Reflexão litúrgica: Memória de Santa Clara, virgem, segunda-feira, 11/08/2025

10 de Agosto de 2025

"Reflexão litúrgica: Memória de Santa Clara, virgem, segunda-feira, 11/08/2025"

AMAI OS FORASTEIROS, PORQUE VÓS TAMBÉM FOSTES ESTRANGEIROS 

Na Liturgia desta segunda-feira da XIX Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (Dt 10,12-22), que viver em Aliança com o Senhor implica reconhecer que Ele é Deus e o homem não é Deus, e que relacionar-se exclusivamente com o Senhor exige uma nova relação com todas as criaturas. Viver esse amor-temor significa reconhecer o Senhor como único Deus e obedecer à Sua vontade conforme expressa em Seus mandamentos. Não se trata de obediência formal: é necessária uma radical transformação da consciência, a fim de realizar a Sua justiça, ou seja, comprometer-se com os pobres e marginalizados, não aceitação de suborno, justiça para com o órfão, a viúva e o imigrante. A grandeza da Aliança consiste em ser aliado do Senhor do universo e da história, que quis unir-se aos pobres e oprimidos, para construir a história da liberdade e da vida. 

No Evangelho (Mt 17,22-27), vemos que Jesus mostra, uma vez mais, qual é a verdadeira missão do Messias: dar a própria vida e ressuscitar. Os discípulos, porém, ainda não compreendem o significado da morte que gera a vida. 

Ressalta-se neste texto que o problema é pagar o imposto do Templo e o imposto imperial. O imposto implica domínio sobre os bens da pessoa. Esses bens, em primeiro lugar, são de Deus. E os homens são filhos de Deus, antes de ser súditos de qualquer poder. Portanto, eles não têm obrigação de pagar impostos. A razão para pagá-lo é livre e secundária: evitar escândalo. O confronto e a ruptura entre Jesus e as instituições se dão nesse nível mais profundo e decisivo, que supera a própria instituição do Estado e do Templo. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá (PR) 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi (PR)