Arquidiocese de Maringá fará pré-assembleia em preparação ao 24° Plano da Ação Evangelizadora

02 de Junho de 2016

Arquidiocese de Maringá fará pré-assembleia em preparação ao 24° Plano da Ação Evangelizadora

A Arquidiocese de Maringá vive um momento de comemoração e louvor a Deus pelos 60 anos de caminhada evangelizadora e em meio à abertura do Ano Jubilar está sendo construído o 24° Plano da Ação Evangelizadora. Na prática, o documento é o planejamento estratégico para as ações pastorais na Igreja particular em Maringá para os próximos quatro anos.

Em vídeo, padre Israel Zago explica o que é a Assembleia Arquidiocesana. Veja aqui https://goo.gl/HXGtgB

No dia 07 de agosto de 2016, domingo das 8h às 16h no recinto de leilões do parque de exposições de Maringá, será realizada a pré-assembleia em preparação para a assembleia geral. Já a assembleia geral está marcada para o dia 11 de setembro de 2016, no auditório João Paulo II, no centro de formação Bom Pastor, anexo ao seminário arquidiocesano.

Padre Israel Zago, coordenador da Ação Evangelizadora comenta que a Assembleia Arquidiocesana é realizada a cada quatro anos, sendo um momento marcante porque permite avaliar o Plano da Ação Evangelizadora em vigor e planejar o próximo.

O coordenador explica que a Assembleia envolve a participação de todas as lideranças da Igreja: desde as bases até as coordenações no processo de avaliação e planejamento. Depois de ouvidas todas as lideranças é realizado o encontro para aprovação do Plano.  “Procurando ser fiéis ao clamor que vem das bases e sobretudo à voz do Espírito Santo que se manifesta de forma tão intensa na vida da Igreja” , destaca padre Israel.

No dia 11 de setembro, o encontro final será no auditório João Paulo II, no Centro de Formação Bom Pastor, em Maringá onde estarão presentes representantes das Paróquias (02 pessoas por Paróquia), dos Organismos, Pastorais e Movimentos organizados em nossa Igreja particular (01 representante). Participa também da Assembleia Geral o Arcebispo Dom Anuar Battisti, que é quem preside a Assembleia, todos os padres e os diáconos permanentes, além dos seminaristas da Arquidiocese que estão no curso de Teologia. Segundo o padre Israel são aproximadamente 350 pessoas para este dia.

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Revista Maringá Missão – A Arquidiocese de Maringá está preparando a Assembleia para desenvolver 24°Plano da Ação Evangelizadora. Quando teve início esse processo e quais rumos já foram tomados?

Pe. Israel: Começamos a pensar na Assembleia já há um ano. Mas foi a partir de novembro de 2015 que começamos a enviar material de avaliação e a fazer reuniões próprias para esta finalidade. Em nosso planejamento para esta Assembleia, optamos por seguir o método VER JULGAR AGIR, já tradicional em nossos trabalhos.

Em novembro de 2015, nós fizemos uma consulta a algumas instituições da sociedade civil organizada, pois queríamos ouvir o que pensam da Igreja aqueles que não estão engajados em nossas comunidades ou que nem participam da Igreja ou até são de outras denominações religiosas. Este é um primeiro instrumento que teremos à nossa frente, para olharmos nossa realidade.

Ainda em novembro nós começamos a preparar um segundo instrumento para ver a realidade, que foi a avaliação, feita pelas nossas Paróquias, Organismos, Pastorais e Movimentos do 23º Plano da Ação Evangelizadora.

No mês de abril nós concluímos esta avaliação e já a temos em mãos. Vamos usar também como um terceiro instrumento para ver nossa realidade: uma pesquisa, feita por amostragem, em 2007, onde está avaliada a atuação da Igreja, sua aceitação, críticas, sugestões e outros aspectos importantes relacionados à evangelização.  

