Reflexão litúrgica: Sexta-feira, 14/06/2024 – 10ª Semana do Tempo Comum

13 de Junho de 2024

"Reflexão litúrgica: Sexta-feira, 14/06/2024 – 10ª Semana do Tempo Comum"

A BRISA SUAVE QUE ELIAS EXPERIMENTOU FOI A FONTE QUE SACIA, A MÍSTICA, A ORAÇÃO, O RETIRO, A VIDA INSERIDA NA IGREJA 

Na Liturgia desta sexta-feira da X Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (1Rs 19,9a.11-16), que o profeta Elias se encontra na seguinte situação: tem a vida ameaçada e, no meio das dificuldades, sente o peso da missão, sente que esta é superior às suas forças, mostra sinais de desânimo e deseja morrer. Fica com medo e foge em busca de um sentido para vida. 

Por que Elias sofria? Havia se consumido pelo povo que abandonara a Aliança, agora, ele era rejeitado: 

“Elias entrou na gruta da montanha, e aí passou a noite. Então, o Senhor lhe dirigiu a palavra, perguntando: Elias, o que é que você está fazendo aqui? Elias respondeu: o zelo por Javé dos exércitos me consome, porque os israelitas abandonaram a tua aliança, derrubaram teus altares e mataram teus profetas. Sobrei somente eu, e eles querem me matar também” (1Rs 19,9-10). 

O povo havia pecado, ao aderir ao deus Baal (manifestação sensacional, espetáculo): deus do raio, tempestade, furacão, terremoto. Elias desmascara tal tendência, era o ‘demolidor’, por isso sofre as consequências, então teve que mudar sua mentalidade sobre Deus (precisou abastecer a alma – alimentar-se de pão). Foi chamado a fazer novas experiências e, nem sempre, na forma tradicional. 

Onde está o segredo da força dos profetas? Por que são capazes de fazer novas experiências? A brisa suave que ele experimentou foi a fonte que sacia, a mística, a oração, o retiro, a vida inserida na Igreja. A brisa suave é a força de Deus e a intimidade de seu trato com os profetas e amados. Elias percebeu Deus nos sinais dos tempos e a tudo deu graças (1Ts 5,18). 

No Evangelho (Mt 5,27-32), vemos que Jesus apela para a consciência que nenhuma lei pode substituir ou violar. O adultério é repelido até a raiz, nas intenções secretas. O olhar do fiel deve ser sadio. Por isso, cumpre saber fazer os mais pesados sacrifícios. Ao passo que as legislações eram tolerantes para o homem e drásticas para a mulher, Jesus coloca-os no mesmo plano. Pronuncia-se de modo nítido e igualitário contra o divórcio e declara adúltera a união com outrem, depois dele. Esta é a novidade de Cristo. A união do homem e da mulher é expressão de amor, vem de Deus, não deve ser paixão egoística, exclusiva busca de prazer. O amor é doação recíproca, encontro de liberdades que se unem. Atração física sem amor é alienação, imaturidade humana, porque não exprime a pessoa para a pessoa, mas apenas o sexo para o sexo; tenta reduzir o outro a uma coisa, uma posse, um bem de consumo. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças – Sarandi – PR