Reflexão Litúrgica: Quarta-feira, 14/05/2025, Festa de São Matias, Apóstolo, VII Semana do Tempo da Páscoa

13 de Maio de 2025

"Reflexão Litúrgica: Quarta-feira, 14/05/2025, Festa de São Matias, Apóstolo, VII Semana do Tempo da Páscoa"

É PRECISO CONHECER OS EVANGELHOS PARA DAR TESTEMUNHO DE JESUS 

Na Liturgia desta quarta-feira, Festa de São Matias, Apóstolo, vemos, na 1ª Leitura (At 1,15-17.20-26), que a primeira comunidade começa a expandir-se e o número dos Doze deve ser completado: assim como o povo de Israel se formou a partir dos doze filhos de Jacó, o novo povo de Deus forma-se a partir dos doze apóstolos. A testemunha de Jesus é aquela que conhece o que Ele fez e ensinou, “desde o seu batismo até sua morte e ressurreição. Agora, é preciso que um deles se junte a nós para testemunhar a ressurreição” (At, 1,22). Este versículo nos mostra o conteúdo da catequese primitiva, o qual formou depois a estrutura dos evangelhos; por isso, é preciso conhecer os evangelhos para dar testemunho de Jesus. 

São Matias, Apóstolo, foi uma testemunha do ministério apostólico e da ressurreição de Cristo, foi agregado ao colégio apostólico após a deserção e a morte de Judas. Restabeleceu-se assim, entre a Ascensão e Pentecostes, o número de doze que simboliza o novo Israel convocado dentre todos os povos (At 1,15-26). Seu nome aparece na segunda relação dos santos do Cânon Romano. 

No Evangelho (Jo 15,9-17), Jesus propõe aos discípulos um novo modelo de convivência humana, baseado na fraternidade: obedecer, amar, cultivar amizades, partilhar alegrias e dificuldades. Jesus não quer uma adesão de servos que obedecem a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é um dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. Dar a vida não significa, necessariamente, morrer por alguém, mas viver com desprendimento, ser solidário, compreensivo, ser um colaborador, um confidente, enfim, fazer da vida um presente valioso para este alguém, não como um peso, obrigação, mas por prazer, por amor. Lembro-me do exemplo de uma Irmã religiosa que trabalhava num leprosário há muitos anos e, um dia, uma senhora que fora visitar o ambiente, ao final da visita, muito compelida, disse: “Irmã, eu não trabalharia aqui nem que me dessem milhões por mês”, ao que a irmã respondeu: “nem eu”. 

Ser amigo é ser transparente, verdadeiro, é revelar-se, é entrar em comunhão de vida, de planos e ideais. Sempre digo que os amigos, embora nos conheçam, nos amam. Quem muito ama, muito se comunica, toma a iniciativa, muito perdoa. Jesus é este amigo que nos conhece profundamente, sempre vem ao nosso encontro para nos amar e perdoar. 

Enfim, neste Evangelho, o fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor mútuo. Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo, colocando a comunidade em contínua expansão e crescimento. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá (PR) 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi (PR)