Reflexão litúrgica: quarta-feira, 08/01/2025, Tempo do Natal depois da Epifania

07 de Janeiro de 2025

"Reflexão litúrgica: quarta-feira, 08/01/2025, Tempo do Natal depois da Epifania"

“SE NOS AMARMOS UNS AOS OUTROS, DEUS PERMANECE EM NÓS” 

Na Liturgia desta quarta-feira do Tempo do Natal depois da Epifania, na 1ª Leitura (1Jo 4,11-18), vemos que o centro da vida é a prática do amor. Esse amor testemunha concreta e visivelmente o conhecimento e a união que temos com Deus, com seu Filho e com o Espírito. De fato, Deus Pai torna-se conhecido pelos homens no ato de dar, por amor, o seu Filho ao mundo. O Filho é conhecido pela entrega de si mesmo, no amor, até o fim. O Espírito gera a memória do Pai e do Filho nos cristãos, isto é, a própria vida no amor. A fé na Trindade é a teoria de uma prática que se expressa no amor concreto aos irmãos, a quem Deus ama. A incoerência fundamental seria afirmar uma fé na Trindade que não correspondesse à prática do amor. João deixa claro que o julgamento de Deus será feito sobre a prática do amor vivida ou não. Por isso, quem ama não teme o julgamento. 

No Evangelho (Mc 6,45-52), Jesus ora. Os evangelistas, muitas vezes, insistem sobre esta atitude do Mestre, não apenas para nos dar exemplo, mas ainda porque se sente verdadeiro homem, necessitado, portanto, desse contato com Deus. Em tal colóquio contínuo com o Pai encontra força para aceitar a incompreensão, as humilhações, traições, sofrimentos que as pessoas lhe oferecem em paga de seu amor. 

Confortado pela oração, aproxima-se Jesus dos apóstolos fatigados. Quantas vezes nos sentimos também fatigados pela labuta cotidiana, pela desilusão, desconfiança, incompreensões, provocações que a vida nos reserva, sacudidos pelo vento de tendências opostas, ideologias contrárias, paixões violentas. “A vida do ser humano é uma luta” (Jó 7,1). Eis, porém, o fato que perturba e consola: Jesus caminha junto a nós e nos repete: “Coragem, sou eu, não temam!”. Não nos tira de nossa situação, das tentações e perigos em que nos debatemos, mas nos estende a mão. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR