04 de Julho de 2016

"Como viver as férias escolares"

Ao se aproximarem as férias, muitas vezes também se aproximam as preocupações dos pais. Não existe receita pronta. Cada qual vai dar a solução melhor para que os filhos não fiquem abandonados e nem muito menos super protegidos neste período. O papa Francisco, na Exortação Apostólica “A alegria do amor” (Amoris Laetitia), diz: “A família não pode renunciar a ser lugar de apoio, acompanhamento, guia, embora tenha de reinventar os seus métodos e encontrar novos recursos. Para isso não deve deixar de se interrogar sobre quem se ocupa de lhes oferecer diversão e entretimento, que conteúdos entram em suas casas através da televisão, do computador e dos celulares, a quem os entrega para que os guie em seu tempo livre. Sempre é necessário a vigilância, o abandono nunca é sadio”.

“Qual é a fórmula da felicidade?”, esta foi uma pergunta feita no ano passado por jornalista ao papa Francisco. O Santo Padre, na resposta, fez um decálogo que pode ser útil para todos nós também em tempos de férias escolares. Aqui coloco 5 dos 10 pontos, que têm a ver com as férias: 1 - Viva e deixe viver: “Os romanos têm um ditado que poderíamos tomar como ponto de partida: ‘Vá em frente e deixe os outros irem em frente’. Viva e deixe viver, é o primeiro passo da paz e da felicidade”. 2 - Doar-se aos outros: “Se você estancar, vai correr o risco de ser egoísta. E a água estancada fica logo estragada”.

3 - Mover-se “remansadamente”. “Em ‘Dom Segundo Sombra’ há uma coisa muito bonita, de alguém que relê a sua vida. O protagonista diz que, quando era jovem, era um arroio pedregoso que arrastava tudo pela frente; quando adulto, era um rio que corria em frente; e na velhice ele se sentia em movimento, mas lentamente, ‘remansado’. Eu utilizaria esta imagem do poeta e novelista Ricardo Güiraldes, esse último adjetivo, ‘remansado’. A capacidade de mover-se com benevolência e humildade, o remanso da vida. Os idosos têm essa sabedoria, são a memória de um povo. E um povo que não cuida dos seus idosos não tem futuro”. 4 - Brincar com as crianças: “O consumismo nos levou a essa ansiedade de perder a cultura sadia do ócio, de ler, de desfrutar da arte. Agora eu atendo pouco em confissão, mas, em Buenos Aires, eu ouvia muitas confissões e quando vinha uma jovem mãe eu perguntava: ‘Quantos filhos você tem? Você brinca com eles?’. E era uma pergunta que elas não esperavam, mas eu dizia que brincar com as crianças é fundamental, é uma cultura sadia. É difícil, os pais vão trabalhar cedo e voltam muitas vezes quando os filhos já estão dormindo. É difícil, mas eles têm que brincar”.

5 - Compartilhar os domingos com a família: “Outro dia fui a uma reunião entre o mundo da universidade e o mundo operário. Todos pediam o domingo livre. O domingo é para a família”.

Pais se esforcem para brincar com os filhos, também neste tempo de férias. Vamos aproveitar o tempo livre para estar com os nossos. Que Deus abençoe você e sua família!


Dom Anuar Battisti é arcebispo de Maringá-PR