Reflexão: Liturgia do VI Domingo da Páscoa, ano B – 09/05/2021

06 de Maio de 2021

"Reflexão: Liturgia do VI Domingo da Páscoa, ano B – 09/05/2021"

Quem muito ama, muito se comunica, toma a iniciativa, muito perdoa

Na Liturgia deste VI Domingo da Páscoa, vemos, na 1a Leitura (At 10,25-26.34-35.44-48), que a salvação é um dom destinado a todos os que têm um coração aberto às propostas de Deus. Deus revela seu amor a todos, sem distinção; derrama seu espírito sobre a comunidade, convidando-a a superar os preconceitos e a amar os sofredores, para que, assim, ela possa viver o mandamento do amor proposto por Jesus.

Na 2ª Leitura (1Jo 4,7-10), o Apóstolo João lembra às comunidades qual o critério básico para ser cristão autêntico, filho de Deus, e encontrar as fontes da caridade e da fé: fazer a experiência com Jesus Cristo.

No Evangelho (Jo 15,9-17), Jesus propõe aos discípulos um novo modelo de convivência humana, baseado na fraternidade: obedecer, amar, cultivar amizades, partilhar alegrias e dificuldades. Jesus não quer uma adesão de servos que obedecem a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é um dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. Dar a vida não significa, necessariamente, morrer por alguém, mas viver com desprendimento, ser solidário, compreensivo, ser um colaborador, um confidente, enfim, fazer da vida um presente valioso para este alguém, não como um peso, obrigação, mas por prazer, por amor. Lembro-me do exemplo de uma irmã religiosa que trabalhava num leprosário há muitos anos e, um dia, uma senhora que fora visitar o ambiente, ao final da visita, muito compelida, disse: “Irmã, eu não trabalharia aqui nem que me dessem milhões por mês”, ao que a irmã respondeu: “nem eu”.

Ser amigo é ser transparente, verdadeiro, é revelar-se, é entrar em comunhão de vida, de planos e ideais. Sempre digo que os amigos, embora nos conheçam, nos amam. Quem muito ama, muito se comunica, toma a iniciativa, muito perdoa. Jesus é este amigo que nos conhece profundamente, sempre vem ao nosso encontro para nos amar e perdoar.

Enfim, neste Evangelho, o fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor mútuo. Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo, colocando a comunidade em contínua expansão e crescimento.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Pe. Leomar Antonio Montagna

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR