03 de Setembro de 2017

"Anunciar o Evangelho e doar a própria vida"

Na Igreja católica no Brasil, desde 1971, por iniciativa da Arquidiocese de Belo Horizonte iniciou-se a experiência de fazer do mês de setembro o mês dedicado à Bíblia.

Esse ano temos como tema “Para que todos tenham vida”. E como lema: “Anunciar o evangelho e doar a própria vida”. O texto bíblico de inspiração e reflexão é a primeira carta de Paulo Apóstolo aos Tessalonicenses. O objetivo sempre  foi o de contribuir para o desenvolvimento das diversas formas de presença da Palavra de Deus na ação evangelizadora do Igreja, e com isso facilitar a conversão das pessoas e das comunidades, desenvolvendo o discipulado de Jesus.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça; a fim de que o homem de Deus seja perfeito, e preparado para toda boa obra” (2 Tim 3,16-17).

É fácil conhecer, é fácil decorar, é fácil saber falar sobre a Palavra. Mas a diferença está em deixar produzir os frutos necessários em nós e nas comunidades. Mais do que nunca, o tempo de hoje exige de todos um recomeçar permanente.

Jesus chama  atenção dizendo: “Não só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4). Ou seja, uma coisa não substitui a outra, mas se complementa no equilíbrio de uma existência guiada por Deus e não pelas coisas de Deus.

“Como crianças recém nascidas, desejem o leite puro da Palavra, a fim de que vocês, com esse leite, cresçam para a salvação, pois já provaram que o Senhor é bom” (1 Pd 2,2). O alimento é uma necessidade vital. A vida humana se faz com uma vida bem cuidada em todo os sentidos. Não é possível viver só como humanos, sem estar ligado diretamente com o Senhor da vida, com aquele que nos deu a graça de viver. O que faz o ser humano ser divino é a presença da Palavra de vida eterna na vida transitória. “Eu dei a eles a tua Palavra, e o mundo vos odiou, porque eles não pertencem ao mundo, como eu não pertenço ao mundo” (Jo 17,14-17).

A Palavra de Deus não pode ser um livro de adivinhação. Toda a Sagrada Escritura é para edificar a vida verdadeira e a liberdade que nos torna realmente livres. Quantos testemunhos de libertação dos vícios, das drogas, da vida de pecado, depois que deixou entrar na alma a experiência da Palavra vivida, da Palavra encarnada no humano quebrado. Nas casas de recuperação, como a “Fazenda da Esperança”, as pessoas atendidas iniciam os trabalhos meditando a Palavra, e no final do dia a partilha dos frutos desta Palavra nos corações de cada um. É o medicamento mais eficaz para deixar o passado da desgraça, para recomeçar uma vida de graças. “Então, disse Jesus aos judeus que haviam acreditado Nele: ‘Se permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,13). Convido a todos para que até o dia 07 de setembro façamos Jejum pelo Brasil. Boa semana!


Dom Anuar Battisti