IGREJA EM SAÍDA, É UMA IGREJA QUE SE DEIXA INTERPELAR PELOS PROBLEMAS E SOFRIMENTOS DOS MAIS FRAGIIZADOS
Na Liturgia desta quarta-feira, 7ª Semana do Tempo Comum, na 1ª Leitura (Tg 4,13-17), Tiago critica os negociantes que, na sua autossuficiência, imaginam ter domínio total sobre as situações e até sobre a própria vida, fazendo projetos para enriquecer e assegurar uma existência tranquila. No entanto, só Deus é o Senhor da vida e dos destinos humanos, só ele conhece o amanhã. Cabe ao homem entregar-se a Deus e fazer o bem.
Na medida em que o apego à profissão, à condição social ou ao próprio trabalho se trona um absoluto e um fim em si mesmo na vida espiritual e material do homem e do cristão, já não há lugar para a atitude de fé. A vida, a atenção a Deus e aos irmãos, a disponibilidade para fazer o bem, mesmo acima e contra os nossos planos, valem mais que todo o nosso trabalho e todos os nossos projetos. Como se dissessem: homens de negócio, homens que dizeis amar a realidade, o concreto, os fatos, atenção! É bom fazer projetos, mas quem é sábio os submete ao juízo de Deus: se Deus quiser, se lhe aprouver.
No Evangelho (Mc 9,38-40), vemos que Jesus não nos pede licença para se comunicar, diferente de nós, frente às realidades complexas. Não temos o monopólio de Deus. Jesus reprova a intolerância, o exclusivismo e prega a solidariedade, a hospitalidade e a unidade no que é essencial: amor aos pobres. Ele nos diz que o escândalo é acumular à custa da miséria, fechar-se, não servir. Uma Igreja que se fecha em si, que não se deixa interpelar pelos problemas e sofrimentos dos fragilizados, é uma Igreja que trai a missão de Jesus.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças – Sarandi – PR




