Eu decidi ser católico - Revista Maringá Missão, edição fevereiro de 2024

07 de Fevereiro de 2024

Eu decidi ser católico - Revista Maringá Missão, edição fevereiro de 2024

EU DECIDI SER CATÓLICO – MATÉRIA DE CAPA, REVISTA MARINGÁ MISSÃO, EDIÇÃO FEVEREIRO/24
A palavra “católico” vem do grego katholikós, que é a junção de dois termos gregos: kata (sobre, junto) e holos (inteiro, total). O adjetivo refere-se à integralidade. Ser católico é ser plenamente cristão. O catolicismo, portanto, é o cristianismo na sua totalidade.

SER CATÓLICO É acreditar na Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo –, que forma um só Deus e seguir a doutrina católica. No Catecismo da Igreja Católica, n.º 837, diz: “são incorporados plenamente à sociedade, que é a Igreja [católica], os que, tendo o Espírito de Cristo, aceitam a totalidade de sua organização e todos os meios de salvação nela instituídos e em sua estrutura visível – regida por Cristo por meio do Sumo Pontífice e dos Bispos se unem com Ele pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do regime eclesiástico e da comunhão”. Nossa fé católica é baseada nos doze dogmas do Credo, o Símbolo Apostólico que vem dos Apóstolos e que contém todas as verdades reveladas por Deus; os sacramentos e sacramentais, que são canais de transmissão da graça salvífica de Deus; a moral católica centrada de modo especial nos Dez Mandamentos, nas virtudes teologais e morais; e, na vida espiritual, baseada na oração cristã, com forte ênfase no Pai Nosso.

NÚMEROS

O Brasil é o país com maior número de batizados no mundo, com quase 180 milhões de pessoas, confirmando assim que a população brasileira é de fé católica. O dado é do Anuário Estatístico da Igreja, divulgado pela Agência Fides, das Pontifícias Obras Missionárias, publicado pelo Vatican News em 2023. O levantamento mostra alguns dados relacionados à vida da Igreja Católica, no período de 1º de dezembro de 2021 a 30 de novembro de 2022. O número de católicos no mundo é de 1.375.852.000 Com um aumento de 16.240.000 em comparação ao ano de 2022. O continente com a maior população católica é a América com 64,08% dos habitantes, com um aumento de 0,18% em relação a 2020 (o mais significativo dentre todos).

UMA HISTÓRIA DE CONVERSÃO

Viver o processo da conversão à fé católica é um tempo de preparo para viver bem e de aprendizados da Igreja. O Catecismo da Igreja Católica, n.º 1427, nos fala que Jesus nos chama à conversão. “Tal apelo é parte essencial do anúncio do Reino. ‘O tempo chegou ao seu termo, o Reino de Deus está próximo: convertei-vos e acreditai na Boa Nova’ (Mc 1,15). Na pregação da Igreja, este apelo dirige-se, em primeiro lugar, àqueles que ainda não conhecem Cristo e o seu Evangelho. Por isso, o Batismo é o momento principal da primeira e fundamental conversão. É pela fé na Boa Nova e pelo Batismo que se renuncia ao mal e se adquire a salvação, isto é, a remissão de todos os pecados e o dom da vida nova”. Um exemplo dessa conversão é o casal Leonardo Leite Valêncio e Raquel Romero Valêncio, que há pouco mais de quatro anos se converteu à Igreja Católica. “O início do processo de conversão se deu em 2019, quando já me considerava um católico de coração. Mas até contar para minha família, que é protestante, e começar a catequese para receber os sacramentos, já estávamos no final de 2020”, conta o médico, de 27 anos. Ele revela que o processo de conversão começou muito antes de 2019. “Minha criação foi protestante e, desde os meus 15 anos, já estudava a fé em que estava inserido. Meu desejo era conhecer melhor a Deus. Comecei a me incomodar com algumas lacunas de conhecimento e doutrina em relação à Ceia do Senhor. Para os protestantes, a Ceia muda, têm pastores que dizem ser um símbolo, outros que existe uma presença espiritual. Isso começou a gerar dúvidas por não ter uma definição.” Leonardo conta que no início não era aberto a entender a fé da Igreja Católica. “Meu melhor amigo, que também é meu cunhado, começou a estudar sobre a Igreja e ia me mandando artigos e documentos do que estava lendo. E quando ele me mandou um texto sobre a Eucaristia me despertou, pela explicação que nunca tinha visto e me deu uma resposta que não tinha.” E ainda conta que: “a partir daquele texto, fui estudar e vi que não era possível contestar”. Ele ressalta que, enquanto protestante, já amava Deus. “Mas com a fé católica pude ver o mundo lá fora, com um deslumbre completo. Eu quis ser católico e estudei para entender a doutrina da Igreja.” E finaliza: “vejo o movimento do Espírito Santo na conversão de protestantes ou do retorno das pessoas à fé”. Leonardo e Raquel são casados há mais de dois anos e tem um filho. Eles se converteram na mesma época. “Para mim, o momento mais difícil foi contar para meus pais da minha decisão. O pontapé da conversão foi no dia que a igreja que frequentava com meus pais fechou. Quando a gente foi embora, meu irmão e o Leonardo contaram que eles estavam estudando algum tempo e estava querendo sair dali. Já tinha muita coisa que nos incomodava, mas isso não dava mais”, conta Raquel. Ela explica que foi estudando e gostando muito da fé católica. “No fundo, participava da igreja, de onde eu era, porque nunca havia estudado outra coisa, estava até que satisfeita, mas sentia falta de tudo que encontrei depois na Igreja Católica e não sabia.” Raquel, de 25 anos, diz que as pessoas sempre perguntavam sobre o papa, santos e Maria e que ela ainda não tinha as respostas. “Li o livro ‘Todos os caminhos levam a Roma’ e lá tinha todas as respostas para as perguntas que tinham colocado na minha cabeça. Depois do livro, pude quebrar todas as objeções que colocaram.” O casal frequenta a Catedral Nossa Senhora da Glória, em Maringá. “Hoje as peças da vida religiosa se juntaram depois que me tornei católica. Depois que a gente começou a frequentar a missa, eu amei, é uma alegria. Era isso que buscava.”

ESTAR A SERVIÇO DE DEUS

A cantora e empresária do ramo de eventos Tálita Conciani, de 37 anos, conta um pouco da sua história e como hoje retribui com o dom que recebeu de Deus. “Minha família nunca teve uma religião. Comecei a frequentar a Igreja Presbiteriana do Brasil com 8 anos de idade, quando uma vizinha me levou. Foi ali que comecei a cantar.” Ela se mudou para Maringá em 2018. “Estava aqui sozinha, tinha perdido minha mãe, estava mal. Entrei na Catedral e comecei a chorar muito. Foi a partir desse dia comecei a ir às missas. E um belo dia, faltou o grupo de canto e não sei como, mas fui parar lá no coral. E depois disso, entrei para o coral e liturgia da Catedral.” Tálita diz que colocou como propósito de vida cantar nas missas aos domingos sempre que possível. “Com a Igreja, muitas coisas mudaram na minha vida, tive muitas bênçãos. Fui muito acolhida ali dentro.” Em 2019 recebeu todos os sacramentos.


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