Reflexão litúrgica: sexta-feira, 15/03/2024 – 4ª Semana da Quaresma

14 de Março de 2024

"Reflexão litúrgica: sexta-feira, 15/03/2024 – 4ª Semana da Quaresma"

“QUEM VOS OUVE A MIM OUVE; E QUEM VOS REJEITA A MIM REJEITA; E QUEM ME REJEITA, REJEITA AQUELE QUE ME ENVIOU” (LC 10,16). 

Na Liturgia desta sexta-feira, IV Semana da Quaresma, vemos, na 1ª Leitura (Sb 2,1a.12-22), que os que seguem a Lei de Deus nem sempre são compreendidos e amados, às vezes, são até hostilizados e desprezados. Mas, afinal, qual a vantagem em ser justo ou ímpio (incrédulo, desumano, insensível)? 

Os ímpios vivem para si mesmos, buscam satisfazer seus desejos, mesmo se à custa da destruição da vida dos outros, vivem somente como se não tivessem o amanhã, não conhecem a Deus e zombam de quem é fiel.  

Os justos pautam suas vidas a partir da Palavra de Deus, ao amor aos pequenos e, acima de tudo, abarcam o Projeto de Deus, mesmo que lhes custe sacrifícios, renúncias e gestos heroicos. A Palavra de Deus nos diz que os “justos viverão para sempre”, basta ver o exemplo de nossos santos e a luta de muitos líderes populares na história do Brasil: Sepé Tiaraju (líder dos índios Guaranis), Zumbi dos Palmares (líder dos negros nos quilombos), Frei Caneca (líder dos pobres na Confederação do Equador), Antônio Conselheiro (líder na revolta dos “Canudos” em Belo Monte), e poderíamos citar muitos outros. 

No Evangelho (Jo 7,1-2.10.25-30), vemos que Jesus enfrenta diretamente os judeus no Templo, que queriam matá-lo. Jesus declara abertamente a própria messianidade e, portanto, a própria divindade. Jesus faz uma opção e está disposto a assumir as consequências até o extremo. O perigo nada tem de hipotético: é tamanha a hostilidade dos opositores, que o levará à morte. Diante desta revelação de Jesus, todas as pessoas devem escolher: reconhecer Nele o enviado do Pai, fonte da vida, e aceitar os riscos de semelhante escolha; ou então rejeitá-lo a fim de conservar a própria segurança no imediato, mas comprometendo o futuro. O mistério de Cristo reflete-se na igreja. As opções que esta propõe exigem coragem e fortaleza.  


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.  


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi – PR