Reflexão: Liturgia do II Domingo do Tempo Comum, Ano C – 16/01/2022

10 de Janeiro de 2022

"Reflexão: Liturgia do II Domingo do Tempo Comum, Ano C – 16/01/2022"

Casamento: encontro de dois seres eternamente apaixonados – Deus e a humanidade

Na Liturgia deste Domingo, II do Tempo Comum, veremos, na 1a Leitura (Is 62, 1-5), que o profeta Isaías apresenta a imagem do casamento para revelar a profunda união que existe entre Deus e a Humanidade. Deus é o esposo fiel da Comunidade que não fica sossegado até que reine o bem. “Não me calarei, por amor de Jerusalém não descansarei, enquanto não surgir nela, como um luzeiro, a justiça e não se acender nela, como uma tocha, a salvação”.

Na 2ª Leitura (1 Cor 12, 4-11), o Apóstolo Paulo nos diz que cada pessoa é um dom para os outros e deve estar a serviço da Comunidade e do bem comum. Os dons que Deus nos dá jamais devem ser usados para desunir, mas para o crescimento mútuo entre as pessoas. Cada pessoa é convidada a louvar a Deus pela diversidade de dons que se manifestam na Comunidade. Deus não precisa nos pedir licença para se manifestar de forma diferente do que pensamos e agimos.

O Evangelho (Jo 2, 1-11) nos relata que houve um casamento em Caná, onde Jesus estava presente com sua mãe e discípulos. O casamento representa a Aliança de Deus (noivo) com a Humanidade (noiva). Neste casamento, estava faltando vinho, isto é, o amor, a comunhão, a partilha, por parte do povo (talhas vazias). Maria se dá conta de que a festa está ameaçada, presta atenção, fica inquieta, não foge, não fica alheia, mas fica presente e intercede pela humanidade junto ao seu filho Jesus.

Este texto quer nos chamar a atenção para que nós, assim como Maria, frente a uma cultura de morte, devemos oferecer sinais, ser promotores da festa da vida, também devemos oferecermo-nos para construir um outro mundo possível, de acordo com os planos de Deus. Ficar indiferentes, desligados da realidade, não condiz com a fé que recebemos. Quando obedecemos a Palavra: “Fazei tudo o que Ele vos disser”, acontece o ‘milagre’, a festa, a alegria, a abundância.

Jesus manda encher as talhas de água, isto é, o milagre não acontece do nada, ele acontece a partir de nossa contribuição, devemos oferecer aquilo que temos: a verdade do nosso ser.

Outro aspecto que podemos destacar neste Evangelho é o lugar que Maria ocupa na história da salvação: ela está junto a Jesus e junto à humanidade. Seu seguimento, sua sensibilidade, sua fé, leva Jesus a se manifestar, e seus discípulos creram Nele: “Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele”. Eis, também, nossa dupla missão: levar Jesus às pessoas, e estas, a Jesus.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Pe. Leomar Antonio Montagna

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR