O PÃO DISTRIBUÍDO A TODOS É A MARCA DA AÇÃO DE JESUS, O SÍMBOLO MAIOR DE SUA MISSÃO COM AS PESSOAS FRAGILIZADAS
Na Liturgia desta terça-feira do Tempo do Natal depois da Epifania, na 1ª Leitura (1Jo 4,7-10), o Apóstolo João lembra às comunidades qual o critério básico para ser cristão autêntico, filho de Deus, e encontrar as fontes da caridade e da fé: fazer a experiência com Jesus Cristo.
No Evangelho (Mc 6,34-44), vemos que Jesus tem compaixão da multidão porque aos seus olhos eram como “rebanho sem pastor”. Por isso, qual novo Moisés, Messias davídico e Deus, começa a ser para eles um guia, ensinando-lhes muitas coisas e multiplicando para eles peixes e pães, auxiliado pelos discípulos. Estavam em um lugar deserto e o povo recebe ordem de sentar-se por grupos de cem e de cinquenta exatamente como no Êxodo (18,25). Jesus é assim apresentado como o novo Messias e a comunidade cristã como o novo Israel, nutrida, também ela, com a Palavra de Deus, com o peixe e com o novo maná, evidente referência à Eucaristia.
Com um grande milagre, Jesus mata a fome de verdade dos seus ouvintes que, esquecidos dos próprios interesses e até da alimentação, o haviam seguido àquele lugar solitário, sequiosos de ouvir suas palavras de vida. Jesus quer que todos tenham pão e alimento à vontade: “Todos comeram e ficaram fartos”. Para muitos o pão é ainda o alimento base no mundo de hoje. E quantos em nossos dias vivem privados dele, sem o suficiente para saciar a fome. Apóstolos e discípulos são chamados por Jesus, não só para ser testemunhas, mas colaboradores do milagre que ele opera para alimentar a multidão. Jesus continua a ser pão vivo para a vida do mundo; a nós compete empenharmo-nos para que seja dado a todos, no dão material e no espiritual da Eucaristia. Em muitos casos, o caminho da evangelização parte da humanização e da libertação dos pobres.
Marcos não diz o que Jesus ensina, mas o grande ensinamento de toda a cena está no fato de que não é preciso muito?dinheiro?para?comprar?comida para o povo, a responsabilidade pelas pessoas não pode ser transferida, os discípulos precisam agir para que todos tenham o necessário, é preciso simplesmente?dar?e?repartir?entre todos o pouco que cada um possui. “O pouco com Deus é muito”. O pão distribuído a todos é a marca da ação de Jesus, o símbolo maior de sua missão com as pessoas fragilizadas. Mas, para que isso realmente aconteça, é preciso organizar o povo. Dando e repartindo, todos ficam satisfeitos, e ainda sobra muita coisa.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR