09 de Dezembro de 2018

"“Deus existe”!"

No tempo do Advento, o Papa Francisco e a Cúria Romana, também passam por fortes momentos de espiritualidade à espera do nascimento de Jesus. Tradicionalmente, quem faz as pregações para a Cúria Romana é o Pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa. O tema da sua primeira pregação, realizada sexta-feira (07/12), foi “Deus existe”! Diante da riqueza da pregação, é importante compartilhar alguns trechos com o Povo de Deus.

“Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo! Os homens do nosso tempo buscam, sem cessar, sinais da existência de seres vivos e inteligentes em outros planetas. É uma busca legítima e compreensível. Entretanto, poucos buscam os sinais daquele Ser que criou o Universo, que entrou na história e vive nela. Quantas vezes somos obrigados a dizer a Deus, como Santo Agostinho: ‘Estavas comigo, mas eu não estava contigo’. Deus nos busca e vai ao nosso encontro desde a criação do mundo e continua a perguntar: ‘Adão, onde você está?’

Hoje, devemos apoiar-nos na palavra de Jesus ‘Buscai e achareis. Batei e vos será aberto’. Ele promete dar a si mesmo, para além das coisas fúteis que lhe pedimos, e mantém a sua promessa.

A Bíblia apresenta inúmeras passagens que falam de Deus vivo e nós, por nossa parte, sentimos a necessidade de um retorno à nossa realidade de fé em Deus.

Talvez, até agora, não entendemos o profundo significado da verdadeira existência de Deus em nossa vida, como aconteceu com tantos pensadores e filósofos. A expressão que melhor explica este significado é ‘dar-nos conta’ ou abrir os olhos sobre a existência de Deus na nossa história.

Deus revelou seu nome: ‘Eu sou aquele que sou’! ‘Eu sou o Deus vivo’! Mas, então, qual o significado real de Deus vivo?

O Pregador da Casa Pontifícia tentou responder a esta pergunta traçando um perfil do Deus vivo, a partir da Bíblia, mas percebeu que isso seria uma loucura: descrever Deus vivo, delinear seu perfil, até mesmo através da Bíblia, seria muito redutivo.

O que podemos fazer, em relação ao Deus vivo é ir além dos sinais que os homens traçaram sobre Ele. E citando Santo Agostinho, disse que devemos acreditar em um Deus que vai além daquele que acreditamos!

Deus é a minha rocha, a nossa rocha, a rocha da nossa salvação.

Os primeiros Setenta tradutores da Bíblia, diante de uma imagem tão material de Deus, que parecia rebaixá-lo, substituíram o termo ‘rocha’ como força, refúgio, salvação. Rocha não se refere apenas a Deus, mas também ao que devemos ser. Se Deus é rocha, o homem é um ‘alpinista’.

 Deus existe e basta! Aprendamos, também nós, a repetir estas simples palavras em nossa vida!”

Façamos a experiência de se abrir a Deus a aceitar a Sua existência. Ele tem cuidado de nós. Deus abençoe e uma semana cheia de esperança.


Dom Anuar Battisti