Igreja Santíssima Trindade precedeu catedral Nossa Senhora da Glória. Conheça a história das catedrais de Maringá

22 de Setembro de 2014

Igreja Santíssima Trindade precedeu catedral Nossa Senhora da Glória. Conheça a história das catedrais de Maringá

imagem Igreja Santíssima Trindade precedeu catedral Nossa Senhora da Glória. Conheça a história das catedrais de Maringá

A cidade possui um dos monumentos religiosos mais enigmáticos e representativos do sul das Américas: Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória. Em formato cônico, a obra de José Augusto Bellucci foi orientada sob a inspiração do então bispo Dom Jaime Luiz Coelho, que teve como referência o foguete russo Sputnik II.

Entretanto, esse cartão postal não foi a única Catedral que os católicos frequentaram ao longo das décadas de 1950 e 1970. Nem mesmo o templo sempre foi conhecido por este nome.

A história das Catedrais de Maringá teve início em 1948, quando a pedra fundamental da Catedral Santíssima Trindade foi lançada. A obra foi concluída em pouco tempo e os habitantes passaram a possuir uma igreja matriz já no início da década seguinte.

Entre 1950 e 1957, a Catedral, que era de madeira, passou por várias reestruturações: foi ampliada, recebeu um pequeno palco em sua entrada principal para a realização de grandes eventos, ganhou duas torres para os sinos e foi reformada por algumas oportunidades.

A de se ressaltar que até então, a diocese responsável pelo norte do Paraná estava situada em Jacarezinho sob a coordenação do então bispo Dom Geraldo de Proença Sigaud. Foi somente em março de 1957 que a cidade receberia seu primeiro bispo, Dom Jaime Luiz Coelho, que no ano seguinte a sua chegada já lançaria a pedra fundamental da futura instalação da Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória.

A construção da obra considerada por alguns naquele período “faraônica”, se deu ao longo dos anos de 1958 a 1972, quando foi inaugurada no 25º aniversário de Maringá.

Para sua viabilização, além do empenho de Dom Jaime, diversas entidades e empresários se organizaram em uma Comissão Especial para essa finalidade. Para dar celeridade, por duas oportunidades o cargo de presidente dessa Comissão foi ocupado por prefeitos de Maringá, respectivamente: Dr. Luiz Moreira de Carvalho (1966-1969) e Adriano José Valente (1969-1971). Além disso, o Estado se fez presente com aporte de recursos. De 1958 a 1964, o Governo do Paraná contribuiu com CR$ 22.660,00 e a Prefeitura de Maringá com CR$ 4.000,00.

Bem como empresas locais, a edificação contou com o incentivo direto de grandes bancos de relevância nacional: Bradesco, Ginko, Brasul, Mercapaulo, Commercial, Bancial, Benka, entre outros.

A nova Catedral foi concluída em 1972 e sua inauguração ocorreu no ano seguinte, quando, simbolicamente, a antiga sede em madeira, ao lado da nova estrutura, começou a ser demolida.

Pode-se dizer, portanto, que a esta grande obra arquitetônica de referência internacional é fruto da cessão do espaço das Catedrais percussoras, que, atualmente, não fazem mais parte da memória dos maringaenses.

 

Por Miguel Fernando

Historiador

 

Foto: Catedral Santíssima Trindade