Reflexão litúrgica: segunda-feira, 31/07/2023 – 17ª Semana do Tempo Comum, Memória de Santo Inácio de Loyola, presbítero

30 de Julho de 2023

"Reflexão litúrgica: segunda-feira, 31/07/2023 – 17ª Semana do Tempo Comum, Memória de Santo Inácio de Loyola, presbítero"

DIANTE DO MAL, O QUE PODEMOS FAZER? MULTIPLICAR O BEM! 

Na Liturgia desta segunda-feira da XVII Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (Ex 32,15-24.30-34), que Moisés quebrando as tábuas, mostra que o comportamento do povo foi uma violação da aliança. O bezerro transformado em pó é uma prova de que se trata apenas de um ídolo material, sem poder algum. Aarão, por seu lado, em vez de se preocupar com o projeto da libertação, está mais interessado em se desculpar. O importante não é arrumar desculpas ou explicações, mas examinar profundamente o erro, a fim de retomar a caminhada. 

Diante de um erro que compromete todo um projeto, a atitude de Moisés mostra que é necessário cortar o mal pela raiz. O povo sofre as consequências por ter retardado o processo da libertação. Os erros podem ser perdoados, mas não é possível deixar o culpado livre da responsabilidade por seus atos. 

No Evangelho (Mt 13,31-35), vemos que as duas parábolas têm por objetivo indicar como o reino de Deus já está presente. É minúsculo, nem sequer aparece; tem, entretanto, um dinamismo, efeito da graça divina, não da iniciativa humana. Naturalmente o ouvinte vê com seus olhos a realidade humana, o grãozinho de mostarda que pode atingir nove metros; mas só com a fé ele vê a realidade divina, já presente em germe na existência terrena, que se revelará em sua identidade no dia da volta de Cristo. 

Jesus diz que tudo já está presente na semente, no fermento; mas, por si só, a semente não frutifica, o fermento não cresce. “O reino de Deus não vem ostensivamente”. Na celebração eucarística, o reino de Deus está na palavra de Cristo: cumpre aceitá-la; está no fermento do pão: cumpre recebê-lo na comunhão. Não é mais que uma palavra, que um pedacinho de pão, mas tem uma capacidade de crescimento e transformação que se revelam grandiosos. Quem cresce e se transforma é aquele que os recebe. O reino atua em nós! 

Diante das estruturas e ações deste mundo, a atividade de Jesus e daqueles que o seguem parece impotente, e mesmo ridícula. Mas ela crescerá, até atingir o mundo inteiro. A comunidade dos discípulos parece desaparecer no meio dos homens. Num segundo momento, porém, ela exerce ação transformadora no seio da sociedade. Somente por meio da pessoa e missão de Jesus é possível compreender o mistério do Reino de Deus, escondido na história desde o início do mundo. 

Diante do mal, o que podemos fazer? Multiplicar o bem, reforçar valores: amizade, generosidade, respeito, alegria, perdão, prazer em servir etc. Nesta empreitada, podemos contar com o Espírito Santo, pois Ele vem socorrer nossa fraqueza. O texto do Evangelho nos diz que, também, devemos ser grãos de mostarda: grandes santos, fermento, fermento só funciona na massa, devemos nos misturar, ir ao encontro do outro com amor misericordioso, pois aí está o poder revolucionário e transformador. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR 

Pároco da Paróquia Nossa senhora das Graças, Sarandi - PR