Conheça o trabalho da Pastoral da Educação na Arquidiocese de Maringá

15 de Julho de 2020

Conheça o trabalho da Pastoral da Educação na Arquidiocese de Maringá

Qual o trabalho da Pastoral da Educação em tempos de pandemia? Confira a entrevista com a coordenadora da Pastoral da Educação na Arquidiocese de Maringá, professora Vanderli Tasso Schiavon. Disponível aqui


Sobre a Pastoral da Educação na Arquidiocese de Maringá

Que a Graça e a Paz de Jesus e o amor de Maria esteja com todos vocês!

É com grande alegria e satisfação que escrevo sobre a Pastoral da Educação.

Como filha de Deus, me chamo Vanderli Tasso Schiavon, sou professora da rede pública de ensino básico, licenciada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia, em Administração Escolar e em Educação Especial. Trabalho no município de Marialva, na Rede Municipal de Ensino. Sou católica, no momento exerço duas funções que considero muito importantes que realizo dentro das atividades Pastorais da Paróquia Nossa Senhora de Fátima. A primeira função está relacionada à Liturgia, pois já faz mais de vinte anos que a realizo, e que considero a minha maior paixão, é a arte de montar os arranjos litúrgicos. A segunda função, é ser Coordenadora da Pastoral da Educação desde o ano de 2017, da referida Paróquia.

Quando Deus tem um propósito para cada um de nós e quer  a nossa presença viva nos trabalhos pastorais, Ele dá um jeito todo especial para nos levar em águas mais profundas. No ano passado eu e mais quatro colegas da Pastoral da Educação fomos convidadas e, ao mesmo tempo, convocadas para ser representante da Arquidiocese de Maringá, em um encontro da Pastoral da Educação, que ocorreu nos dias 30 e 31 de agosto de 2019. No referido encontro fui apresentada como Coordenadora de Província, da Arquidiocese de Maringá. Desde então, estamos articulando a passos lentos, os trabalhos da Pastoral da Educação para a estruturação da referida Pastoral na Arquidiocese e Província.

Na Arquidiocese de Maringá - até o momento - temos duas Paróquias em que a Pastoral da Educação atua, são elas: Nossa Senhora de Fátima e Santa Teresa de Jesus, do município de Marialva. Nossa missão futura é ampliar o trabalho que temos desenvolvido às outras paróquias, para que incorpore essa Pastoral tão importante que é o campo da Educação em suas práticas evangelizadoras. A educação é a base para todas as outras atividades que realizamos dentro das outras pastorais porque ela constitui parte da essência de cada pessoa.  A Educação faz a pessoa crescer e desenvolver-se ativamente,  e  tornar-se um grande profissional e cidadão do bem para a sociedade.  

Vivemos em uma época em que a Educação se tornou um campo de atuação profissional muito desgastante, por isso, precisa de um olhar mais cuidadoso por parte de todos os profissionais da sociedade. Sabemos que a Igreja sempre se preocupou com a educação, sempre teve um olhar carinhoso para com a vida dos profissionais que atuam na educação. Hoje, o desgaste profissional da vida de um educador (a) é muito grande, envolve a saúde, pais ausentes, salários  baixos e muitas vezes a falta de respeito por parte de alunos, desencadeando crises interpessoais  que atinge direta ou indiretamente dentro dos muros escolares.

Cada dia, torna-se maior a exigência do profissional (da equipe pedagógica, da zeladoria etc.) que atua  na área da Educação, muitos problemas sociais,  acabam sendo transferidas para a escola, acarretando maior responsabilidade  para os educadores, muitas vezes sentem-se pressionados  e responsabilizados pelo insucesso  do sistema educacional  são muitas  as razões do mundo midiático,  que interferem no bem estar do profissional da educação, há muitas mudanças rápidas  que exigem novas práticas, especialmente,  dos docentes. Os problemas são inúmeros, entre eles estão os avanços tecnológicos, que muitos docentes não conseguem acompanhar por diversos seja por fatores geracionais, ausência de formação continuada etc,  o que motiva frustações que são internalizadas e que motivam emoções, por exemplo, de ser um mal profissional.

Há inversões entre o papel a ser desenvolvido pela escola e pela família, insuficiências de Políticas Públicas, problemas de indisciplina, agressões físicas e verbais, omissão da família na educação dos filhos, os valores morais, sociais e culturais passaram por significativas mudanças que levaram as mulheres ao mercado de trabalho para ajudar no sustento da família. Muitas famílias não acompanham a vida escolar dos filhos, deixando só para a escola ensinar. Alguns pais tentam acompanhar, mas, não conseguem ensinar porque o seu grau de instrução é muito baixo.  

Observa-se uma lacuna na formação da criança e dos adolescentes, isso, interfere diretamente o seu desenvolvimento de aprendizagem em sala de aula, muitos alunos encontram dificuldades na realização das atividades. Isso exige um olhar mais aprimorado do professor para que esse aluno consiga acompanhar todos os objetivos propostos em sala de aula. 

Outra coisa muito séria é a oferta liberada da tecnologia virtual, em que as crianças e adolescentes são grandes consumidores. Evidentemente que a atração pelos estudos fica comprometida. O ato de ensinar fica obsoleto, mais um motivo que leva ao desinteresse em aprender, e quem sofre é o professor.  Estamos na era digital, sentimos que estamos presos cada vez mais a tecnologia. Um grande exemplo é o momento pelo qual estamos passando, se não fosse a Tecnologia, como iríamos fazer para nossos alunos continuem a estudar nesse momento da Pandemia COVID 19? Enfim, sabemos que a tecnologia é um bem necessário, mas é preciso ter um controle de tempo para ser usado, tudo tem que estar dentro do limite, para não extrapolar o excesso de uso.

Observando todos esses conflitos que fazem parte do meio educacional, a Pastoral da Educação tem um grande objetivo que é “Promover, articular e organizar ações evangelizadoras no mundo da educação, compreendido como pessoas, instituições e ambientes relacionados a educação com a finalidade de ser sinal do Reino de Deus e de construir um ser humano fraterno, livre, justo, consciente, comprometido e ético. CNBB, on line, REGIONAL SUL 2”. 

Precisamos fazer com que a Pastoral da Educação seja aceita e apoiada por todos, mas, para isso, é necessário que afirme sua identidade nas paróquias. Pensar somente o universo das instituições educativas seria reducionismo. Precisamos de ajuda de todos os meios da Igreja, para conquistar o coração do professor que ama a sua profissão como educador, para acolher a Pastoral da Educação e ajudar na abertura dessa Pastoral, em toda as paróquias da Arquidiocese de Maringá e da província.

O campo de trabalho da Pastoral da Educação se estende aos seguintes lugares: Igrejas, escolas, meios de comunicação social, famílias, agremiações e outros.  Nestas instituições e em outras, é que a Pastoral presta serviços e ao mesmo tempo anuncia o Evangelho. Na comunidade eclesial, a Pastoral tem caráter celebrativo e nas escolas é ser missionária e profética.  A Pastoral não poderá aproveitar dos horários letivos dos programas de ensino e aprendizagem das escolas, nem se identificar com modelos de ensino, quer da rede pública ou da rede privada.  O que queremos é que o educador (a) seja o instrumento do Reino de Deus nos ambientes educativos. A qual respeita e dialoga com as diversidades religiosas à luz da fé e queiram ser educadores evangelizadores.

Nos momentos difíceis que passam em sala de aula, que eles sejam humanizadores, criadores de vida e de engrandecimento pela condição humana. A Pastoral da Educação, também tem o papel de zelar para que do Ensino Religioso seja garantido na forma da Lei, sem proselitismo e com respeito à diversidade religiosa.  O ensino religioso é uma área de conhecimento ligada ao setor pedagógico das escolas, com didática, conteúdos e métodos específicos, que já vêm organizados pelo referencial curricular dos estados e municípios, e que são ministrados por profissionais habilitados para isso.

Refletindo sobre todos esses problemas que a Educação vem enfrentando nesse mundo midiático, tecnológico, individualista e marcado pela perda de valores e princípios. O Papa Francisco nos mostra que a verdadeira missão da Igreja é “sair ao encontro”, ao encontro mais próximo de Deus e dos irmãos. Ele ressalta uma eclesiologia em saída, uma Igreja que é capaz de romper suas estruturas e ser missionária, capaz de sair da autoreferencialidade para chegar a todos indistintamente, a fim de, testemunhar no mundo da Educação o amor salvífico de Deus.

Por esse amor a Deus é que a Pastoral da Educação pretende ser missionária e se coloca em saída, para ir ao encontro do irmão professor adoecido e afastado de sua função. Ir ao encontro da criança e do adolescente rebelde, perdido no mundo das violências, das drogas e da instituição familiar que atinge todas as esferas da sociedade.  

Nossa missão na posição de Pastoral é levar o Reino de Deus nos ambientes educativos, sempre respeitando a e dialogando com as diversidades religiosas. Além disso, buscamos refletir sobre melhor o caminho para levar Deus aos educadores cristãos e não cristãos, e que se empenham em fazer da área da Educação uma ferramenta humanizadora para nossas crianças, jovens adolescentes e seus familiares que encontram-se sem esperança.

Diante disso, convidamos você leitor-educador, que se importa com a Educação, para que venha fazer parte dessa Pastoral que necessita de sua ajuda, para darmos continuidade e amplitude esse projeto a todas as Paróquias da Arquidiocese de Maringá e da Província.

Referência:

RIBEIRO, João Felipe Silveira. Pastoral da Educação. Disponível em: cnbbs.org.br/pastoral-da-educação/ Acesso em: 06 jul 2020.


Vanderli Tasso Schiavon

Coordenadora da Pastoral da Educação na Arquidiocese de Maringá