Reflexão litúrgica: sexta-feira, 01/09/2023 – 21ª Semana do Tempo Comum

31 de Agosto de 2023

"Reflexão litúrgica: sexta-feira, 01/09/2023 – 21ª Semana do Tempo Comum"

ESTA É A VONTADE DE DEUS: NOSSA SANTIFICAÇÃO 

Na Liturgia desta sexta-feira da XXI Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (1Ts 4,1-8), que o caminho da comunidade cristã é a santidade. Paulo exorta a comunidade de Tessalônica a tornar-se santa, voltada para Deus e seu amor. Ainda hoje a Palavra de Deus fala a todas as comunidades cristãs por meio de Paulo. Ele as convida a se abrirem, a se moverem, a caminharem para a plenitude de Deus, assumindo a imagem de sua santidade. O único verdadeiro mal de uma comunidade cristã é não ser santa. A santidade é vocação universal na Igreja para todos os seus membros, em qualquer situação, e a todos são oferecidos meios espirituais, pastorais e sacramentais. Basta pensar na complexa sequência de santos que a Igreja venera. 

No Evangelho (Mt 25,1-13), Mateus trata do discurso escatológico de Jesus que descreve a conclusão do Reino na terra. Tudo é claramente orientado e exprime o insistente convite à perseverança e à vigilância: “Vigiai, portanto, porque não sabeis nem o dia nem a hora”. A parábola das dez virgens é uma alegoria das núpcias de Cristo com sua Igreja. Na Igreja, as virgens, isto é, os cristãos, caminham juntos ao encontro do senhor, recebem a mesma missão de Jesus: fazer o bem, amar, produzir frutos, boas obras. Mas, infelizmente, uns são bons, vigilantes, fiéis, sensatos; outros são maus, infiéis, insensatos, autossuficientes, centrados em si mesmos, se julgam sábios e esquecem o principal: as boas obras. Para estes, fecham-se as portas. No caminho da vida, achavam que os outros poderiam substituí-los, responder por eles, querem aproveitar o azeite (santidade) dos outros e, por isso, improvisam o encontro. Iniciaram a caminhada de fé, mas não se mantiveram alertas. 

O momento da vinda de Jesus, o noivo, no fim dos tempos, é desconhecido (morte, juízo final). É preciso que as virgens, isto é, as comunidades cristãs, estejam abastecidas do combustível das boas obras, preparadas, para o encontro com o Senhor, mediante a prática da justiça (o azeite) e dos valores do Reino. Quem negligenciar esta vigilância, achando ter todo tempo para encontrar o azeite da lamparina, pode-se dar conta de ser tarde demais. 

A comunidade sem óleo vive no vazio, no escuro, é uma comunidade estéril. Mas, qual é a raiz da esterilidade? A ausência de relação intensa e contínua com Deus. É o desconhecimento do Espírito Santo, cujo primeiro fruto é a caridade. A oração, a intimidade com Deus, mantém aceso o amor. Quem ama não esquece da pessoa amada. Há esquecimentos que não são falta de memória, mas de amor: “Quem não ama carrega dentro de si um germe homicida” (1Jo 3, 15). 

Concluindo, penso que o principal, o mais importante, aquilo com que devemos nos preocupar é com o Reino de Deus, pois, só assim, estaremos sempre vigilantes e vivenciando o amor que gera a fraternidade e a solidariedade. Que o óleo do Espírito Santo nunca nos falte em nossa caminhada de discípulos missionários. Que a sabedoria divina ilumine nossas decisões. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi - PR