/2024 – Memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, 7ª Semana do Tempo Comum"

MARIA É A NOVA EVA, MÃE DA NOVA HUMANIDADE, ESCOLHIDA PARA SER MÃE DO SALVADOR E NOSSA MÃE 

Celebramos hoje a memória litúrgica da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja. Este dia foi inscrito no calendário Romano Geral, pelo Papa Francisco, para ser celebrado todos os anos na segunda-feira depois de Pentecostes. 

Na Liturgia desta segunda-feira, Memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, na 1ª Leitura (Gn 3,9-15.20), vemos que a narrativa central é a Promessa de Deus para a Salvação da humanidade. Adão e Eva representam toda a espécie humana atingida pelo pecado original, em virtude da sua desobediência às ordens de Deus. Levados pelas sugestões do demônio, eles comeram do fruto proibido caindo na armadilha e na astúcia da serpente que lhes garantira ficarem iguais a Deus. O Senhor amaldiçoou a serpente e infligiu duros castigos ao homem e à mulher e as consequências da sua desobediência foram terríveis para a humanidade. Ao mesmo tempo em que os submeteu a duras penas e os expulsou do paraíso, o Senhor decretou também a inimizade entre satanás e a descendência da mulher que pisaria a cabeça da serpente e seria também fustigada e tentada por ela. As palavras de Deus se cumpriram com a vinda de Jesus, descendente de Maria que venceu a satanás e livrou o homem da morte eterna a que estava destinado. Da mesma forma percebemos, que apesar de Jesus já nos ter salvado da escravidão ao inimigo, este continua nos fustigando e nos tentando para cairmos nas suas armadilhas. Se tivermos consciência disso, porém, não nos deixaremos apanhar, pois a Promessa do Pai já se cumpriu.  Eva é a mãe dos viventes, Maria, é a Mãe de Jesus, portanto, Mãe do Salvador que veio para destruir o demônio, nos salvar e nos adotar como irmãos. Maria é a nova Eva, mãe da nova humanidade, escolhida para ser Mãe do Salvador e nossa Mãe. 

Ou At 1,12-14, neste texto Lucas apresenta a primeiríssima comunidade de Jesus. O monte das Oliveiras é o lugar onde começou a paixão e, na sala de cima, Jesus havia celebrado a última Ceia. A comunidade cristã sempre tem como fonte o ato supremo em que Jesus deu a sua própria vida para confirmar o testemunho dado. A presença da mãe de Jesus mostra que a Igreja está em gestação a partir da primeira comunidade, onde todos têm os mesmos sentimentos e buscam continuamente o sentido da sua missão. 

No Evangelho (Jo 19,25-34), vemos que no dia de Pentecostes o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos reunidos com Maria. Aí está o núcleo fundamental da Igreja: a mãe e seus filhos. A Igreja é a mãe e a mãe da Igreja é Maria. A Virgem Maria é Mãe de Cristo e com ele Mãe da Igreja. É mãe da cabeça e dos membros que compõem o corpo numa só unidade. Em Cristo, Maria se tornou a mãe de todos os que se unem a seu Filho pela graça e pela decisão da vontade. Morrendo na cruz, Jesus entregou a mãe ao discípulo e o discípulo à mãe. Sem um nome próprio, o discípulo amado recolhe em si os nomes de todos os discípulos de todos os tempos. 

Uma das últimas recomendações de Jesus: levar Maria para a própria casa como Mãe, a sua mãe. Na hora difícil da Cruz, quando os discípulos se sentiam derrotados, Maria, fortaleza de amor e fé, manteve-se de pé. Após as Bodas de Caná, Maria fica na sombra, agora ela comparece. A partir deste momento, a comunidade dos discípulos de Jesus jamais ficará órfã. João, e ele simboliza todos nós, levou a mãe Maria para sua casa. Nenhuma família é inteiramente feliz quando a mãe, por qualquer motivo, não está presente. Maria faz parte da identidade católica. É sobretudo na hora da dor, que a mãe se faz presente na vida dos filhos e filhas. E ela sempre indica a referência: fazer aquilo que seu Filho pediu. De pé, junto a Cruz, o coração de Maria, cultiva a certeza da Ressurreição. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças – Sarandi – PR