Reflexão Litúrgica: Quinta-feira, 25/04/2024, IV Semana da Páscoa, Festa de São Marcos, Evangelista

24 de Abril de 2024

"Reflexão Litúrgica: Quinta-feira, 25/04/2024, IV Semana da Páscoa, Festa de São Marcos, Evangelista"

JESUS ESTÁ VIVO E SEMPRE PRESENTE NO MEIO DA COMUNIDADE 

Na Liturgia desta terça-feira da IV Semana da Páscoa, Festa de São Marcos, Evangelista, vemos, na 1ª Leitura (1Pd 5,5b-14), que após retomar alguns conselhos anteriores: humildade, sobriedade e prontidão, Pedro insiste que é necessário resistir ao mal. Este procura de todos os modos provocar o desânimo e desistência na fé. A solidariedade com outras comunidades que enfrentam as mesmas dificuldades torna-se apoio e estímulo à perseverança na fé. 

Na despedida, o autor recorre à memória de Marcos, companheiro de Pedro e Paulo; lembra também Silvano, ou Silas, que acompanhou Paulo em algumas viagens e lhe assinou algumas cartas. É a forma de reforçar os laços com líderes importantes da primeira geração cristã e mantê-los presentes na memória. A referência à Babilônia (indica a grande cidade de Roma, centro das religiões pagãs) mostra o autor compartilhando com os destinatários o viver em condição adversa de opressão social e idolatria religiosa. A saudação final, mais uma vez, apela para a fraternidade e o senso comunitário. 

No Evangelho (Mc 16,15-20), vemos que doravante, Jesus é a única autoridade entre Deus e os homens. Ele dá apenas uma ordem àqueles que o seguem: fazer com que todos os povos se tornem discípulos. Todos são chamados a participar de uma nova comunidade pelo batismo, que se compromete a viver de acordo com o que Jesus ensinou: praticar a justiça em favor dos pobres e marginalizados. O Evangelho se encerra com a promessa já feita no início: Jesus está vivo e sempre presente no meio da comunidade, que agora continuará suas ações de libertação e salvação. 


São Marcos, Evangelista 

O Evangelista Marcos, ou João Marcos, pertencia a uma família de Jerusalém, que pôs sua casa à disposição dos primeiros cristãos (At 12,12-16). Possivelmente, essa casa foi aberta a Cristo e seus apóstolos e serviu de ambiente para a última Ceia. Marcos acompanhou Paulo em sua primeira viagem missionária, mas parece não haver participado do entusiasmo do apóstolo; retornou sozinho a Jerusalém (At 13,13). A seu respeito deu-se viva discussão entre Paulo e Barnabé, por ocasião da segunda viagem de Paulo (At 15,39-40). Marcos acompanhou depois Pedro a Roma, pôs-se a seu serviço durante a prisão do chefe dos apóstolos (Cl 4,10), e enfim colocou-se de novo à disposição de Paulo durante a prisão deste (2Tm 4,11). Marcos nos apresenta Jesus descoberto por meio da experiência de seus discípulos e apóstolos. Há uma pergunta que se coloca ainda hoje para apresentar Jesus ao mundo: “Quem é Ele?” Marcos tenta dar sua resposta. Seu Evangelho é concebido segundo uma visão muito especial: a do contraste doloroso entre Cristo revestido das prerrogativas de cura, de perdão e de vitória sobre o demônio, e os homens que zombam dele e querem a sua ruína. Quando se apresenta a oportunidade, Marcos não hesita em mostrar essa mesma oposição no interior do grupo dos discípulos (4,13) e da família de Cristo (3,20-35). Explica este escandaloso contraste com o próprio mistério pascal, fazendo ver, além disso, que nele se cumpre uma profunda lei do plano de Deus, encontrada em toda vocação cristã. O Evangelho do Messias humilhado, sofredor e crucificado, leva à profissão de fé do centurião: “Este era na verdade o Filho de Deus!”. Marcos é o Evangelista que põe em maior relevo a traição de Judas e de Pedro. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.  


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças – Sarandi, PR