Então já temos pronto o marco da realidade, e vamos agora nos aprofundar sobre estes pontos e que deverão ser levados em conta quando chegar o momento de apresentarmos as propostas. Uma Igreja particular não pode fazer um Plano de forma isolada. Por isso um segundo momento de nossa Assembleia é conhecer as orientações da Igreja. O que a Igreja nos pede, através dos documentos do Magistério (Papa, Bispos).

Neste sentido preparamos um material para estudo de todos os agentes de Pastoral contendo uma síntese das últimas orientações da Igreja, seja da CNBB, seja do Papa Francisco. Este material também já está pronto e vai ser estudado                                          com muito carinho por todos. O terceiro passo é o AGIR, ou seja, tendo visto a realidade, tendo presente os apelos da Igreja, o que vamos assumir como prioridade. É este terceiro passo que começamos a dar agora nos meses de maio e junho, concluindo em setembro, no dia 11.                                             

Portanto a Assembleia é um processo, um caminho que se faz com a participação de um número muito grande de pessoas. Por isso é necessário este tempo – mais de um ano – para que todos os passos sejam dados e levados em consideração no momento de tomarmos decisões.  

Temos insistido bastante que todo esse processo é um método humano e é necessário. Mas em momento algum achamos que só com nossa capacidade seremos capazes de definir o melhor para nossa Igreja. Por isso pedimos sempre as orações, a invocação do Espírito Santo, que é o protagonista da evangelização, para que estejamos atentos para ouvir sua voz e decidirmos não o que nos interessa, mas o que o Espírito nos pede.


RMM – No 23° Plano da Ação Evangelizadora havia 18 projetos e 04 prioridades. Neste novo Plano o intuito é manter o mesmo número de prioridades? Como são aprovadas?

Pe. Israel: O 23º Plano da Ação Evangelizadora foi muito importante para nossa Igreja particular. Naquele momento em que ele foi aprovado, percebemos que as 04 prioridades e os 18 projetos eram necessários para nossa Igreja.

Para o 24º Plano não tem como alguém dizer agora o que vai ser aprovado e qual a quantidade de prioridades e projetos serão aprovados. É necessário aguardarmos e rezarmos para que seja aprovado o que realmente é o mais importante e necessário para nossa Igreja para os próximos 04 anos. As prioridades e projetos são aprovados a partir daquilo que recebemos da base. Por isso estamos aguardando que todas as instâncias façam suas assembleias e apresentem suas propostas.


RMM – Quanto aos projetos atuais já se têm números?

Pe. Israel: Sim, temos já o resultado das avaliações realizadas pelas Paróquias. Seguem alguns números:

- 393 CEBs (Comunidades Eclesiais de base) em 48 paróquias de nossa Arquidiocese

- 1.111 grupos de reflexão em nossas Paróquias, que se reúnem semanalmente para refletir a Palavra de Deus e rezar juntos

- 15 paróquias de nossa Arquidiocese conseguiram organizar o COMIPA (Conselho Missionário Paroquial)

- Em 43 Paróquias acontece semanalmente as aulas de Teologia da Escola de Teologia Bíblico-teológica. Nestas paróquias participam 1.317 alunos. Já estamos no 11º, de 20 módulos.

- 51 Paróquias organizaram a catequese no modelo da Iniciação à Vida Cristã para crianças e adolescentes.

- Temos hoje 40 grupos de pós-crisma em 25 Paróquias, dos quais participam 622 adolescentes.

- Em relação aos grupos de jovens, temos 92 grupos organizados e deles participam 2.646 jovens.

- Temos 378 agentes envolvidos na Pastoral da Pessoa Idosa, que mensalmente visitam 2.347 pessoas idosas em seus lares.

Estes são alguns números. Como podemos ver, são muito significativos e demostram que o trabalho vai acontecendo de maneira eficaz.



RMM – Foram enviadas para a Arquidiocese as sínteses relacionadas ao 23° Plano de Ação Evangelizadora. De acordo com os textos os objetivos foram alcançados?

Pe. Israel: Sim, certamente foram. É claro que não 100%, mas podemos afirmar com segurança que alcançamos os objetivos a que nos propomos quando aprovamos o 23º Plano.  Quando chegamos ao momento de avaliação de um Plano, nós sempre fazemos um exame de consciência: poderíamos ter feito muito mais se tivesse havido um esforço maior.

