ESTA É A VONTADE DE DEUS: NOSSA SANTIFICAÇÃO
Na Liturgia desta sexta-feira da XXI Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (1Cor 1,17-25), que o Apóstolo Paulo havia partido de Atenas após uma experiência fracassada com os filósofos gregos e, agora, em Corinto, ele trabalha com uma comunidade pobre da periferia da cidade. Dessa dupla experiência, cresce a convicção de que Deus escolheu preferencialmente as pessoas pobres, simples e marginalizadas, pois é na fraqueza que se manifesta a força de Deus. A partir daí segue a argumentação através de um jogo de contrários ou antíteses. Significa que há uma contradição entre o projeto de Deus e o projeto humano. A Cruz parece loucura, sinal de fraqueza e caminho de perdição. Mas Deus a transformou em sabedoria, sinal de força e caminho de salvação.
No Evangelho (Mt 25,1-13), Mateus trata do discurso escatológico de Jesus que descreve a conclusão do Reino na terra. Tudo é claramente orientado e exprime o insistente convite à perseverança e à vigilância: “Vigiai, portanto, porque não sabeis nem o dia nem a hora.” A parábola das dez virgens é uma alegoria das núpcias de Cristo com sua Igreja. Na Igreja, as virgens, isto é, os cristãos, caminham juntos ao encontro do senhor, recebem a mesma missão de Jesus: fazer o bem, amar, produzir frutos, boas obras. Mas, infelizmente, uns são bons, vigilantes, fiéis, sensatos; outros são maus, infiéis, insensatos, autossuficientes, centrados em si mesmos, se julgam sábios e esquecem o principal: as boas obras. Para estes, fecham-se as portas. No caminho da vida, achavam que os outros poderiam substituí-los, responder por eles, querem aproveitar o azeite (santidade) dos outros e, por isso, improvisam o encontro. Iniciaram a caminhada de fé, mas não se mantiveram alertas.
O momento da vinda de Jesus, o noivo, no fim dos tempos, é desconhecido (morte, juízo final). É preciso que as virgens, isto é, as comunidades cristãs, estejam abastecidas do combustível das boas obras, preparadas, para o encontro com o Senhor, mediante a prática da justiça (o azeite) e dos valores do Reino. Quem negligenciar esta vigilância, achando ter todo tempo para encontrar o azeite da lamparina, pode-se dar conta de ser tarde demais.
A comunidade sem óleo vive no vazio, no escuro, é uma comunidade estéril. Mas, qual é a raiz da esterilidade? A ausência de relação intensa e contínua com Deus. É o desconhecimento do Espírito Santo, cujo primeiro fruto é a caridade. A oração, a intimidade com Deus, mantém aceso o amor. Quem ama não esquece da pessoa amada. Há esquecimentos que não são falta de memória, mas de amor: “Quem não ama carrega dentro de si um germe homicida” (1Jo 3,15).
Concluindo, penso que o principal, o mais importante, aquilo com que devemos nos preocupar é com o Reino de Deus, pois, só assim, estaremos sempre vigilantes e vivenciando o amor que gera a fraternidade e a solidariedade. Que o óleo do Espírito Santo nunca nos falte em nossa caminhada de discípulos missionários. Que a sabedoria divina ilumine nossas decisões.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR




