5 mil migrantes na região: Missa para os migrantes será dia 18 de junho em Maringá

13 de Junho de 2016

5 mil migrantes na região: Missa para os migrantes será dia 18 de junho em Maringá

A Associação de Reflexão e Ação Social (Aras-Cáritas em Maringá) convida para a missa especial para os migrantes a ser realizada sábado (18) às 19h na paróquia Santo Antônio de Pádua em Maringá.

Veja em vídeo o convite para a santa missa e conheça um pouco do trabalho com os migrantes em Maringá e região https://goo.gl/z0O2bV


Migrantes em Maringá e as ações da Igreja: uma reflexão para a Semana do migrante


Os dados da ONU apontam mais de 244 milhões de pessoas migraram em 2015, sendo que 20 milhões são refugiados de guerra e conflitos políticos. Esse número cresce determinado por uma globalização que se preocupa em abrir os mercados econômicos, mas não se preocupa, na mesma medida, em abrir as fronteiras para acolher essa leva de pessoas. Assistimos ao drama dos migrantes pela TV – pois muitos deles não conseguem terminar sua travessia, são embarcações superlotadas que naufragam, e aqueles que atingem o continente são expulsos por políticas e acordos internacionais, como ocorre na Europa e Estados Unidos, ou encontram os grandes muros intransponíveis.

No Brasil, houve um crescimento econômico acelerado e em especial na região Sul, o que gerou uma escassez de mão de obra e a solução foi importar mão de obra.  Nessa leva vieram os haitianos, senegaleses, bengaleses, árabes, portugueses e outras origens em menor número; vieram com sonhos e planos para trabalhar e estudar. Ao chegarem, encontram outra condição. Em geral, eles trabalham em funções insalubres e recebem os menores salários.  

A diferença entre os trabalhadores nacionais e os migrantes é que os nacionais têm “uma panela” para sustentar, e os migrantes têm “duas panelas” para se preocuparem, isto é, o salário que eles ganham no mês é para se manter e também para sustentar as suas famílias no País de origem. Os migrantes sofrem diversos problemas no trabalho, na saúde, na educação, entre outros. A crise econômica mundial chegou ao Brasil e o desemprego atingiu a população, no entanto, os migrantes compõem a maior parcela dos desempregados. Os migrantes em época de crescimento econômico são considerados solução, no entanto, em época de crise, eles são considerados por muitos um transtorno, aparecendo sinais de intolerância e preconceito esquecendo-se de que todos nós somos descendentes de migrantes. 

Estima-se que na região de Maringá há em torno de 5 mil migrantes, o que revela um novo desafio para a comunidade cristã na Arquidiocese, assumidos pela Associação de Reflexão e Ação Social – Cáritas de Maringá. Desse modo, a entidade vem atuando junto aos migrantes em situação de vulnerabilidade e promovendo ações sociais com o objetivo de acolher as suas demandas.  Na missão carismática a entidade auxilia os migrantes na regularização dos seus documentos, oferece um plantão jurídico, acompanha casos de migrantes enfermos, situações de falecimento, e promove atividades culturais como o almoço de Natal (2015).

Por meio de parcerias faz-se a distribuição de cestas básicas (Vicentinos); a realização do curso de português com professores voluntários e a Associação dos Haitianos de Maringá; realiza palestras desde saúde até direitos trabalhistas, cartilhas com apoio do IMDH e a Companhia de Jesus; no projeto de extensão da UEM com assessoria dos professores e estudantes.  A entidade, também, faz incidências junto ao Estado e cobra os direitos dos Migrantes, pois ocupa uma cadeira no Conselho Estadual pelos Direitos dos Migrantes Refugiados e Apátridas – CERMA, ligado à Secretaria de Justiça do Estado do Paraná. 

No período de 12 a 19 de junho de 2016, em todo o Brasil, acontece a “31o Semana do Migrante” com o tema “Migração e Ecologia: o grito que vem da Terra”, vinculado a Campanha da Fraternidade de 2016, que é ecumênica e inspirada no saber cuidar da nossa casa comum. Conforme Papa Francisco nos orienta “À Globalização do fenômeno Migratório é preciso responder com a Globalização da Caridade e da cooperação, a fim de humanizar as condições dos migrantes. Ao mesmo tempo, é preciso intensificar os esforços para criar as condições aptas a garantirem uma progressiva diminuição das razões que impelem populações inteiras a deixar a sua terra devido a guerras e carestias, sucedendo muitas vezes que uma é causa da outra”.  Assim, segue as ações da ARAS-Cáritas Maringá promovendo ações de solidariedade para com o migrante, contrapondo uma ordem mundial econômico financeira. Empenhada em construir um mundo com mais justiça, paz e equidade.

                                                                     

Profa. Dra. Sueli de Castro Gomes-UEM