Reflexão litúrgica: sexta-feira, 29/11/2024, XXXIV Semana do Tempo Comum

28 de Novembro de 2024

"Reflexão litúrgica: sexta-feira, 29/11/2024, XXXIV Semana do Tempo Comum"

“ELE VAI ENXUGAR TODA LÁGRIMA DOS OLHOS DELES, POIS NUNCA MAIS HAVERÁ MORTE, NEM LUTO, NEM GRITO, NEM DOR. SIM! AS COISAS ANTIGAS DESAPARECERAM!” (Ap 21,4) 

Na Liturgia desta sexta-feira, 34ª Semana do Tempo Comum, na 1ª Leitura (Ap 20,1-4.11-21,2), vemos que pela morte e ressurreição, Jesus conquistou a vitória sobre o mal (Dragão), que já não tem plena liberdade para agir. Mil anos é o tempo que vai da morte de Jesus até a consumação final. A ação do Dragão é passageira e fraca (pouco tempo). Entre a ressurreição de Jesus e a consumação final, o povo de Deus participa da realeza de Jesus e do seu julgamento. A primeira ressurreição é a conversão e o Batismo, é a passagem da morte do pecado para a vida em Cristo. Para os convertidos não acontece a morte definitiva (segunda morte). 

O fim da história é o julgamento, no qual se manifesta a vida. A morte e o mal vão ser destruídos, e os homens serão julgados conforme viveram. O trono evoca a presença do juiz. Este céu e terra desaparecem, porque tudo se renovará. O julgamento de Deus não é arbitrário: quem pronuncia a sentença é a própria vida de cada um. O livro da vida é o livro do Cordeiro; nele está o nome dos que deram o testemunho de Jesus. A morte e a morada dos mortos personificam os poderes do mal. São destruídos, porque doravante tudo será vida. 

O texto mostra que a meta da história, para além do tempo, é a plena realização da Aliança de Deus com a humanidade, numa vida inteiramente imortal. O fim da história é a vida. A humanidade nova é apresentada como Nova Jerusalém-Esposa e Nova Jerusalém-Cidade. A nova relação que existe entre Deus e os homens é apresentada como céu novo e terra nova. O mar já não existe, porque os antigos o consideravam moradia dos poderes do mal. A Nova Jerusalém é a cidade que Deus vai construir como dom (vem do céu) para os homens. É a Esposa do Cordeiro, o novo Adão que esposa a nova Eva. Realiza-se a Aliança de Deus com toda a humanidade. Ela se tornou a Tenda, na qual Deus está presente. Doravante tudo é vida e realização plena. 

O Evangelho (Lc 21,29-33), descreve os acontecimentos em linguagem apocalíptica extraída dos antigos profetas, mas a mensagem é de esperança e libertação. O mundo e as coisas caminham para uma verdadeira primavera. Sobre as ruínas do mundo que desmorona está Deus construindo o seu reino. A proximidade do reino de Deus, a iminência do dia do Senhor, a segurança das palavras que não passam exige de nós prontidão, vigilância e oração.  

Descrevendo em termos apocalípticos o fim de Jerusalém, Lucas não anuncia necessariamente o fim do mundo; apresenta, ao contrário, a queda dessa cidade como etapa decisiva para a inauguração do novo Reino de Deus no mundo, como a aurora de uma nova criação. Sabemos, de fato, que esse acontecimento obrigou a Igreja a abrir-se decididamente às nações e a desprender-se do particularismo judaico. É o reino que vem! Toda a evangelização é uma etapa desse reino que progride no ‘aqui’ e ‘agora’. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR