Reflexão litúrgica: Quinta-feira, 07/08/2025 – XVIII Semana do Tempo Comum

06 de Agosto de 2025

"Reflexão litúrgica: Quinta-feira, 07/08/2025 – XVIII Semana do Tempo Comum"

MOISÉS É CADA UM DE NÓS QUANDO CLAMA AO SENHOR, PEDE A FORÇA DO ALTO PARA MUDAR AQUILO QUE É IMPOSSÍVEL PARA AS PESSOAS PORQUE SABE QUE, PARA DEUS, TUDO É POSSÍVEL 

Na Liturgia desta quinta-feira da XVIII Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (Nm 20,1-13), que diante de uma dificuldade o povo fica em dúvida: Será que o Deus libertador está nos acompanhando no caminho para a vida? O mesmo bastão que provou ser Moisés o enviado do Senhor para lutar contra o opressor, torna-se agora instrumento de vida. Aqui, a água que sai da rocha simboliza, provavelmente, a Lei de Moisés que emana do Templo pós exílico. 

Diante dos obstáculos encontrados pelo povo, no deserto, percebemos dois tipos de atitudes: 

- Atitudes do Povo: o povo estava sedento de água. Hoje está sedento de quê? O povo murmurava: precariedade dos meios, dúvidas na fé, tentado a voltar atrás, perde a esperança. Deus não desiste do sonho, renova a fé, não desiste. Que atitudes tomar diante de quem vive se desgastando, provocando males, que abandonam facilmente a caminhada já que não possuem raízes de fé profunda, pois dizem: “Deus está ou não no meio de nós?” (Só enxergam o momento). 

- Atitudes de Moisés (Líder): Não fica preso só ao momento presente. Toma a posição de Deus. Passa adiante do povo. Não faz o que o povo pede ou quer no momento, mas vê mais longe, dá ao povo não o que pede ou quer, mas o que precisa. O que o povo precisa? Fazer a experiência de Deus. “Eu estarei lá diante de ti, sobre o rochedo (Deus: força, defesa, apoio). 

Moisés é cada um de nós quando clama ao Senhor, pede a força do alto para mudar aquilo que é impossível para as pessoas porque sabe que, para Deus, tudo é possível; intercede, pede discernimento, meios etc.; acredita que Deus é maior do que qualquer crise, condicionamento; não discute ou provoca; faz, multiplica o bem, acredita e afirma: Deus está no meio de nós, nós vamos vencer! 

No Evangelho (Mt 16,13-23), vemos que a pergunta de Jesus força os discípulos a fazer uma revisão de tudo o que Ele realizou no meio do povo. Esse povo não entendeu quem é Jesus. Os discípulos, porém, que acompanham e veem tudo o que Jesus tem feito, reconhecem agora, através de Pedro, que Jesus é o Messias. A ação messiânica de Jesus consiste em criar um mundo plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa de pobres e poderosos à custa de fracos. Por isso, essa sociedade vai matar Jesus, antes que Ele a destrua. Mas os discípulos imaginam um messias glorioso e triunfante. 

Pedro é estabelecido como o fundamento da comunidade que Jesus está organizando e que deverá continuar no futuro. Jesus concede a Pedro o exercício da autoridade sobre essa comunidade, autoridade de ensinar, conduzir ou introduzir novos membros nela. Para que Pedro possa exercer tal função, a condição fundamental é ele admitir que Jesus não é messias triunfalista e nacionalista, mas o Messias que sofrerá e morrerá na mão das autoridades do seu tempo. Caso contrário, ele deixa de ser Pedro para ser Satanás. Pedro será verdadeiro chefe, se estiver convicto de que os princípios que regem a comunidade de Jesus são totalmente diferentes daqueles em que se baseiam as autoridades religiosas do seu tempo. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá (PR) 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi (PR)