DEUS NOS JULGA COM A MESMA MEDIDA QUE USAMOS PARA OS OUTROS
Na Liturgia desta sexta-feira da XXIII Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (1Tm 1,1-2.12-14), o Apóstolo Paulo nos fala de sua vocação e transformação pela graça de Deus. Recorda o seu passado de perseguidor insolente a apóstolo e servidor de confiança, manifesta sua alegria e gratidão pela graça e a misericórdia de Deus. “Vocês já ouviram falar de como eu antes me comportava no judaísmo, de como perseguia com veemência a igreja de Deus e a devastava” (Gl 1,13). A vida e o exemplo de Paulo deve ser o perfil de todos os cristãos. Deus nos chama não porque merecemos ou somos bons, perfeitos, ou um dia haveremos de sê-lo, mas porque Ele é bom e misericordioso.
Paulo não reivindica nenhum direito. Não considera seu ministério como profissão, da qual poderia tirar proveito e prestígio, mas como missão, na qual o Senhor o empenhou pessoalmente. Paulo vive a liberdade radical, que o leva a tornar-se disponível e solidário para com todos. Usando as imagens do atletismo e do pugilato (luta com punhos), Paulo incentiva os cristãos a lutarem pela fé; e isso não pode ser feito sem séria disciplina.
No Evangelho (Lc 6,39-42), Lucas salienta que as relações numa sociedade nova não devem ser de julgamento e condenação, mas de perdão e dom. Só Deus pode julgar.
Deus nos julga com a mesma medida que usamos para os outros. O rigor do nosso julgamento sobre o nosso próximo (cisco) mostra que desconhecemos a nossa própria fragilidade e a nossa condição de pecadores diante de Deus (trave).
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá (PR)
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi (PR)