Mas também nos alegramos porque as sementes plantadas, o esforço de cada um, seja individualmente, seja em grupo, estão dando e continuarão a dar frutos. Sim, continuarão dando frutos, porque assumir um novo Plano não significa abandonar ou esquecer o anterior.



RMM – Em quais aspectos houve mais desenvolvimento?

Pe. Israel: Em muitos aspectos. Se olharmos as 04 prioridades, em todas elas houve avanço significativo. Pelas respostas que recebemos, percebemos que nossas Paróquias colheram muitos frutos com a organização e o fortalecimento das pequenas comunidades: houve maior proximidade das pessoas, crescimento da fé, da amizade, do compromisso, maior eficácia na evangelização, aproximação dos afastados e tantos outros.

Na 2ª prioridade, família, através da Pastoral Familiar e de outros grupos que trabalham com a Família houve muitas coisas importantes que foram realizadas: encontros que ajudaram muitos casais em sua vida matrimonial, visitas a muitas famílias em dificuldades, aproximação e acolhida de casais em nova união, encontros de noivos e tantos outros frutos que marcaram a vida de tantas famílias.

A juventude foi a 3ª prioridade. Este é um desafio constante. Nestes últimos 04 anos foram dados muitos passos que ajudaram nossos jovens a viver melhor sua juventude e sua fé: formação de grupos de pós-crisma e de jovens, formação de novas lideranças, amadurecimento vocacional, maturidade espiritual e social de nossos adolescentes e jovens, compromisso de nossos jovens com a Igreja, o testemunho na sociedade e tantos outros frutos...

A 4ª prioridade foi a Promoção da Vida. Analisando as avaliações enviadas, penso que demos passos muito importantes nesta área: organização da pastoral da Saúde, com inúmeras visitas e ações em favor das pessoas enfermas, a visita às pessoas idosas nas casas, participação em inúmeras campanhas em favor de alguma necessidade, seja da Igreja, seja da sociedade. Houve também um grande passo em relação a solidariedade às comunidades mais necessitadas ou que passaram por alguma dificuldade momentânea, através do Fundo de Solidariedade. Cito ainda o apoio espiritual e financeiro da Igreja a várias instituições que trabalham com a recuperação de pessoas dependentes.



RMM – Houve citação de dificuldades para a aplicação do 23° Plano? Quais?

Pe. Israel: Sim, sempre há dificuldades. Entre as que mais apareceram foram: falta de lideranças para assumir os compromissos, o individualismo, o isolamento das pessoas, o cansaço das pessoas devido à jornada de trabalho exigida hoje, a existência de muitos projetos dificultou a organização, ficando algumas áreas sem serem atendidas, a não organização da Pastoral Universitária e da Educação.


RMM – Qual avaliação geral sobre o 23° Plano da Ação Evangelizadora e as expectativas para o 24° Plano?

Pe. Israel: Eu faço uma avaliação muito positiva do 23º Plano da Ação Evangelizadora. E digo isso, não só porque sou otimista, mas porque, ao olharmos aquilo que nossas lideranças apresentaram, muita coisa boa aconteceu. Certamente houve muito mais pontos positivos do que negativos. E isso foi fruto de um trabalho que assumimos juntos e, em todos os cantos da Arquidiocese houve um grande esforço para colocar em prática cada uma das prioridades e projetos.

Em relação ao 24º Plano, as expectativas são muito boas. Temos muita gente envolvida, temos um vasto material de estudo e os passos até agora foram muito bem trabalhados. Penso que o próximo passo, que é a definição das prioridades e projetos, vai ser um momento muito rico e desafiador.  Por isso, além de todo esforço humano que todos estamos fazendo, não vamos deixar um dia de rezar pedindo as luzes do Espírito Santo para que estejamos abertos para ouvir seus apelos.


Com colaboração da revista Maringá Missão


Entrevista concedida à jornalista Fabiana Ferreira, publicada na revista Maringá Missão do junho de 2016.