A Páscoa e seus símbolos

15 de Abril de 2014

A Páscoa e seus símbolos

imagem A Páscoa e seus símbolos

Para os cristãos, a Páscoa é a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. É considerada a festa das festas, a solenidade das solenidades, e não se celebra dignamente senão na alegria.

Nos tempos antigos, no hemisfério norte, a celebração da páscoa era marcada com o fim do inverno e o início da primavera. Tempo em que animais e plantas aparecem novamente. Os pastores e camponeses presenteavam-se uns aos outros com ovos. Contudo, há vários símbolos que aparecem nesse período. Vamos verificar o que eles significam:

Peixe: Peixe é um dos símbolos mais antigos dos primeiros cristãos, ao se referirem a Jesus Ressuscitado. Na época das primeiras perseguições, a palavra peixe, que em grego é ICHTYS, passou a ser lida Iesous Christós Theou Yiós Soter = Jesus Cristo Filho de Deus Salvador.

Assim, nas casas, nas roupas, nas conversas e nos túmulos, a figura e a palavra peixe passaram a ocupar um lugar de destaque. A relação com a Páscoa se acha no fato de as aparições de Jesus, após a Ressurreição, estarem sempre ligadas à presença do peixe (Jo 21,9) e (Lc 24,42-43).

 

 

Ovo – simboliza o nascimento, portanto lembra vida. Jesus, quando ressuscitou, nasceu de novo. Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida.

Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas. Pintar ovos com cores da primavera, para celebrar a páscoa, foi adotado pelos cristãos, nos século XVIII. A igreja doava aos fiéis os ovos bentos.
Coelho – O coelho tornou-se o símbolo mais popular da Páscoa é um animal fértil, tem capacidade de gerar grandes ninhadas. Por causa disso simboliza a capacidade da Igreja de sempre estar formando novos discípulos. Pelo poder de Cristo, a Igreja é fecunda na missão de propagar a Palavra de Deus a todos os povos.

 

Cordeiro – É o mais antigo dos símbolos da Páscoa. Aliança feita entre Deus e o povo Judeu na Páscoa de antiga lei. Na Páscoa dos judeus, um cordeiro era imolado por família para a remissão dos seus pecados e em forma de agradecimento a Deus (Êx. 12,1-8.11-14).

Na Páscoa cristã, Jesus é o cordeiro, aquele que deu a vida por nós. Sacrificado na cruz pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu: “morrendo, destruiu nossa morte, e ressuscitando, restituiu-nos a vida”. É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora com todos os povos.

O cordeiro animal ainda simboliza pureza, por causa de seus pelos brancos. Seu jeito pacífico é como um chamado de paz.

 

Cruz – Traz todo o significado da Páscoa: morte e ressurreição – mostra-nos que é preciso sofrimento para “ressuscitar”. Para conseguir certas coisas precisamos batalhar e, consequentemente, sofrer.

Para seguir a Cristo, para chegar aos céus, precisamos passar por diversas provações. “[…]’Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder sua vida por amor a mim, há de encontrá-la. ‘” (Mt 16,24-25). No Conselho de Nicéia em 325 d.C, Constantim decretou a cruz como símbolo oficial do cristianismo – que também é símbolo oficial da fé católica.
Pão e o vinho – representam o corpo e o sangue de Cristo (Mt 26,26-29) – O pão e o vinho, na antiguidade, era a comida e a bebida mais comum para grande parte do povo. Na Instituição da Eucaristia Jesus serviu alimentos mais comuns representando Sua presença constante nas pessoas.

O pão e o vinho simbolizam a eterna aliança entre o Criador e a Criatura, assim como Sua presença no meio de nós. Na última ceia, Jesus ofereceu aos seus discípulos dizendo: “Tomai e comei, este é o meu corpo… Este é o meu sangue…” (1° Cor. 11,34) – Assim, institui o sacrifício eucarístico corpo/sangue, memorial de Sua morte e ressurreição, sinal de unidade, banquete pascal, até que Ele volte. Comemoramos a Páscoa lembrando a jornada de Jesus: vida, morte e ressurreição.

Círio Pascal – É aquela vela grande que fica no altar ou próximo dele. É acesa na igreja, no ‘Sábado de Aleluia’. A luz da sua chama representa a “Luz do Mundo”, que é Jesus. No Círio estão escritas a primeira e a última letra do alfabeto grego: Alfa e Ômega. Elas querem dizer que Deus é o princípio e o fim de tudo. Cristo ressurgiu das trevas para iluminar os nossos caminhos.

Curiosidades

Como surgiu a tradição do coelho?
A tradição do coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa.

No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos da Antiguidade o consideravam o símbolo da Lua. É possível que ele tenha se tornado símbolo pascal pelo fato de a Lua determinar a data da Páscoa; mas o certo mesmo é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertilidade que os coelhos possuem.

Como surgiu o chocolate?

“Theobroma”, este foi o nome dado pelos gregos ao “alimento dos deuses”, o chocolate. Quem o batizou assim foi o botânico sueco Linneu, em 1753. Mas foi com os maias e os astecas que essa história toda começou. O chocolate era considerado sagrado por essas duas civilizações, tal qual o ouro. À Europa chegou por volta do século XVI, tornando rapidamente popular aquela mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntadas com água, mel e farinha. Vale lembrar que o chocolate foi consumido, em grande parte de sua história, apenas como uma bebida.

Em meados do século XVI, acreditava-se que o chocolate dava poder e vigor aos que o bebiam, por isso era reservado apenas aos governantes e soldados. Era considerado um pecado, remédio, ora sagrado, ora alimento profano. Os astecas chegaram a usá-lo como moeda, tal o valor que o alimento possuía.

No século XX, os bombons e os ovos de Páscoa são criados como mais uma forma de estabelecer de vez o consumo do chocolate no mundo inteiro. É tradicionalmente um presente recheado de significados. E não é só gostoso, mas também altamente nutritivo, um rico complemento e repositor de energia; porém não é aconselhável consumi-lo em excesso.

 

Por Fabiana Ferreira – Publicado na Revista Maringá Missão de abril de 2014