Reflexão litúrgica: Segunda-feira, 12/08/2024 – XIX Semana do Tempo Comum

11 de Agosto de 2024

"Reflexão litúrgica: Segunda-feira, 12/08/2024 – XIX Semana do Tempo Comum"

ONDE TUDO PARECE RUÍNA, DEUS ATUA PARA SALVAR, PARA LIBERTAR O SER HUMANO EM PROFUNDIDADE 

Na Liturgia desta segunda-feira da XIX Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (Ez 1,2-5.24-28c), que a vocação profética sempre inicia com alguma experiência de Deus, profunda e inexprimível. Para exprimir a experiência que o levou à missão, Ezequiel usa o gênero literário da teofania (descrição da manifestação de Deus através de furacão, nuvens, tempestade, relâmpagos). É difícil, até mesmo impossível, reconstruir, ou sequer imaginar, o que ele descreve. O importante é perceber que Ezequiel, no exílio, tem a experiência do Deus vivo presente e pronto para agir. Todo o aparato da teofania é um modo de sugerir o mistério da presença e ação divina. O trono mostra que Deus é rei e juiz: ele é o Senhor que governa a história e realiza o julgamento de todos os povos. A reação humana é de total impotência. 

Não podemos ficar impressionados com o modo pelo qual um profeta descreve sua experiência de Deus. Todos somos chamados a exercer o profetismo, mas ninguém fique esperando aparições grandiosas para se sentir impelido. A ação de Deus se manifesta através de acontecimentos e situações: é no discernimento da realidade e no compromisso com o projeto de Deus que descobrimos sua presença, palavra e ação. 

No Evangelho (Mt 17,22-27), vemos que Jesus mostra, uma vez mais, qual é a verdadeira missão do Messias: dar a própria vida e ressuscitar. Os discípulos, porém, ainda não compreendem o significado da morte que gera a vida. 

Ressalta-se neste texto que o problema é pagar o imposto do Templo e o imposto imperial. O imposto implica domínio sobre os bens da pessoa. Esses bens, em primeiro lugar, são de Deus. E os homens são filhos de Deus, antes de ser súditos de qualquer poder. Portanto, eles não têm obrigação de pagar impostos. A razão para pagá-lo é livre e secundária: evitar escândalo. O confronto e a ruptura entre Jesus e as instituições se dão nesse nível mais profundo e decisivo, que supera a própria instituição do Estado e do Templo. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR