Reflexão litúrgica: Terça-feira, 20/08/2024 – Memória de São Bernardo, abade e doutor da Igreja, XX Semana do Tempo Comum

19 de Agosto de 2024

"Reflexão litúrgica: Terça-feira, 20/08/2024 – Memória de São Bernardo, abade e doutor da Igreja, XX Semana do Tempo Comum"

O RISCO DAS RIQUEZAS E A RECOMPENSA DOS QUE DELA SE DESAPEGAM 

Na Liturgia desta terça-feira da XX Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (Ez 28,1-10), que o julgamento contra o rei de Tiro mostra o caminho de perversão humana, que arruína a pessoa e a sociedade. O processo começa aplicando a inteligência no comércio. Este se perverte e se transforma em esperteza, que, através da injustiça e desonestidade, consegue o lucro, que nada mais é do que um roubo. Daí por diante, tudo rola como bola de neve: a acumulação do lucro se transforma em capital, isto é, em riqueza (soma total de todos os roubos). Nesse momento, começa outro processo: a riqueza compra o poder, e este multiplica a violência e opressão, levando as pessoas a se curvarem diante do poderoso e rico patrão que começa a considerar-se onipotente e, no auge da alienação, profere a blasfêmia: “Eu sou um deus”. As coisas, porém, não ficam assim: tudo o que se constrói sobre a mentira virá abaixo através da verdade, que mais cedo ou mais tarde se revela. 

No Evangelho (Mt 19,23-30), Jesus afirma que para entrar no Reino (ou vida eterna) é preciso mais do que observar leis ou regras. O Reino é dom de Deus aos seres humanos, e nele tudo deve ser partilhado entre todos. Isso significa repartir as riquezas em vista de uma igualdade, abolindo qualquer exclusão. É por isso que os ricos gananciosos ficam tristes e dificilmente entram no Reino. E o que acontece quando a gente deixa tudo para seguir a Jesus e continuar o seu projeto? Encontra um novo sentido para a vida e para a sociedade, embora em meio à perseguição, e já vive a certeza da plenitude que virá. 

Mateus também salienta que quem se engaja completamente no seguimento de Jesus, participará como juiz, quando a história for julgada. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR