Reflexão Litúrgica: Sexta-feira, 12/04/2024, II Semana da Páscoa

11 de Abril de 2024

"Reflexão Litúrgica: Sexta-feira, 12/04/2024, II Semana da Páscoa"

NA COMUNHÃO COM DEUS, O SER HUMANO TERÁ REALIZAÇÃO PLENA E A FESTA ACONTECERÁ, NÃO SERÁ NECESSÁRIO PRIMEIRO AJUNTAR PARA DEPOIS REPARTIR 

Na Liturgia desta sexta-feira da II Semana da Páscoa vemos, na 1ª Leitura (At 5,34-42), que Gamaliel pensa como pessoa de fé: os perseguidores, como pessoas do poder. O antigo povo de Deus deve combater todo desvio da verdadeira fé, mas deve também reconhecer a ação livre e gratuita de Deus, que escolhe e reúne o novo povo. Ora, para fazer este discernimento, cumpre dar tempo ao tempo e ler com humildade os sinais. Assim, Gamaliel dá o critério último de reconhecimento e autenticidade da vida da Igreja. Se esta nasce exclusivamente de um esforço humano de libertação, assim como nasce, morre. Se, porém, na nova comunidade, em seu corajoso testemunho é Deus quem opera a salvação do povo, é inútil combatê-la: seria o mesmo que lutar contra Deus. 

No Evangelho (Jo 6,1-15), vemos que Jesus propõe a missão da sua comunidade: ser sinal do amor generoso de Deus, assegurando para todos a possibilidade de subsistência e dignidade. A segurança da subsistência não está no muito que poucos possuem e retêm para si, mas no pouco de cada um que é repartido entre todos. A garantia da dignidade não se encontra no poder de um líder que manda, mas no serviço de cada um que organiza a comunidade para o bem de todos. 

Jesus sacia a fome de pão, a fome de solidariedade, a fome de instrução, de ideais e, neste sentido, a Igreja, com sua Pastoral Social, deve dar acolhida e acompanhar essas pessoas excluídas nas respectivas esferas, pois, seguir a Jesus, é romper com a sociedade da exploração e exclusão. Mas, para isso, precisamos do milagre das políticas públicas eficientes, projetos que contemplem os mais necessitados, porque muitos dos problemas sociais são frutos da injustiça institucionalizada, como dizem os bispos latino-americanos desde a Conferência de Medellín, em 1968. 

Por fim, o texto afirma que Jesus é nosso banquete messiânico, Ele pede que os discípulos façam a multidão acomodar-se na relva. É um banquete sem mesa, tornando-se Ele mesmo a mesa em torno da qual o povo se reúne para celebrar a vida da nova aliança com Deus, Jesus, pão que alimenta e sacia seu povo, elimina todo sofrimento. Na comunhão com Deus, o ser humano terá realização plena e a festa acontecerá, não será necessário primeiro ajuntar para depois repartir. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi – PR