“ELE VAI ENXUGAR TODA LÁGRIMA DOS OLHOS DELES, POIS NUNCA MAIS HAVERÁ MORTE, NEM LUTO, NEM GRITO, NEM DOR. SIM! AS COISAS ANTIGAS DESAPARECERAM!” (Ap 21,4)
Na Liturgia desta sexta-feira, 34ª Semana do Tempo Comum, na 1ª Leitura (Ap 20,1-4.11-21,2), vemos que pela morte e ressurreição, Jesus conquistou a vitória sobre o mal (Dragão), que já não tem plena liberdade para agir. Mil anos é o tempo que vai da morte de Jesus até a consumação final. A ação do Dragão é passageira e fraca (pouco tempo). Entre a ressurreição de Jesus e a consumação final, o povo de Deus participa da realeza de Jesus e do seu julgamento. A primeira ressurreição é a conversão e o Batismo, é a passagem da morte do pecado para a vida em Cristo. Para os convertidos não acontece a morte definitiva (segunda morte).
O fim da história é o julgamento, no qual se manifesta a vida. A morte e o mal vão ser destruídos, e os homens serão julgados conforme viveram. O trono evoca a presença do juiz. Este céu e terra desaparecem, porque tudo se renovará. O julgamento de Deus não é arbitrário: quem pronuncia a sentença é a própria vida de cada um. O livro da vida é o livro do Cordeiro; nele está o nome dos que deram o testemunho de Jesus. A morte e a morada dos mortos personificam os poderes do mal. São destruídos, porque doravante tudo será vida.
O texto mostra que a meta da história, para além do tempo, é a plena realização da Aliança de Deus com a humanidade, numa vida inteiramente imortal. O fim da história é a vida. A humanidade nova é apresentada como Nova Jerusalém-Esposa e Nova Jerusalém-Cidade. A nova relação que existe entre Deus e os homens é apresentada como céu novo e terra nova. O mar já não existe, porque os antigos o consideravam moradia dos poderes do mal. A Nova Jerusalém é a cidade que Deus vai construir como dom (vem do céu) para os homens. É a Esposa do Cordeiro, o novo Adão que esposa a nova Eva. Realiza-se a Aliança de Deus com toda a humanidade. Ela se tornou a Tenda, na qual Deus está presente. Doravante tudo é vida e realização plena.
O Evangelho (Lc 21,29-33), descreve os acontecimentos em linguagem apocalíptica extraída dos antigos profetas, mas a mensagem é de esperança e libertação. O mundo e as coisas caminham para uma verdadeira primavera. Sobre as ruínas do mundo que desmorona está Deus construindo o seu reino. A proximidade do reino de Deus, a iminência do dia do Senhor, a segurança das palavras que não passam exige de nós prontidão, vigilância e oração.
Descrevendo em termos apocalípticos o fim de Jerusalém, Lucas não anuncia necessariamente o fim do mundo; apresenta, ao contrário, a queda dessa cidade como etapa decisiva para a inauguração do novo Reino de Deus no mundo, como a aurora de uma nova criação. Sabemos, de fato, que esse acontecimento obrigou a Igreja a abrir-se decididamente às nações e a desprender-se do particularismo judaico. É o reino que vem! Toda a evangelização é uma etapa desse reino que progride no ‘aqui’ e ‘agora’.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR