Seminarista de Maringá relata vivência na 7ª Formação Missionária para Seminaristas e Presbítero (Formise)

07 de Julho de 2014

Seminarista de Maringá relata vivência na 7ª Formação Missionária para Seminaristas e Presbítero (Formise)

imagem Seminarista de Maringá relata vivência na 7ª Formação Missionária para Seminaristas e Presbítero (Formise)

Refletir a missão sob diferentes aspectos provoca, inevitavelmente, novos olhares. A partir das provocações suscitadas durante a 7ª Formação Missionária para Seminaristas e Presbítero (Formise) surgem questionamentos e compromissos. Partilhamos a seguir, a reflexão do seminarista José Roberto Vieira, da arquidiocese de Maringá (PR).

Ele é um dos 65 participantes do Encontro que acontece no Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília (DF), entre os dias 30 de junho e 05 de julho. A formação é promovida pelo (CCM) em parceria com a Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e as Pontifícias Obras Missionárias (POM).
Ir ao encontro do ‘próximo’

Colocar-se a caminho significa sair de onde nos encontramos, rumo a um determinado destino. Caminhamos, portanto, no objetivo de chegar a algum lugar. Assim, o caminhar ganha sentido e, aos percalços atribuímos aprendizados, pois o norte a que rumamos dá importância ao caminhar.

A vida é uma grande caminhada onde os dias (a serem) vividos são passos que avançam o vivente em sua jornada rumo ao destino ao qual, desde que nascemos, colocamo-nos a peregrinar. Ser Igreja, nesse sentido é entender que não estamos sozinhos nessa estrada; é assumir para si a responsabilidade de dar vida (dignidade) à jornada com a vida de quem se põe a caminhar. É andança. É travessia.

‘Estrada’ é modo de dizer… ‘Caminhar’ é verbo intransitivo, mas que, com licença às particularidades gramaticais de nossa língua mãe, exige sim, complemento; objeto; objetivo para dar ao sujeito razões para não estagnar.

É ação que traz em si viagens de barco ou canoas por rios que parecem correr ao decurso do tempo; é apito de trem ou a introspecção dos metrôs por entre selvas, outrora verdes, agora de cimento; é o atracar de imensos navios que trazem na proa, além de passageiros, continentes inteiros, com ânsia de desembarcar e o visitar de tantas casas e interiores que, muitas vezes, sentem saudades de dialogar.

A vida é, portanto, missão a ser assumida pela Igreja (nós) que nos leve a sair, a partir de quem somos e temos, rumo a um destino nem sempre distante geograficamente: o outro.

Tendo em vista que “o amor de Cristo nos uniu”, ir ao encontro do ‘próximo’, etimologicamente falando, há de desfazer distâncias, estreitar mais que laços, as margens dos rios, o transcurso do tempo, saudades, a quilometragem das estradas e rodovias… É Comunhão!

Tudo isso por quê? Por quem? Como? Quando? Onde? Muitas são as perguntas suscitadas quando o tema é a Missão, contudo, a exigência é uma só: o nosso ‘sim’ como resposta. Ela nos leva a entender onde está aquilo que, de mais valioso, podemos levar dessa e nessa nossa jornada (a vida); o nosso tesouro que, por ser tão valioso desperta em nós o anseio por aquilo que, em nós, precisa ter reconhecido o seu merecido valor!

‘Ser missionário’ não atribui características, tal qual o adjunto nominal ao sujeito, ao que, ontologicamente falando, é esclarecidamente humano, meramente, mas enfatiza no ‘ser’ do missionário sua humanidade com excelência, sem a qual não haveria Igreja, missão, nem ser humano.

Entendendo estar no outro o seu tesouro, o que resta ao missionário, portanto, se não, partir em busca do seu coração? É, assim, com a alegria de tal descoberta que se coloca em prática a alegria de evangelizar, levando com alegria a alegria do evangelho da qual se faz portador, a quem, como nós, ao nascer, ruma ainda à eterna alegria da Eternidade.
José Roberto Vieira, seminarista do 2º ano de Teologia da arquidiocese de Maringá (PR)